terça-feira, 31 de maio de 2022

Templos Budistas de Foz do Iguaçu, Ciudad del Este, Colônia Yguazu e Posadas


Principais destaques do Templo Chen Tien (Foz do Iguaçu). Clique na foto para ampliar. Foto acervo do Visit Iguassu

O Templo Budista de Foz do Iguaçu é um dos "atrativos" da cidade que se encontra na lista de milhares de pessoas que vem à Terra das Cataratas. É possível que a maioria dos visitantes sintam falta de pessoas tentando propagar a fé budista entre os visitantes do templo. Essa ausência de proselitismo e a falta de acesso à Sala de Orações do Templo faz com que muita gente considere que faltou alguma coisa na visita. O templo tem serviços aos domingos e em datas especiais. Para participar o interessado deve se inscrever com antecedência e outro detalhe:  deve se sentir à vontade com o chinês (mandarim) e estar bem informado com os procedimentos. Em poucas palavras o templo atende às necessidades espirituais de budistas e não têm programa de conversão e divulgação da doutrina.    

sábado, 28 de maio de 2022

Católicos nas Três Fronteiras: o que une as Paróquias de San Lucas (CDE) e São João (Foz)

Paróquia San Lucas

A Igreja San Lucas sede da paróquia do mesmo nome no bairro São Lucas em Ciudad del Este tem muito a ver com a Igreja Matriz São João Batista de Foz do Iguaçu.

Detalhes da Paróquia San Lucas

As duas igrejas foram fundadas por religiosos da Sociedade do Verbo Divino (SDV). Os misionários do Verbo Divino se estabeleceram no Alto Paraná em um povoado às margens do rio Monday em 1910. Ou seja 55 anos antes da fundação de Ciudad del Este e 19 anos antes da fundação de Puerto Presidente Franco em 1929. 

Comemoração do Centenário

A chegada dos verbitas no atual Departamento do Alto Paraná ocorreu  13 anos antes da chegada do padre polonês-alemão, também verbita, Guilherme Maria Tieletzek (Tieleczek) em Foz do Iguaçu em 1923. No ano seguinte foi fundada a paróquia São João Batista parte da nova Prelazia de Foz do Iguaçu criada em maio de 1926 junto com as dioceses de Ponta Grossa e Jacarezinho.

 

Igreja Matriz, Paróquia São João Batista. SVD 1924 - 2024! 

A partir daí podemos ver a importância do Verbo Divino no desenho e formação da extensa região das Três Fronteiras, de Posadas a Guaíra; de Guaíra a Laranjeiras do Sul e Guarapuava, de Guarapuava a Foz do Iguaçu e de volta a Posadas com paradas em todos povos ribeirinhos entre a foz do Iguaçu e a capital da Província argentina vizinha.

O que isso tem a ver com Jesuítas?

Simples! Os jesuítas foram expulsos da Espanha, o que significa toda a América sob domínio espanhol em uma operação secreta, organizada e rápida ocorrida entre 31 de março e 2 de abril de 1767. Do dia para a noite todas as missões jesuítas em Itapúa, Paraguai e da atual Misiones, Argentina foram abandonadas com a dispersão dos povos originários que moravam nela e haviam aceito o evangelho. A escuridão venceu, o cristianismo tal como trazido pelos jesuítas foi expulso junto.  Se você conhece as sete cidades paraguaias que abrigaram "reduções" jesuítas você sentirá de perto o poder desta história. A população de guaranis aldeados era de dezenas de milhares de cristãos. Com a expulsão, a região de Itapúa (Paraguai) e Misiones (Argentina) ficaram sem cristãos. Ficou um vazio populacional e cultural que só veio a começar a ser cogitado a partir de 1881 quando a Argentina começou a tomar providência de federalizar o território de Misiones preparando o terreno para a exploração da erva mate. No ambiente religioso a fé católica só começaria a voltar em 1898 por meio da Congregação do Verbo Divino. 

Foi quando o padre da SVD Federico Vogt chegou a Posadas para assumir o trabalho missionário, ele tinha, na prática, a missão de continuar a tarefa de onde os jesuítas pararam 131 anos antes em 1767. 

