Foz do Iguaçu está comemorando hoje 95 anos como município autônomo. Autônomo do que ou de quem? De Guarapuava. Hoje Guarapuava está tão longe. Parece que não temos nada a ver com ela. Em 1914, Foz ganhou a autonomia dela. Hoje, entre Guarapuava e Foz do Iguaçu há tantas cidades: Cascavel foi Foz do Iguaçu e daí tudo foi se dividindo e assumindo autonomias. O ano em que Foz do Iguaçu se desligou de Guarapuava foi mágico, no sentido perverso.
Foi o ano da Primeira Guerra Mundial. Dois anos depois, o resultado da Guerra chegou aqui. Foi o decreto que proibia a entrada no Brasil de imigrantes alemães, italianos entre outros. Isso afetou a pequena cidade cujo prefeito era Jorge Schimmelpfeng – nome mais alemão que esse não poderia haver. Foz que desde seus primeiros habitantes (um espanhol e um brasileiro) já era diversificada. Hoje aos 95 anos, a cidade tem gente de toda parte. Eu vim de Alagoas. Veio gente de todo o Brasil.
Mas há também gente de todo o Paraguai e de boa parte da Argentina – excluindo talvez a Terra do Fogo, Malvinas e as províncias do Norte. Há gente de todo o Líbano. Há gente da China, de Taiwan, da Coréia, Índia, Japão, Colômbia, Equador, Togo. Eu entrevisto muita gente. Do Paraná há gente de toda parte. Uma senhora que veio de Umuarama me disse que o ar aqui é diferente. As coisas acontecem.
Tem muitas cidades por aí onde quem tem, tem e não há espaço para quem vem de fora. E como tem cidades assim! Tem coisa acontecendo na cidade. Está havendo uma mudança. O fermento está crescendo. E embora a cidade de Foz ainda seja injusta com boa parte de sua população e a criminalidade seja absurda, os bairros considerados boca quente estão diminuindo. Tem coisa acontecendo. Daqui a cinco anos, serão 100 anos. Em Foz e no Tao, uma coisa é imutável: a mudança. Em Foz tudo muda! Mudemos sempre para o bem!
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