sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Saída de Iaô ou nascimento de um filho de candomblé em Foz

Primeira saída de Iaô - Iniciado é trazido ao barracão 
Depois de 14 dias em confinamento, o mais novo filho de candomblé de Foz do Iguaçu foi mostrado ao público. Ele tem mais 28 dias pela frente antes de voltar á vida normal e poder beber, comer o que quiser inclusive sexo. O Blog de Foz teve o privilégio de assistir a cerimônia quase por acaso. Como estou visitando diversos templos para registrar esta diversidade de Foz do Iguaçu, fui convidado a conhecer o Templo da Mãe Jô. O filho natural dela, pois ela tem muitos filhos, o Pejigan Natan Ferreira explicou que a cerimônia do dia incluiria a Festa das Yabás  ou Yagbás - quer dizer a festas da Orixás femininas; três saídas de Iaô;  uma obrigação de um ano de um membro chamado Pedro de Osogiyan e depois uma festa para celebrar a noite. Como já acompanhei várias festas este ano, eu já entendia o significado de Yabás. Mas Iaô, eu não sabia e perguntei.
Pai Cassiano Togun dirige cerimônia que anuncia o nome espiritual
Natan me explicou que se tratava de uma iniciação. Iniciações de candomblé acontecem com frequência nos tempos de candomblé de Foz. Mas, como sabemos, é coisa que ninguém fala. Para mim foi a primeira vez e confesso fiquei orgulhoso. É muito bonito. Assim me dá prazer poder dizer ao mundo que Foz do Iguaçu tem candomblé e você não precisa ir à Bahia para acompanhar.Gosto de lembrar que uma cidade que se orgulha e bate no peito  dizendo que tem 70 etnias, não pode pretender esconder a presença da herança cultural, espiritual, religiosa de etnias negras, que continuam  presentes e melhor, seus templos são frequentados por todos: negros, brancos, paraguaios, argentinos e recentemente latino-americanos unileiros.

Mãe Jô com Pedro de Osogyan - obrigação de um ano
Orixá Oyá dança e distribui acarajé
A tradição é passada de pai para filhos ou mãe para filhos, os templos têm herdeiros e a comunidade é forte, bem costurada. acolhedora e amiga. Já comecei a conhecer pelo menos 10 templos, barracões e terreiros em Foz. As diferentes "casas" são independentes. Todas têm o mesmo "fundamento" mas cada casa tem sua maneira. As matriarcas e patriarcas participam, homenageiam as festas das outras casas e é normal que se visitem e participem.
Terceira saída de Iaô
Na festa de iniciação na casa da Mãe Jô, encontrei a Mãe Iá Amanda  do Porto Meira, responsável pela festa de Iemanjá em fevereiro;  o Pai Idelmar de Oxum do Jardim Petrópolis e o Pai Cassiano Togun da Vila Adriana. O Natan me alertou e guiou no acompanhamento e me dizia quando podia fotografar - o que pude fazer na maior parte da cerimônia exceto na hora cerimonial particular de declarar a  festa aberta e pedir a proteção dos Orixás. A casa estava lotada com gente de todas as profissões e idades. "Aqui são todos iguais perante o Orixá", disse Natan de maneira super sábia para quem é tão jovem ainda. 

Finalmente chegou a hora da primeira saída do até então recluído. A Mãe espiritual do inciado o trouxe ao meio do salão e o acompanhava em seu trajeto de saudação. Havia no salão uma alegre expectativa no ar e alegria genuína. Ele foi trazido à sala em outras duas ocasiões sempre após mudar de roupa e pintura no corpo. Na terceira saída, Além da Mãe Jê ele teve a companhia do Pai Cassiano que anunciou o nome espiritual, ou orunkô dele.´Foi uma hora muito bonita deste verdadeiro rito de passagem. Ali nasceu, passou a existir o novo membro da família.
 
Em algum momento entre as saídas, Pedro de Osogiyan que cumpria o rito ou obrigação de um ano de iniciado. a terceira saída. Por esta altura, as yabás já se haviam feitas presentes incorporando nos seus médiuns. Os orixás descem e ficam presentes, participam, dançam, não conversam, mas distribui energia só por estar ali.  A Orixá Oyá entrou no salão carregando no ombro um cesto decorado repleto de acarajé. Ao passar pelos presentes, as pessoas apresentam suas mãos como maneira de emitir e atrair boas energias do Orixás; há quem toque nas vestes e há aqueles, a quem os orixás se dirigem, oferecem alguma coisa, tocam e lhes fazem sentir privilegiado. Não pude deixar de não pensar: é como se um cristão pudesse chamar os apóstolos, os santos, profetas de antigamente para uma reunião e compartilhar espaço com eles.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O II UFOZ terminou e deixou saudades


O palestrante Stephen Bassett do PRG conversa com o participante Luiz Ângelo tendo Jaime Maussán da TMTv do México no plano de fundo (ou engarrafamento de experts)
O II UFOZ - Fórum Mundial de Ufologia terminou há uma semana,no
domingo, 24 no Hotel Golden Tulip em Foz do Iguaçu. Para mim que já estive no I UFOZ, o encontro deixa saudades. É uma das maiores concentração de palestrantes especialistas por metro quadrado. Todos estudam a ufologia, cada um a partir de uma plataforma individual e diferente. Todos concordam com muita coisa mas não necessariamente aceitam tudo o que ouvem. Físicos nucleares, militares, pilotos de Força(s) Aérea(s), jornalistas encucados com o fenômeno e até lobistas, no boníssimo sentido, como Stephen Bassett que nos Estados Unidos trabalha para que o Congresso e o Senado façam "o disclosure" desta questão. Ele é um dos grande nomes da Exopolítica que seria uma "relações exteriores para assuntos de fora (EXO) da terra. 



