Até 1972, O "Marco brasileiro" como a gente costuma chamar o Marco das Três Fronteiras, Brasil, não tinha estrutura nenhuma para receber visitantes. Suponho que já se comentasse sobre ele na cidade e, como fotos antigas revelam, era um lugar onde se fazer grandes fotos de grupos. A foto ao lado dá uma idéia de como era o Marco das Três Fronteiras durante a maior parte de sua presença nesse canto do Brasil e da América do Sul. Um pioneiro de Foz do Iguaçu, João Raimundo Júnior, o Jango, disse que até certo tempo o Marco das Três Fronteiras era “coisa do Exército”. Eram os soldados que mantinham o lugar. O ex-prefeito de Foz do Iguaçu, Osires Silva, confirma e diz que o Exército mandava os soldados cuidarem do “marco”. “Mas era só uma pedras amontoadas” – destaca Jango.
Gilvan e os filhos no Marco das três Fronteiras - já aparece a primeira lanchonete e lojinha da família nos fundos (Foto da família)
Em 1967, um funcionário público que trabalhava para a hoje extinta Empresa Brasileira de Portos S.A. – Portobrás, Gilvan Farias chegou a Foz do Iguaçu e se estabeleceu na área do Marco das Três Fronteiras que, na época, embora fosse federal, estava na propriedade da antiga Serraria e Madereira Amambay de Gregório Rubens.
A missão de Gilvan era dar início aos estudos de viabilidade para a construção do futuro Porto de Foz do Iguaçu, que não saiu do papel. Um dos motivos que desanimou o Governo de fazer um porto era a possibilidade de sair a Usina de Itaipu e a possibilidade de haver uma "morte" da navegação no Paraná. Com Gilvan veio a esposa, Maria Claudina Farias. Ela conta que assim que chegou se deslumbrou com a possibilidade de viver em um local privilegiado, em um ponto de onde se via três países e dois rios. Logo a Portobrás começou a levantar as terras para desapropriação da área. Em 1971 saíram as primeiras escrituras.
A família adquiriu parte do terreno na área onde construiu uma casa e onde a família passou a morar. Maria Claudina, logo começou a se perguntar: por que esse lugar não era conhecido e visitado turisticamente? "Em 1972 isso começou a funcionar como ponto turístico”, lembra Maria Claudina que depois de 30 anos, continua encantada com o Marco das Três Fronteiras, onde além da casa, funciona o Recanto dos Três Marcos. Um ano importante para o Marco Brasileiro foi 1974, segundo ela, após a assinatura do Tratado de Itaipu e quando a cidade começou a crescer. “E o Marco cresceu junto com a cidade”, destaca Claudina.
Após a publicação do Decreto Lei 1470 de junho de 1976, os brasileiros tiveram de pagar um depósito compulsório de mil dólares para obter ou renovar passaporte ou simplesmente para sair do País. A medida ajudou o turismo interno incentivando viagens dentro do Brasil. No pacote foram incluídos os Vôos de Turismo Doméstico (VTD) que levantaram o turismo brasileiro especialmente para Serra Gaúcha, Salvador, Foz do Iguaçu. Como resultado, no Marco das Três Fronteiras Brasileiro, passou a haver engarrafamento de ônibus de turismo carregados com visitantes. Nessa época chegou o empedrado, o estacionamento. Durante o tempo, houve esperança de que o Centro de Convenções de Foz do Iguaçu fosse construído aqui.
O Marco é lugar de projetos. Nos anos 90 outro projeto foi anunciado. Desta vez era um projeto que teria a participação da Espanha e se chamaria Memorial Cabeza de Vaca – homenagem ao espanhol reconhecido como sendo o primeiro não-índio a ver as Cataratas do Iguaçu. E daí veio o projeto de se construir uma torre que terá no topo um restaurante giratório. O projeto foi licitado, vencido, inciado, paralizado, se enrolado. Mas daí, há outros, segunda ponte com o Paraguai, teleférico trinacional e outros. Aí está um lugar que deve ser visto com mais carinho. É um lugar único! Não posso deixar de mencionar o Espaço das Américas construido pelo Governo do Estado que está lá mas ainda não pôde mostrar todo o seu potencial!
Acompanhe o Blog do Marco das Três Fronteiras editado por um dos filhos de Gilvan
Nenhum comentário:
Postar um comentário