quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Parque Termal Lago de Itaipu em Itaipulândia foi pre-inaugurado para sócios



O Parque Aquático termal Lago de Itaipu foi pré-inaugurado neste sábado, 23. O Parque fica em Itaipulândia. A construção do parque começou em 2004. Com a mudança dos quadros políticos da cidade a obra parou, enrascou e continuou paralisada por longos sete anos. Enquanto isso, tudo ficou abandonado, ao relento ao ponto de pouca gente acreditar que o Parque pudesse ser concluído. Mas felizmente foi. A Prefeitura de Itaipulândia abriu uma concessão e os empresários do grupo Rio Water Park do Rio de Janeiro apareceu, se interessou, participou na licitação e levou se comprometendo investir R$ 10 milhões em quatro anos. O projeto incluirá um hotel de 200 apartamentos e muitos brinquedos. Entre outros, duas piscinas ao ar livre - entregues ontem; uma piscina de águas rasas chamada de "lagoa", lagoon em inglês, uma piscina coberta e aquecida, pontos de alimentação, bares molhados - quer dizer dentro das piscinas, estacionamento, equipe de segurança, apoio e salvatagem incluindo o uso de detector de metal para prevenir entrada de arma. Tudo entregue ontem. O diretor executivo, Julio Gaspar disse que o que foi pré-inaugurado sábado é só uma mostra e é ainda exclusivo para sócios. Já há 700 sócios de toda a região Oeste do Paraná. Porém, em julho a inauguração será oficial com abertura de bilheteria. O Parque Aquático ainda aceita sócios. Os 700 primeiros sócios pagaram uma "jóia" em 11 vezes de R$ 185,00. Quem compra agora vai pagar mais: na faixa dos R$ 250,00. Os sócios pagarão ainda uma taxa de manutenção equivalente a 11% do salário mínimo. Na bilheteria, a entrada por um dia custará R$ 140, meia entrada 70,00. Numa etapa mais adiantada, os sócios terão ainda um verdadeiro clube de campo.
Estação de Tratamento
Até julho mais brinquedos serão inaugurados entre eles um rio selvagem, um rio calmo e vários brinquedos novos adquiridos recentemente de um projeto que chegou a ser anunciado para Foz do Iguaçu mas não foi em frente. Incluirá os super tobogãs do tipo que se vê no Wet'n'Wild.Gaspar destacou também o investimento em infraestrutura que inclui uma palnta de tratamento de água e de todo o esgoto produzido no parque. Só a estação custou mais de R$ 800 mil. 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Ainda sobre lixões e aterros sanitários


Serão, um dia, coisa do passado?
    Recentemente publiquei uma noa sobre o Aterro Sanitário de Foz do Iguaçu. Na nota lembrei de uma rtigo sobre a Florida que mostrava a foto de um "aterro" e o batizava de "a montanha mais alta daquele Estado dos EUA. O nosso atual aterro recebe cerca de 70 mil toneladas de lixo por mês, a mior parte dele orgânico - quer dizer, não precisava estar ali. Lixo de cozinha e toda aquela gororoba suculenta resultado dos vegetais, cascas de banana, tomate, mamão, cebola entre outros poderiam ser transformados em composto. Na ocasiao achei esta charge. É um lixão que virou Monumento Histórico e ganhou o nome de Mount Landfill - ou Monte Aterro. A guia de turismo lê um textinho para os turistas que escurtam de boca aberta e respondem com um " O O O O O !   Houve uma vez em que o povo costumava jogar aqui todo os seus desperdícios - lixo!  

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Consulta Pública sobre Programa de Regionalização do Turismo

Eu vi tanta gente trabalhando pelo Programa Nacional de Regionalização do Turismo e tanto dinheiro gasto para levá-lo em frente que creio ser um boa ideia que você - ator do turismo nacional - abra o site desta CONSULTA PÙBLICA para ver o que está sendo proposto. Fiquemos ligados! Clique na foto para ampliar a imagem! Você pode ver a proposta da fase 2  A Q U I em PDF. O importante é não deixar de acessar o formulário para que você opine! Há um formulário para deixar opinião. Participe!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A Ilha de Acaray, Jardim Jupira, Foz do Iguaçu