Durante as tratativas que ofereciam à Congregação Verbo Divino a continuidade do trabalho dos jesuítas nas selvas de Misiones, o padre Arnoldo Janssen, fundador da SVD, hoje canonizado, refletiu escrevendo: 

San Ignacio redescoberta no meio da selva em 1897, um ano antes da chegada dos Verbitas. Restauração só nos anos 1930 foto arquivo Junta Histórica San Ignacio 

"Eu creio que deveriam fazê-lo os padres jesuítas. Se fazemos nós e se obtivermos resultados, é fácil que pareçamos uns intrusos que querem colher onde outros semearam. Opino que devemos deixar-lhes à Companhia de Jesus a honra de não só haver fundado essas missões como de restaurá-las. Seguramente ainda devem estar vivas as antigas tradições dos Jesuítas de modo que a eles tudo seria mais fácil, que a nós".   (Saiba mais

Dica Turística:

A Igreja San Lucas é parte do City Tour de Ciudad del Este da empresa Lleva Tour Operadora (LTO) que possui várias versões de meio dia, vespertina, dia inteiro. Empresas de turismo receptivo de Foz Iguaçu trabalham com a CTO. 

A Igreja São João Batista em Foz está se preparando para celebrar em grande estilo o centenário da Paróquia em 2024 com possibilidade de restauração da Casa Paroquial até lá. Localizada em pleno centro histórico, a Igreja Matriz ex-Catedral de Foz, exibe na torre as imagens das padroeiras do Brasil e Paraguai e do padroeiro da Paróquia São João Batista. A Matriz está no roteiro do City Tour de Foz do Iguaçu.  



  


quinta-feira, 26 de maio de 2022

Para lembrar: Foz do Iguaçu iria ter um porto! Governo chegou a anunciar a desapropriação de terrenos



Fonte Memória Biblioteca Nacional 

O senhor que aparece na foto com os filhos no Marco das Três Fronteiras se chama Gilvan Farias. Ele era funcionário da Empresa  de Portos  do Brasil (Portobras) então ainda chamada de Serviço de Navegação da Bacia do Prata S.A. Quando Gilvan chegou em Foz do Iguaçu em 1967 sua missão era A missão de Gilvan era dar início aos estudos de viabilidade para a construção do futuro Porto de Foz do Iguaçu.  Porém, o futuro do "futuro porto" de Foz do Iguaçu já estava determinado a não acontecer desde 1966 quando foi assinada a Ata das Cataratas para a construção de uma hidrelétrica entre Brasil e Paraguai para "aproveitar" o rio Paraná. 

A mistura de ervas no Tereré no Paraguai é Patrimônio Imaterial Mundial pela Unesco

A Dona (Ña) Paola Sosa de Ciudad de Este é uma "yuyera" do Paraguai. Há pelo menos 30 anos ela vende "yuyo" em um ponto próximo ao Lago da República na capital do Departamento do Alto Paraná. O português não tem uma palavra que traduza e faça justiça à palavra "yuyo", em espanhol. O dicionário vai dizer que "yuyo" se chama "erva daninha". 

A Ña Paola nunca vai aceitar esta tradução de mau gosto. São ervas comuns que nascem facilmente em qualquer lugar. Em guarani língua oficial do Paraguai e também falada no Brasil por comunidades guranis espalhadas de Angra dos Reis ao Rio Grande do Sul, a palavra "yuyo" é "Ñaná" e se trata dessas ervas de fácil acesso usadas como plantas medicinais.  No caso do Paraguai e em guarani em vez de dizer planta medicinal se diz "Pohã ñaná" ou "yuyos que curam". É isso que a Dona Paola vende.

Eu não deveria ter saído da cama: desencontro de outono em Foz do Iguaçu

Tem dia que a gente levanta e tem vontade de voltar para a cama para levantar de novo. Hoje foi um. Fui à Caixa Econômica para conseguir aquele extrato que a Receita Federal pede para declarações anuais. Fui informado que a operação não poderia ser realizada porque meu cartão poupança estava vencido e além, disso o saldo era de 48 centavos. 