Autor Donald Schmitt no UFOZ com seu livro: Testemunha de Roswell sobre o maior encobertamento da história sobre o tema UFOs
Esta palavra "disclosure" é muito interessante. Eu sempre tive dificuldades de traduzi-la. Mas no Fórum, um senhor que vinha atrás de mim, em um grupinho, na hora da saída, conversava animadamente sobre a palestra de Bassett. Ele peonunciou a  palavra "desacobertamento". Logo adiante me desculpei e disse: obrigado pela ajuda. Escutei, sem querer a palavra "desacobertamento" em vez de ficar repetindo "disclosure". O senhor, geralmente muito sério, riu e disse: é gosto da palavra porque o que está acontecendo é um "acobertamento". 

Humor / Pesquisa e artesanato ufológico: visitantes ETs realizam intervenção em espécime terrestre do gênero feminino

O organizador do Fórum me comentou, semanas antes em um entrevista no jonal local onde trabalho que esperava uma participação maior de gente de Foz no evento. Eu disse duas coisas. A primeira que o povo de Foz do Iguaçu sofre de um "síndrome do para evento turistas". É normal ouvir que 3 mil, 4 mil pessoas estão em Foz para discutir o controle de satélites em evento do INPE e da Nasa, por exemplo. Então só bicho grilo vem. No caso do UFOs mesmo que goste vai pré-pensar que o evento é para gente muito adiantada, endinheirada ou tapada de vez. Não para ele. Registro a participação do Instituto Internacional de Extraterrstriologia (Extracons) uma pré-instituição conscienciocêntrica quer dizer centrada na consciência e está sendo formalizada. A nova instituição está sediada no bairro Cognópolis de Foz do Iguaçu e mais especificamente noespaço chamado Discenimentum.Logo volto a falar do Extracons.




Apresentação de palestrantes na abertura

A variedade de pessoas em um evento sobre este assunto é fantástica. Descobri um estande-mesa de uma editora de Contagem (MG) chamada Casa dos Espíritos. Uma colega espírita me perguntou, meia chocada, "o que um espírita faz em um evento de Ufologia? Eu não respondi mas passei um catálogo da editora pra ela e dei ainda uma brochurinha chamada "degustação literária". A brochura continha duas páginas de amostra de um dos livros psicografados por Robson Pinheiro. Quando ela se aprofundou na leitura eu sumi. Pensei: foi fisgada! Minha parte já fiz: soprar ideias ao favor do vento e quem quiser que vá atrás.     

Os monumentos de Foz do Iguaçu e o centenário: GRESFI

Esta placa em si já é um patrimônio de Foz
No ano que vem, em junho de 2014, Foz do Iguaçu  vai completar 100 anos de emancipação político-administrativa de Guarapuava. No mesmo ano, em novembro, a Terra das Cataratas poderá celebrar, se quiser, 125 anos da fundação da Colônia Militar do Iguassu. Espero sinceramente e do fundo do coração que Foz do Iguaçu, comemore as datas. Cobro esta celebração. Já não é mais possível que nossa maravilhosa cidade leve a vida como se estivesse vegetando - e isso sem ofender os vegetais. Aproveito para pedir aos militares de Foz do Iguaçu para ajudar a celebrar a fundação da Colônia que deu origem à cidade. A Colônia Militar foi a primeira presença oficial brasileira na foz do rio Iguaçu.  Para ajudar, repúblico aqui a foto (acima) de uma placa a que se encontra hoje no Clube GRESFI antigo aeroporto de Foz do Iguaçu localizado na Avenida JK no Centro da Cidade. Ofereço dois links que lembram momentos importantes do Aeroporto de Foz do Iguaçu e também uma homenagem ao arquiteto Angelo Murgel que projetou o prédio do antigo aeroporto de Foz do Iguaçu (hoje GRESFI) e outros edifícios famosos em parques nacionais e escolas no governo do presidente Getulio Vargas.    

sábado, 23 de novembro de 2013

Capacidade de Carga em Turismo - conceitos perigos

Esta nota é uma republicação do original no blog Notas do Turismo

Só para não ficar sem dizer nada, lembro, hoje, aqui e agora o conceito de "capacidade de carga" em turismo. Segundo estudos de van Houts existem várias espécies de limites de capacidade. Ele cita "capacidades" de carga física, psicológica, social e econômica, entre outras. 