Ilha Acaray - hoje. Verde e recuperada
Recorte de foto original: Ilha Acaray, mais devastada
Foto aérea original: anos 70, Foz parecia mais "pelada". Único edifício da cidade: Salvatti  
As duas fotos mostram a mesma ilha. A Ilha Acaray (Isla Acaray), Jardim Jupira, Rio Paraná,  Foz do Iguaçu entre o Paraguai e o Brasil.  O Jardim Jupira vive com duas realidades. É um dos bairros mais carentes de Foz do Iguaçu ao passo que é dono da única ilha fluvial brasileira no rio Paraná, abaixo da Usina de Itaipu. A posse real é federal - a Ilha pertence à Marinha do Brasil que há uns 20 anos tentou vendê-la e não conseguiu graças à intervenção da comunidade de Foz do Iguaçu, leia-se Adeafi, Adelmo Müller e outros. A foto moderna mostra uma ilha Acaray quase intocada, verde, natural. A foto mais antiga é da década de 70. Eu a reproduzi de uma foto bem maior, aérea, que se encontra na Fundação Cultural. A foto antiga registra uma ilha bem mais depredada, roçada e onde se vê mostras de que lá se praticava alguma agricultura. A economia do Jardim Jupira sofreu uma queda monumental com a implantação do "real" [R$] que tornou a mercadoria mais cara para os paraguaios. A maioria das lojas do bairro foram fechadas devido a que elas se especializavam em vender ou exportar mercadorias brasileiras para o Paraguai com imposto reduzido. O Mercosul - que facilitou a venda direta para o Paraguai também  contribuiu para as dificuldades do bairro. 

Me parece muito interessante que o Jardim Jupira tem duas ruas que homenageiam denominações religiosas e igrejas. Uma é a Rua Assembleia de Deus e a outra é a Rua Igreja Católica. Clique nas fotos para ampliar a imagem!        

sábado, 16 de fevereiro de 2013

O "Centro Velho" de Foz do Iguaçu: uma área que necessita revitalização e respeito

Importante Núcleo de Foz do Iguaçu - O Centro Velho. Note o Vale do Rio Monjolo

Hoje em dia os iguaçuenses vivem em uma Foz do Iguaçu extensa. Uma Foz do Iguaçu que se afastou ao máximo da foz do rio na região do atual Porto Meira afastando-se, também, dos rios e de seu modo de vida fluvial.  A vida em Foz do Iguaçu transcorre no seco, no ermo. Mas nem sempre foi assim. Até o final da década de 70, Foz do Iguaçu era  fluvial. Já havia sido desativado o Porto Oficial no rio Paraná devido à Ponte da Amizade em 1965. Mas continuava, pelo menos 50% fluvial em relação à travessia para a Argentina.

Na época netamente fluvial, a cidade vivia entre o Quartel do Exército  e o rio Parana. É como escrevi no meu livro "Na Terra das Muitas Águas": "A rua principal, a Avenida Brasil parece começar na sala do comandante do Batalhão de Infantaria Motorizado e terminar no Cemitério São João Batista ...". 

Desfile na Rua D.Pedro II

Hotel Salvatti, quase esquina com Av. Brasil. Ainda não havia 3ª Pista JK 


O Batalhão é aquele que já foi 1ª Cia de Fronteira; 1º Batalhão de Fronteira, o atual 34º BIMTz - Batalhão de Infantaria Motorizado e que logo será promovido a Batalhão de Infantaria Mecanizado.  

Ainda nos anos 30, chega a Capitania do Portos para se instalar em Foz. A base foi montada a pouca distância do rio Paraná, perto do Porto oficial. Tínhamos o centro com forte presença militar. A marinha, a Prefeitura a curta distância; a Praça Almirante Tamandaré; o Hotel Cassino que veio logo depois e hoje é o Senac. Mais tarde em frente à PMFI foi construida a Praça Getúlio Vargas onde se construiu a Câmara Municipal que tinha à frente a Catedral São João Batista; à direita a PMFI, à esquerda o Colégio Bartolomeu Mitre atual prédio do Provopar. Logo veio o Fórum de Foz do Iguaçu onde hoje é a Fundação Cultural. O Banco do Brasil ocupou a esquina com a Avenida Brasil. 

Os prédios públicos em Foz são passados e repassados para outros órgãos assim o Banco do Brasil abrigou a Polícia Federal. As comemorações de datas municipais e nacionais podiam partir da região da Marinha em direção ao Batalhão descendo a então importante ou super importante Rua Dom Pedro II para logo entrar na atual Jorge Schimmelpfeng e descer a Avenida Brasil - que já foi carreiro único, trilha única, mão única, mão dupla e agora é mão única com calçadas ampliadas.

