quinta-feira, 26 de maio de 2022

Para lembrar: Foz do Iguaçu iria ter um porto! Governo chegou a anunciar a desapropriação de terrenos



Fonte Memória Biblioteca Nacional 

O senhor que aparece na foto com os filhos no Marco das Três Fronteiras se chama Gilvan Farias. Ele era funcionário da Empresa  de Portos  do Brasil (Portobras) então ainda chamada de Serviço de Navegação da Bacia do Prata S.A. Quando Gilvan chegou em Foz do Iguaçu em 1967 sua missão era A missão de Gilvan era dar início aos estudos de viabilidade para a construção do futuro Porto de Foz do Iguaçu.  Porém, o futuro do "futuro porto" de Foz do Iguaçu já estava determinado a não acontecer desde 1966 quando foi assinada a Ata das Cataratas para a construção de uma hidrelétrica entre Brasil e Paraguai para "aproveitar" o rio Paraná. 

A assinatura da Ata foi importante porque desde 1965, um destacamento do Exército Brasileiro estava acampado em Porto Coronel Renato Lugar que para os paraguaios era Paraguai e para os brasileiros era Brasil. Assinar a Ata significou a retirada das forças brasileiras do território do conflito ao mesmo tempo em que aparecia um solução diplomática definitiva já que o lago da futura usina iria inundar o Puerto Renato para sempre acabando com o motivo de encrenca entre as duas repúblicas.

Antecessora da Portobras e "rainha" da época de ouro da navegação no rio Paraná

E o Porto de Foz?

A ideia parece ter continuado já que em 1969 mesmo com a Ata das Cataratas de 1966, o presidente deu motivo para a publicação da nota no jornal apresentada aqui (Acima). Em 1973, foi assinada a Ata de Itaipu também chamado Tratado de Itaipu, esse sim para a construção definitiva da Itaipu Binacional.

Em que altura do campeonato o Porto de Foz do Iguaçu saiu da agenda? Em que momento o Brasil perdeu o interesse no Porto Internacional de Foz do Iguaçu? Parece ter sido uma questão de projeto e a resposta parece ter vindo das autoridades que não incluíram no projeto a construção de uma eclusa como a do Canal do Panamá ou a da Usina de Yaciretá na Argentina, a segunda usina binacional das Américas, rio Paraná abaixo. De vez em quando a ideia de uma eclusa volta à tona desta vez por parte dos setores empresariais que sonham com a implantação de um transporte bimodal, trimodal de verdade e faz voltar a discussão do Porto de Foz ligando o Porto Meira a Buenos Aires. Mas foi graças à não continuidade do Porto que o Marco das Três Fronteiras passou a ser um "ponto" turístico graças a esposa do Gilvan. 



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