Mas era isso o que eu precisava para mostrar a Receita que não tive renda, não movimentei essa conta e não tenho dinheiro escondido. Eu cria que o extrato era obrigatório. E agora? Está registrado! Daí me dirigi ao ponto de ônibus para pegar um ônibus que me levasse à Rodoviária de Foz do Iguaçu. Eu  preciso muito chegar à Rodoviária para atualizar esta postagem do Blog de Foz. Tudo mudou e felizmente muito para para melhor. Mesmo assim preciso atualizar. Um hora depois desisti de esperar o ônibus da Avenida República Argentina até o TTU. O ônibus que deve chegar ao TTU às 14 passou 14h15 e em dupla. São quatro ônibus para o trajeto, uma hora cada um e eu estaria de volta lá pelas 19H? ou 20H? 

terça-feira, 24 de maio de 2022

Foz do Iguaçu, qual é a sua encruzilhada? Cascavel conhece a dela

Cascavel se dá bem na vida porque descobriu logo cedo qual era sua encruzilhada. O primeiro nome do futuro Marco Zero da futura cidade se chamou Encruzilhada dos Gomes. Logo ela se viu na encruzilhada de BRs. A BR-277  e BR-163. A primeira liga Paranaguá a Foz do Iguaçu e Assunção e a segunda Tenente Portela (RS) a Santarém no Pará. Norte - Sul, Leste-Oeste se cruzam em Cascavel. A cidade aproveitou. Assis Gurgasz criou a EUCATUR - Empresa União Cascavel e abriu o caminho para Mato Grosso, Rondônia, Acre. Ajudou a fortalecer a encruzilhada. 

A encruzilhada BR-277 e BR-163 liga Cascavel a todo o Oeste e Sudoeste do Paraná com o Rio Grande do Sul e o Pará. Pelas BRs, tudo desemboca em Cascavel desde a Saúde, Educação, até a Delegacia da Receita Federal de Foz que foi embora para Cascavel (ficou em Foz a Alfândega). Cascavel soube aproveitar a sua encruzilhada. O negócio de Cascavel é a indústria, o comércio, agricultura, agronegócio, logística e governo. Como dona da encruzilhada, Cascavel afirma sua força nessa área.

E Foz do Iguaçu, qual é a sua encruzilhada? Qual é sua especialidade? Foz é boa em logística e apoio à logística. Eu continuo impressionado com os postos como o Gasparin e outros em Três Lagoas. A cidade está começando a se dar bem na área da educação. Temos um certo movimento de pessoas de uma área do Oeste do Paraná que se dirigem a Foz em busca dos serviços das regionais da Saúde, da Educação e até da Diocese de Foz do Iguaçu.

Mas o bom mesmo de Foz do Iguaçu é o turismo. Foz é especialista em turismo. Ninguém bate ela no Paraná. Não adianta Foz querer trazer a fábrica da Mascarellio para a cidade. A Mascarello  Cascavel está na encruzilhada. E então, qual é a encruzilhada de Foz? E qual é sua especialização de encruzilhada, de intermediação, de compartilhamento, de liderança? É o turismo? 

Sim. Mas está fazendo isso? Ainda não. Foz está nas Três Fronteiras. Turisticamente falando Foz é potência na 3F em número de hotéis, em número de voos, de agências, de guias, de guias bilíngues, trilíngues, tetralíngues, em número de empresas de turismo com frota própria de ônibus alguns comprados da Mascarello. Foz já tem um papel importante com as cidades vizinhas do Paraguai e Argentina. Há diálogo e triálogo tranquilos. Mas isso é tudo?

Não deve ser. Assim como Cascavel assumiu seu papel de encruzilhada e criou sua área de influência de Porto Alegre a Alta Floresta e de Porto velho a Santa Maria, Foz poderia reconhecer sua encruzilhada e ampliar sua área de influência até a Terra do Fogo, em uma direção, e até Assunção do outro. Para isso a educação do profissional de turismo e outras áreas tem que ser diferenciada da que é oferecida em Cascavel, Curitiba e São Paulo além de Aracaju e Caruaru.    

Pergunta prática: o que sabemos a mais do Paraguai ou Argentina quando comparado com um paulista? Os antigos empreendedores do turismo de Foz vendiam excursões para Assunção como "opcional" para os turistas hospedados em Foz. Eram excursões extras pagas a vista ou cheque para hóspedes que quisessem ir além da fronteira. Isso era papel de dona de encruzilhada. Mas isso acabou. 