Podemos apontar o trecho entre a  Rua Tiradentes e a Antônio Raposo como sendo o centro nervoso de Foz do Iguaçu. Paraguaios remavam entre Puerto Franco e o Porto oficial de Foz do Iguaçu. Desciam do barco, amarravam a "montaria" e subiam o barranco para pegar ou a Tiradentes ou a Rio Branco para, daí, entrar em Foz do Iguaçu. Em 1926, Moisés Bertoni e família fizeram esse trecho. O cientista já estava doente veio para ver os amigos de Foz da família Schinke - Carinzio e morreu. A casa onde Bertoni morreu, ao lado da residência dos Schinke-Carinzio ainda está de pé. Aos poucos a cidade foi se expandindo para outras direções por terra. Digo por terra, porque antes disso a extensão se dava por rio. O Aeroporto do Parque Nacional de Iguassu - o atual GRESFI marcou uma espécie de confins norte da cidade.

Hoje se você descer a Rua Tiradentes ate o fim você verá que ela acaba um pouco antes do rio. Se você fizer o mesmo com a Rua Barão do Rio Branco a mesma coisa acontecerá. Entre o fim das ruas e o rio você terá que atravessar a Favela da Marinha e isso nem sempre será possível. Ao escrever essas ideias, lamento como a extensão de Foz para longe da beira do rio trouxe consequências sociais terríveis. Unindo a Tiradentes com a João Rouver há o Beco Mathias Peters. Uma rua antes do Beco Mathias Peters, há, justiça seja feita, uma travessa cujo nome homenageia o patriarca Carinzio: Travessa Luiz Carinzio. É a rua que margeia a Praça da Marinha ou Almirante Tamandaré.
 

A Avenida JK e especialmente a Terceira Pista da JK é nova. Para abrir a nova rota foi necessário desfigurar a Praça Getúlio Vargas que tinha como vizinho a charmosa embora não muito confortável Cadeia Pública de Foz do Iguaçu. O prédio poderia ter sido preservado. Hoje vejo como quase um crime que o jovem de Foz do Iguaçu não possa ter ideia de um prédio como o da Cadeia de Foz. Nos anos 80, a expansão - extensão  de Foz o que significou mudar o "centro velho" ganhou forças com a concretização do Plano Diretor de Foz do Iguaçu. Este Plano está bem adiantado mas ainda não completamente. Por isso você escuta falar de mudança da PMFI para aquela região. Sobre esse plano um leitor desse blog escreveu em comentário sobre uma postagem anterior feita  em 7 de janeiro de 2009.  

"Em meados da década de 1970 foi elaborado o Plano Diretor de Foz do Iguaçu, com participação de equipes técnicas do Governo do Estado do Paraná e da Universidade Federal do Paraná, com participação financeira, também, da Itaipu Binacional. Uma das coordenadoras foi Rajindra Kaur Singh, natural daqui e cuja família teve áreas de terras desapropriadas para a construção das vilas residenciais da usina. Além disso, a partir de 1975, foi criado o PRODOPAR Programa Especial do Oeste do Paraná, visando resolver problemas originados da implantação da obra e suprir eventuais necessidades de infraestrutura, na cidade e na região. Nesse momento, tanto o Plano Diretor definiu áreas com tendência para usos, como o PRODOPAR* destinou recursos federais para essa implementação. Assim, a avenida Paraná foi pensada para esse fim, e a prova foi a instalação de núcleos de serviços públicos, como, por exemplo, o atual INSS, a Polícia Civil, a Receita Federal, etc. Por duas, quase três décadas, outras unidades não ocuparam a destinação, apenas orientada pelo Plano Diretor. Parece que agora aquele destino pensado há mais de 30 anos, se configura em realidade".  
Comentário no Blog de Foz em 7 de janeiro de 2009. Quando a Prefeitura de Foz do Iguaçu se mudar para o novo centro cívico, esta região do "centro velho" será o nosso "centro histórico". 

