quinta-feira, 18 de junho de 2015

Por que pegamos a fama de terra da evasão?

Sacoleiros unidos ...
Foi na época dos grandes comboios de ônibus que partiam de Foz do Iguaçu todos juntos, compactados como se formassem uma gigantesca lagarta. Com a estratégia o que se tentava era impedir que a Receita Federal pudesse parar os ônibus para fiscalizá-los de um por um e assim pudessem fazer o que mais os "compristas" temiam: aprender as mercadorias. Durante certo tempo a tática deu certo, a taturana funcionou. Mas daí aconteceu o que se podia prever, o Governo reagiu. Os comboios foram derrotados por máquinas muito modernas chamadas filmadoras. Ainda não eram GO PRO ou mini câmaras.  As máquinas filmaram as placas e serviam de prova caso a queixa chegasse à justiça. Foi assim, que mandados de busca e apreensão foram expedidos em massa e os ônibus começaram a cair. Os ônibus estavam fazendo transporte ilegal de carga - o que violava preceitos estabelecidos pela ANTT e DNIT entre outros e violavam interesses das entidades protetoras dos caminhões além de fazer descaminho e contrabando. Assim começaram a sumir das estradas as cenas mostradas nas fotos publicadas pelo fotógrafo Roger Meireles em seu espaço no Facebook .
Jamais ....

No mesmo ano, o Ministério Público Federal e a Receita Federal atacaram as contas bancárias chamadas CC5 que permitiram que empresários  residentes no exterior pudessem movimentar dinheiro por meio de contas no Brasil. Nas palavras do Banco Central, as contas CC5 "eram contas previstas na Carta Circular nº 5, editada pelo Banco Central em 1969, que regulamentava as contas em moeda nacional mantidas no País, por residentes no exterior. Referida Carta circular foi revogada em 1996 e, portanto, a expressão “contas CC5” não mais se aplica às atuais contas em moeda nacional tituladas por pessoas físicas e jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no exterior. Hoje, as disposições sobre essas contas constam do Título VI da Circular nº 3.691, de 16 de dezembro de 2013. Mais sobre as CC5 e o espírito da época pode ser vista nesta reportagem da Assessoria de Imprensa da Câmara dos Deputados que associam as contas à lavagem de dinheiro e lembra da famosa CPI do Banestado - Banco do Estado do Paraná vendido para o Banco Itaú. 

Serão vencidos.
A lavagem de dinheiro foi criminalizada  em 1988 pela Convenção das Nações Unidas contra o Tráfico Ilícito de Narcóticos, Drogas e Substâncias Psicotrópicas. A luta foi endurecida em 203 e 2005 com a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional e Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção. As duas convenções introduziram a obrigação dos países membros criarem Unidades de Inteligência Financeira (FIU, em inglês) e que vem desalojando corruptos em todos os níveis e transformando a vida dos corruptos em um inferno. Na época, havia quem se gabasse de que a fronteira vendia US$ 10, US$ 12 bilhões por ano. Um erro pois esse dinheiro não ficava na região e não aparecia rastro de para onde ia, a região conseguiu a atrair a atenção das autoridades mundiais. As autoridades dos Estados Unidos da América não demoraram para associar essa desmaterialização de dinheiro ao terrorismo.    
Carros fortes eram escoltados ao Aeroporto 

Como mostra a imagem desta edição d'A Gazeta do Iguaçu, Foz do Iguaçu, cidade que na época tinha mais bancos que Lichtenstein ou Mônaco já entrou na lista. Havia bancos de tudo quanto era estado só faltando ter tido uma Agência do Banco do Estado de Roraima. Os carros fortes como mostra a foto da segunda metade da década de (19)90, trafegavam  em comboio com escolta policial entre o Centro de Foz e o Aeroporto. Enquanto isso, registre-se que Foz vivia uma época de muita miséria sendo mostrada pela quantidade de "crianças de rua", invasões, favelas e grande parte da população fazendo papel e trabalhando como laranja. O benefício dessa grande lavagem não ficou em Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e nem para o povo do Paraná. O Banco do Estado do Paraná foi um dos grandes agentes desta bandalheira. Entre 1996 e 2002 foram desviados cerca de R$ 30 bilhões para contas CC5 em paraísos fiscais.  Lembre um pouco da história da privatização - Fonte CUT) 

2 comentários:

Marcio disse...

Bons tempos,agora comercio jogado as moscas.

Evelin disse...

Já se fala que Até 2018 permacerá a crise na fronteira.