Como destino Foz é, mesmo sem querer, uma "puxadora" de outros destinos. É como uma locomotiva. Até o governo na época do presidente Lula quando criou o Ministério do Turismo idealizou  um negócio chamado Destino Indutor. Foz era Destino Indutor da região Cataratas e Caminhos ao lago de Itaipu. Mas parece que a locomotiva-Foz, não aceita puxar ninguém além de que a continuidade do programa caiu já que cada ministro-deputado de turismo quer inventar uma roda nova. Agora mesmo no Festival das Cataratas, alguém me chamou para ver uma roda nova. Você não conhece a nova roda? Não, eu disse. Venha vou te mostrar. Fui. Quando cheguei lá a roda não era nova nada. Era coisa ainda ligada à "governança" das regiões turísticas ligadas aos "destinos indutores" que o Lula criou e deram início às Regiões Turísticas de todos os estados brasileiros - só o Paraná tem 16.   

Para assumir qualquer liderança como locomotiva indutora precisamos aprender mais sobre os paraguaios, os argentinos e como eles vêem seu país. Vamos criar produtos por meio de pesquisas para saber o que eles querem.  Vamos vender Foz e Brasil mais para eles. Ao mesmo tempo, vamos ajudá-los a vender seus produtos para o Brasil desde seus destinos até produtos de fabricação deles, assim como fazemos com o vinho. Tudo começa pelo esforço para parar de acreditar que o Paraguai termina em Ciudad del Este ou que a Argentina é Puerto Iguazu. O Iguaçuense tem condições de criar um mercado de produtos turísticos paraguaios para vender aos brasileiros. Porque deixar que São Paulo faça isso?

É imperdoável a falta de conhecimento de encruzilhadenses-iguaçuenses sobre como funciona a Argentina, por exemplo. Esses dias ouvi na TV dizer que o Exército Argentino estava ajudando a Imigração cobrar exame de Covid. Não é exército. É Gendarmeria. O Exército Argentino não sai do quartel a não ser que seja operação de apoio autorizada pelo presidente do país. É igual ao Brasil. A Gendarmeria é uma força de presença em fronteiras. São militares de fronteira. Outra notícia disse  que a Polícia Argentina estava extorquindo. É bom lembrar que não existe polícia argentina assim como não existe polícia brasileira. Cada província tem a sua. No nosso caso é a Polícia de Misiones. 

As encruzilhadas conhecidas por Foz do Iguaçu ligadas à logística, ao turismo, à exportação e à importação poderiam ser melhoradas e em alguns casos "resgatadas". Lembra da época em que existia um setor em Foz chamado de "Exportação"? Lembra da potência da Vila Portes e parte do Jardim Jupira na época da exportação intermediada por negócios que duraram até o início dos 90 após a chegada do Mercosul e a concessão da BR-277?  Desde então Foz perdeu o controle de suas iniciativas para induzir alguém a alguma coisa e de exercer influência aproveitando sua posição estratégica. 

Continuará como: Foz acha que tudo que reluz é ouro      

 

domingo, 1 de maio de 2022

Até o último hectare

Vamos desmatar até o último hectare

Estive hoje no Bosque dos macacos, e fiz estas imagens. A primeira é desoladora. Este era o lar destes animais. Quando penso o que era esta cidade há uns setenta anos e quanto já devastamos em nome do progresso. Havia uma família de Russos, que estão passeando. Perguntei a eles como souberam e me disseram que foi pelo Google. Isto era um atrativo turístico até. Alimentavam os macacos com bananas. Mas havia outras pessoas que estavam dando biscoitos e doces. Ciente do problema, disse a eles que isso causa mal, ao que me responderam: -mas eles gostam. Além da destruição do seu habitat, agora também vamos destruí-los com alimentação errada? Não tem jeito, a humanidade. É mais fácil ensinar aos macacos que depois de comerem- com moderação; usem fio dental e escovem os dentes! Socorro! Que humanidade estúpida!

Uma família de russos veio visitar






Esta é uma publicação do amigo Alberto Federico Wild Mendoza em sua conta no Facebook que reflete sobre a destruição de uma pequena área em Foz do Iguaçu conhecida como Bosque dos Macacos. A cidade inteira protestou. Sinal de progresso.  Leonardo da Vinci profetizou que um dia um crime contra um animal seria um crime contra a humanidade. Esse dia está chegando, aos poucos, mas pode ser tarde demais. A destruição do Bosque dos Macacos é um símbolo da nossa. Até lá vamos destruir até o último metro quadrado.