*Programa de Desenvolvimento do Oeste do Paraná

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Carnaval em Puerto Iguazú será no final de semana

A foto acima é parte da capa do jornal Misiones on Line de ontem, dia 13 de fevereiro. Rei Momo se despede de Posadas e se muda para Puerto Iguazú. O Carnaval "Cataratas da Alegria" vai acontecer entre 15 e 17 com direito a desfile de oito "blocos" na Avenida Trés Fronteras - aquela que vai para o Marco das Três Fronteiras e Hotel Amerian. Em Puerto Iguazú - como em toda a Argentina - blocos carnavalescos se chamam "comparsas". As comparsas de Puerto Iguazú são Banda Norte, Arco Iris, Medio Oriente, Fitnessmania,  Yaguarete, San José, Batuke e Imperiales. A informação é do Iguazú Noticias.

Atualizando! O desfile da sexta-feira, 15 foi suspenso devido à possibilidade de chuva. Permanece, até agora, a previsão para sábado, domingo e segunda! Hoje choveu o dia todo!  

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A cadeia montanhosa de Foz do Iguaçu: Serra do Joga-fora

A Colina mais alta de Foz do Iguaçu

Colina, ao lado, em estado de formação 
Li um ótimo artigo, certa vez, na revista National Geographic sobre a Flórida. O artigo tratava dos pântanos da Florida, o sistema natural das águas, bacias, microbacias, Parque Nacional Everglades, a agricultura e os problemas com água, Lago Okeechobee entre outros assuntos. Me lembro até hoje de uma foto que mostrava uma colina. "A montanha mais alta da Flórida", dizia a legenda, "é o aterro sanitário". A frase me chocou na hora e me acompanha até hoje. Esses dias, tive a oportunidade de ir ao Jardim Califórnia em Foz do Iguaçu, quando cheguei bem próximo do Aterro Sanitário" da cidade. Fotografei as duas "colinas" que estão se formando no local e a frase ocorreu  automaticamente na minha cabeça: "A Colina mais alta de Foz do Iguaçu é o aterro sanitário". Coloco as duas fotos no ar. Em uma das fotos a colina esta verde. É como se fosse mais velha. Ao lado, você pode ver que há uma segunda colina em formação. Dá para  ver o material utilizado na formação dela. São toneladas de lixo diariamente jogadas no aterro sanitário e sobre o qual existe um silêncio alarmante. Quais são os números diários da coleta e "destino" do lixo em Foz do Iguaçu? Quanto tempo este "aterro" tem pela frente? Quão grande é a coleta seletiva na cidade? Estamos fazendo tudo o que podemos para diminuir o uso de nosso "aterro"?  

* Acabei de encontrar um número em uma nota expedida pela Câmara Municipal no ano passado que diz: "Atualmente, são recolhidas na cidade em média 7 mil toneladas de lixo por mês".

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Puerto Iguazu, Wanda e Misiones no An-Nahar do Líbano

O jornal libanês An-Nahar trouxe uma chamada  sobre as Cataratas do Iguaçu. A reportagem destaca o lado argentino das Cataratas, colocando em foco Misiones com as Minas de Wanda, ruínas Jesuíticas e outras atrações. O jornal An-Nahar é o de maior circulação do Líbano e foi fundadao em 1933.      

Carnaval de Foz do Iguaçu no Largo Raul Quadros II

Beatriz Bastos Vieira, nasceu em Olinda mas mora em Foz e comemora os primeiros R$300  

O vovô Papi e o neto Petrus Salcedo
Carlos Buch e Carlos Buch Filho - os Flinstones

Simone e Paula, Roseli  Kozievitch, Fernanda e Cloi com a pequena Luiza
Coleta de confetti - diversão infantil


Carnaval de Foz 2013 - Blocos no Largo Raul Quadros

Isabel Csota Soares - primeiro lugar na categoria 7-13 anos


Bloco Boca Rouge

Bloco Pluffer  do Seu Natal do ABC

Bloco Tomara que não chova
Animação no Largo Raul Quadros

Raul Quadros - locutor, cantor, animador, deu nome ao único  Largo de Foz do Iguaçu