Doris Rusch, uma grande pesquisadora do turismo lembra que capacidade de carga "é o número de turistas que uma área pode acomodar , antes que ocorram impactos negativos no ambiente físico, nas atitudes psicológicas dos turistas, no nível de aceitação social da comunidade receptora e no nível de otimização econômica". 

Ela vai mais fundo e detalha o que quer dizer cada uma das diferentes variedades de "capacidade de carga" acima. Por exempo: a Capacidade de carga física envolve duas áreas: capacidade máxima de acomodação de pessoas e deterioração física do meio ambiente provocada pelo turismo.

Capacidade de carga psicológica terá sido ultrapassada quando os turistas sentirem desconforto na destinação que pode ser provocado por razões tais como: percepção de atitudes negativas por parte da população local, excesso de pessoas na área.

Capacidade de carga social estará ultrapassada quando os moradores da localidade não aceitarem mais os turistas, por que eles destróem seu meio, agridem sua cultura e impedem sua participação nas atividades e freqüência a lugares que lhes pertencem. É quando aparecem placas do tipo: Tourists Go Home! ou Turistas piquem a mula!

Capacidade de carga econômica está relacionada com a rentabilidade dos equipamentos e a filosofia comercial dos empresários e órgãos públicos: tenta-se atrair o maior número de pessoas para uma destinação, desconsiderando a quantidade ideal para a rentabilidade do setor. Como se sabe, o excesso na quantidade de turistas diminui a qualidade dos produtos e serviços prestados provocando a rejeição do local para viagens futuras.
Exercício: leia e lembre o que pode estar acontecendeo em seu "destino". O lucro está lá embaixo? Há a impressão de que o lugar já deu o que tinha de dar? Os moradores locais detestam turistas e estão planejando ir embora? É o que acontece na Espanha, no litoral paulista e muitos outros lugares e significa que o limite psicológico das pessoas foi abusado. A poluição cresceu? A sua baía, praia, lago viraram esgotos? Então o problema é de carga física. Pense nisso!



*Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente
 Por Doris Van De Meene Ruschmann

Prefeito de Foz sanciona lei para repatriar restos mortais de Schimmelpfeng e M. Guilherme

Já que Foz do Iguaçu está caminhando para seus primeiros 100 anos de emancipação político-administrativa, o Blog de Foz tem se divertido procurando novidades, fatos históricos e casos. Nesta procura, o Blog encontrou esta lei ordinária de 14 de junho de 1949 que previu trazer os restos mortais de duas figuras ilustres de Foz do Iguaçu de volta para a terrinha. Os beneficiados pela lei seria o primeiro prefeito e Coronel Jorge Schimmelpfeng e o Monsenhor Guilherme Maria Thieletzk, ambas figuras merecedoras da reverência histórica da cidade. A lei sancionada pelo prefeito Júlio Pasa nunca foi cumprida. Como nesta Foz do Iguaçu, as coisas não mudam, pelo menos não o padrão, dá para imaginar que após a sexta-feira, 10 de junho de 1949, tenha havido debate aquecido para aprovar a lei que teria tido um valor super simbólico. Mas não deu. Monsenhor Guilherme continua na memória graças ao colégio, a avenida e a Santa Casa Monsenhor Guilherme, esta já podendo ser deletada da memória por ser um fato vergonhoso e embaraçoso para cidade. Confira a lei abaixo:        


LEI Nº 24, DE 14 DE JUNHO DE 1949


AUTORIZA O PREFEITO MUNICIPAL A PROCEDER A REMOÇÃO DOS RESTOS MORTAIS DO MONSENHOR GUILHERME MARIA THIELETZK E DO CORONEL JORGE SCHIMMELPFENG


A Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná, decreta e eu, Prefeito Municipal, sanciono a seguinte lei:

Art. 1º
Fica autorizado o Prefeito Municipal a proceder a remoção dos restos mortais do Monsenhor Guilherme Maria Thieletzk e do Coronel Jorge Schimmelpfeng, para esta cidade de Foz do Iguaçu.

Parágrafo Único - Prévia execução do disposto neste artigo deverá entrar o Prefeito Municipal em entendimento com as autoridades eclesiásticas e famílias dos mortos, de modo a obter-lhes a conformidade.

Art. 2º
Fica o Prefeito Municipal, autorizado a entrar em entendimento com as autoridades eclesiásticas para que os restos mortais do Monsenhor Guilherme Maria Thieletzk tenham sepultura na Igreja Matriz local, estando, também autorizado a exigir mausoléu condigno, no Cemitério Municipal local, para repouso dos restos mortais do Coronel Jorge Schimmelpfeng.

Parágrafo Único - Em ambos mausoléus, de par com as indicações de nome e datas, procederá, o Prefeito Municipal a inscrição dos dizeres seguintes: - " A seu benfeitor amigo - O Município de Foz do Iguaçu".

Art. 3º
Fica aberto o crédito de Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros) para a execução do autorizado pela presente Lei, devendo o Sr. Prefeito Municipal, propor a consideração orçamentária.

Art. 4º
A presente lei entrará em vigor, na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Edifício da Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu, em 14 de junho de 1949.

JÚLIO PASA
Prefeito


Fonte