sábado, 9 de fevereiro de 2013

O Pau que nasceu torto e o cemitério das boas intenções lernianas



Bandeira dos Jogos  da Natureza nos paredões das Cataratas

Ruínas da Base Náutica de Foz
O triste fim da Costa Oeste - Foi uma sacada de gênio. Na campanha para o governo do Paraná, Jaime Lerner, o aclamado ex-prefeito de Curitiba, anunciou que olharia criativamente para o Oeste do Paraná e anunciou a criação da Costa Oeste que "faria acontecer" uma "transformação" no Oeste do Paraná. Acreditei! Para lançar a Costa Oeste, Lerner anunciou já eleito, os Jogos Mundiais da Natureza, as Bases Náuticas ao longo do Lago de Itaipu - o litoral do Oeste; o Canal de Canoagem na Itaipu Binacional e mais tarde o Espaço da Américas para ser o lugar onde a América Portuguesa se encontra com a América Espanhola. Na vácuo produzido pelo deslocamento de tantas ideias, a Superintendência Estadual do Ibama anuncia que o Parque Nacional do Iguaçu vai entrar no esforço de transformação do Paraná. Lemos no Programa de Revitalização do Parque Nacional do Iguaçu:

" ... O programa insere-se temporalmente no momento em que o Governo do estado do Paraná, através do projeto denominado Costa Oeste promove a criação de um importante pólo turístico na região. A imediata adoção das propostas englobadas pelo Programa [de revitalização] permitirá o ajuste e a adequação do Parque [Nacional] às profundas mudanças esperadas no panorama regional" (Programa de Revitalização do PNI, P1 Objetivos]

Espaço das Américas já depenado
Infelizmente tudo virou em nada. Tudo naufragou. Os Jogo Mundiais da Natureza aconteceram mas nunca mais foi reeditado. As bases náuticas, com poucas exceções, foram dilapidadas, depenadas e são hoje ruínas. O Espaço das Américas cuja depenação está acontecendo neste momento seguirá a mesma sorte? A pista de canoagem da Itaipu que deveria ter sido usada nos Jogos da Natureza não foi terminada a tempo. Graças à providência e a Itaipu Binacional a obra foi aproveitada em parte e hoje é utilizada sob a administração da Itaipu. Ainda bem!  Mas parte da obra que começou a ser feita com a participação do Governo do estado foi abandonada inclusive uma extensa área na Vila C que deveria ser um estacionamento. Um estacionamento que consumiu na época R$ 5 milhões.
Espaço das Américas em uso
Todas essas obras têm em comum o uso de terras que não são do Estado e isso dificultou o uso, o repasse para municípios e até para o estado. O caminho mais fácil foi o abandono.  O Espaço das Américas é um bom exemplo e é até vergonhoso. Chegou-se a divulgar que o estado não sabe nada do Espaço das Américas, que ele pertence à União. 

 Lerner em estação tubo em Foz
Estação tubo hoje - A fronteira
Niklevicz em 1997: travessia
Esquecemos que durante as gestões do governador Requião o Espaço foi utilizado várias vezes, se mantinha em funcionamento e estava sob a batuta da Secretaria de Estado da Industria, Comércio e Assuntos do Mercosul. Sobra o Parque Nacional, do Iguaçu, das iniciativas a de melhor sucesso, mas não sem problemas. As mudanças criadas pelo Ibama do Paraná e funcionários do PNI em Foz resultaram na criação de novas estruturas, transporte, da concessão de áreas à iniciativa privada e outras que são chamadas de "modelo de gestão" pelo pessoal do ICMBio herdeiro do Ibama. Mesmo assim ficou o rastro de trapalhada. O Programa de Revitalização é em si tão irregular quanto todas as outras obras de inspiração estado-federal da época Lerner. Foz do Iguaçu ainda sofre por causa disso pois o "programa" que não se encaixa nos procedimentos normais de um Parque Nacional é denunciado pelo Plano de Manejo do Parque Nacional instrumento que contou com a participação de pessoas que também participaram na formatação do programa.  O Programa elaborado por uma equipe de 16 pessoas foi criado baixo sete chaves e inserido, inxertado no Plano de Manejo da Unidade de Conservação. 

   











sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Oswaldo Goch: ele construiu uma creche na Vila Borges

Dona Maria José Goch com foto do marido Oswaldo Goch
"Coloquei o primeiro tijolo"
O Condomínio Residencial  Mega Vila  fica na Rua Oswaldo Goch - uma rua que liga a Avenida República Argentina e a Jorge Samways no Jardim Lindóia em Foz do Iguaçu. Além do Mega Vila a rua é sede do Maxxi Atacados da rede Wallmart e dá fundos para o supermercado Muffato República Argentina. É também a casa da Comunidade  Nossa senhora Desatadora de Nós. Como você vê, é uma rua forte, com identidade e uma boa comunidade. E quem foi Oswaldo Goch, este senhor que deu nome à rua? Basicamente é um vizinho dessa região iguaçu. Oswaldo Goch foi o idealizador e fundador da Creche Comunitária Shalom* Oswaldo Goch - atualmente CMEI Oswaldo Goch localizada na Rua Ronnie Peterson na Vila Borges, do outro lado da Avenida República Argentina.  Fazer uma creche no bairro para que as mães trabalhadoras da época de fundação do pudesse trabalhar foi um sonho deste gaúcho, casado com dona Maria José Goch e que teve sete filhos. O filho, Sid Goch, contou que tinha 19 anos quando o pai começou a construir a creche. "O primeiro tijolo quem colocou foi eu", contou. O seu Oswaldo morreu sem ver a creche concluída. As lideranças do bairro disseram que seu Oswaldo ia de porta em porta pedindo ajuda para a creche. Para construir a creche que hoje está incorporada ao sistema educacional da cidade, muita festa, promoções e brincadeiras foram organizadas. "É uma creche que o povo construiu. Não teve política nenhuma", disse Cid. Seu Oswaldo morreu um pouco antes da cobertura da primeira creche.  Hoje, graças à visão deste cidadão comum quase 200 crianças estudam na creche que leva o seu nome. Entre outros, lá estudou Amanda Lima, minha filhota. 

* Shalom aparece escrito como Shalon / esta postagem será atualizada. Fotos de Roger Meireles

O desabafo manuscrito de um brasileiro

Clique na imagem para ampliar e ler a mensagem
 Os novos pontos de ônibus de Foz do Iguaçu possuem um vidro grosso que logo deverão ganhar mapas mostrando a passageiros locais e turistas onde estão e outras informações. Enquanto os mapas não chegam, caso as autoridades já não tenham esquecido, o espaço pode ser aproveitado pelos cidadãos. Já vi pixação em vários locais. Mas o cidadão que assinou em baixo neste cartaz fez um bom uso do espaço. Colou seu protesto e reclamação contra os bancários e vigilantes de banco e, segundo ele, suas frequentes greves que impedem  cidadãos comuns de receberem  a "miséria" mensal a eles devida. Fotografei o poster porque ele me fez lembrar o uso de superfícies como paredes e outras como "meios" de comunicação.  Na China ainda se usa murais. No caso do "mural iguaçuense" acima fiquei encantado pelo fato do cidadão escrever sua mensagem do próprio punho e não ter utilizado uma mensagem impressa. Em época de teclado, a escrita manual tende a desaparecer. Gostei de ver os detalhes da escrita, a grafologia dele. Veja como ele une o "B"  e o "R" de Brasil e também o "S" e o "I". Há muita coisa bela nessa escrita. O protesto estava afixado no ponto de ônibus do Colego Bartolomeu Mitre na Rua Marechal Floriano. Fotografei e fui a outro local. Quando voltei, uns dez minutos mais tarde o "protesto" tinha sido cuidadosamente removido. Ficou a pergunta no ar: quem removeu o protesto do cidadão? Autoridades? Inquisidores? Outros cidadãos? Censores? Foztrans? Ainda bem que registrei este fato.      

Foz do Iguaçu e a antiga prática do Três Tudo

Um nome forte e ligado às raízes


Localizado na Rua Belarmino de Mendonça, centro, o Supermercado Três Marcos tem alguma coisa fascinante. É o antigo costume do povo da fronteira de destacar sempre o “três” na toponímia da cidade; nomes de negócios e estabelecimentos, nomes de bairros entre outros. É o caso do bairro Três Bandeiras, do uso da antiga forma de chamar a região “Três Fronteiras”, Três Nações ou de uma antiga loja de Ciudad Presidente Franco que se chamava “Trés Monedas”. Posto a foto só para saudar a antiga prática de utilizar o Três em vez de “Tríplice” que é denunciado por vários autores, escritores, acadêmicos como de cunho militar, policial imposto ao imaginário regional. Resista à onda e a moda “triplicista”! Deixo com vocês a idieia do Supermercado Três Marcos. Não é melhor que “Tríplice Marco”?         

Ciudad del Este: 56 anos! Aniversário marcado pela morte de Lino Oviedo



Caderno especial do jornal Ultima Hora
"Multiculturalidade, marca registrada na urbe"
Ciudad del Este, capital do Alto Paraná, segunda maior cidade do Paraguai completou 56 anos, nesta segunda-feira, dia 3 de febrero. Naquele dia, em 1957, o então presidente Alfredo Stroessner inaugurou a cidade que deveria marcar a presença paraguaia no extremo Leste, extremo oriental do Paraguai. Estava tudo pronto para fechar o círculo da Marcha para o Leste. A Ponte da Amizade estava a cinco ou seis anos da inauguração, a nova Ruta Nacional 7 que saia de Caaguazú já chegava, mais ou menos, até a região da Ponte ao Leste, e para o Oeste, já dava acesso a Assunção. A construção de CDE e da ponte deu origem a cidades como Mingá ou Mutirão Guazú, presidente Franco que era então a única cidade na fronteira, constribuiu servindo de dormitório para os projetistas e técnicos que deram início à construção da cidade. Logo depois, a então chamada Puerto Presidente Stroessner começou, graças ao comércio e ao turismo, deixar para trás na poeira todos os pequenos aglomerados do Paraguai na época: Presidente Franco, Tapurupucu - a atual Hernandarias e a região, quem diria, de Itakyry que já teve moral de capital. 
 
De alguma maneira, CDE deixou Foz do Iguaçu para trás também pelo menos em população. CDE hoje tem mais de 400 mil habitantes e possui não só "área metropolitana" como "região metropolitana' - há diferença técnica entre as duas. Presidente Franco, Hernandarias e Mingá Guazú são "região metropolitana", o que significa que quase não dá para ver as "fronteiras" entre os municípios. Já a área metropolitana inclui áreas como Cedrales e outras  cidades cujos limites se fazem por área agrícola. Foz do Iguaçu, como disse, ficou para trás em população. Hoje a Terra das Cataratas, possui erca de 260 mil habitantes para o desgosto das autoridades fazendárias municipais. Foz do Iguaçu e CDE são cidades gêmeas e não só por estarem próximas. As duas compartem a mesma aspiração de serem cidades multi-étnicas, multiculturais onde vivem várias nacionalidades. A foto do caderno especial do jornal Ultima Hora mostra membros de diferentes comunidades de CDE participando das festas, shows e atividades culturais programadas para celebrar os 56 anos da urbe. 

Olhe o Yacine!
Para mim, que moro aqui, estudei a foto para ver rostos diferentes e encontrei alguns. Quer dizer gente que como morador de Foz, digo, esses rostos são diferentes e nunca vi por aqui, portanto devem ser coisa de CDE. Mas outros nem tanto. Daí olhando melhor descubro, imagine quem? O Yacine Hijazi*, brasileiro, iguaçuense de origem libanesa e residente e pagador de IPTU em Foz do Iguaçu camuflado no meios daquelas senhoras libanesas em CDE. Isso não quer dizer que o Yacine não esteja no meio de parentes porque os Hijazi habitam os dois lados. Então as relações entre gente das duas cidades é complexa, o que faz que as cidades sejam mais siamesas do que gêmeas. Mesmo assim há barreiras. Não destaco bareiras religiosas, linguísticas, raciais nada disso. Mas de conceitos. Exemplo: como capital de departamento - uma divisão política como estado, CDE tem uma "prefeitura" e um palácio de Governo. É mais ou menos normal que o prefeito de CDE , no momento, a prefeita, converse com o prefeito de Foz do Iguaçu. Mas quendo se trata do governador do Governador do Alto Paraná, ele fica solitário. O interlocutor dele é o governador do Paraná.  A gente tende a esquecer disso.

Ou seja CDE é para o Alto Paraná o que Curitiba é para o Paraná. É um colosso esta cidade! Pena que o brilho da festa foi prejudicado pela notícia da morte  do genral aposentado e candidato à presidência da República, Lino Cesar Oviedo, 24 anos após a queda de Stroessner e a mudança de nome do Puerto Pesidente Stroessner para Ciudad del Este. Data complicada, 3 de fevereiro. CDE foi fundada no dia 3 de fevereiro. Stroessner caiu do poder no dia 3 de fevereiro e Lino Oviedo morre no dia 2 de fevereiro quase 3. O golpe que derrubou foi gerado entre os dis 2 e 3 do segundo mês do ano. Oviedo faleceu no dia de aniversário  de 24 anos da queda de Stroessner. Parece cabalística a coisa mas dizem que pode ser casualidade.          

* Yacine é um dos editores e fotógrafos do site A Fronteira / Al Hudud