Foz e Região


Sobre Foz

Foz do Iguaçu é minha casa. É uma cidade complexa, caipira e cosmopolita, transfronteiriça turística, atrativa e traída. Localizada no local onde o os rios Iguaçu e Paraná se encontram e onde acontece o que o Itamarati chama de Tri-Junção de países, Foz do Iguaçu, fundada pela Comissão Estratégica do Paraná, teve início como projeto de cidade à partir da Colônia Militar do Iguassu. Digo projeto por dizer porque não houve projeto e até a cidade terminou no local errado. Foz, fica no extremo Oeste do Paraná, fronteira com o Extremo Leste do Paraguai e com o Extremo Nordeste da Argentina. Faz fronteira com a Itaipu que está no extremo da grandeza e além disso é Binacional – não porque é brasileiro-paraguaia ou o contrário Paraguaio-brasileira. A Itaipu está na fronteira da Independência , mais um deslize e ela seria a quarta fronteira. Entrar nela, hoje, é mais difícil do que entrar nos Estados Unidos. Se ela fosse a quarta fronteira seria a mais chata das quatro. Tem cabine de migração, com câmara digital para tirar foto e onde funcionários chatos fazem as perguntas do tipo o que o Sr. vai fazer e quanto tempo vai ficar, com quem vai falar, por quê e sobre que assunto?

A cidade é extremamente bem dotada de gente bonita – especialmente as mulheres. Tem beleza libanesa, tem beleza teuto-paranaense, ítalo-paranaense, luso-paranaense, argentino-misionera-brasileira, negra, índia, sino-brasileira, nipo-paraguaia, nipo-brasileira, nipo-argentina e recentemente tem nipo-sino e nipo-sino-brasileira como é o caso da Eliana Tao ou nipo-líbano-brasileira como é o caso dos Osman lá da Ponte da Amizade. A Itaipu trouxe muito bóias-frias, nordestinos, mineiros, goianos para trabalhar no extremo buraco para construir a extrema obra que chegou à extrema conclusão de alagar as Sete Quedas para resolver uma pendenga de fronteira com o Paraguai que se chamava Porto Renato / Puerto Renato. Os peões nordestinos, mineiros se juntaram com mulheres da mesma ou de outras raças e deu naquela mistura que mora nos bairros Morumbi de I a V o que, deixando homem de lado, eu chamo de “a morena do São Francisco”.

Foz do Iguaçu sempre viveu meio no escuro, no abandono. O tenente-coronel brasileiro Joaquim de Salles Torres Homem, administrador da Colônia Militar, para aqui mandado como castigo, escreveu, em relatório, que a falta de condições na Colônia, a fome e a tristeza eram tão grandes que os soldados debandavam e a hierarquia militar ficava ameaçada. Pois é, a gente sofreu muito para chegar até aqui e achamos que Foz do Iguaçu ainda não é respeitada. Dizem que isso acontece porque ninguém nasceu aqui. Porém, isso esta mudando. Tem muita gente nascendo em Foz do Iguaçu e muita gente já nasceu (todos os meus netos nasceram e pare dos filhos nasceram em Foz. Para carregá-los eu preciso comprar uma van). A cidade continua necessitando de carinho por parte dos líderes – se é que isso existe. Foz é turística sim. Mas isso também está atravessado. Na época da Colônia Militar, em minhas pesquisas, pelo menos, nunca ouvi comentário nenhum dos dirigentes da Colônia sobre as Cataratas do Iguaçu com a exceção do tenente Edmundo de Barros que dirigiu a colônia antes do tenente-coronel Homem.

Essa relação Foz do Iguaçu-Cataratas sempre foi complicada. Continua! Temos umas Cataratas maravilhosas e para mim, também sagradas. Eu sou animista! Para mim as coisas são sagradas. A Natureza tem ouvidos e tudo é regido por alguém. Sou animista xamânico quer dizer afro-indígena-brasileiro. Foz tem muito a fazer para ser uma cidade que viva pelo menos 20% de seu potencial. Hoje a cidade vive entre a Itaipu e o Parque Nacional. As grandes atrações são de domínio federal. A cidade está no meio de mãos vazias, uma pobre no meio da opulência. Foz precisa criar. Esta é uma bandeira do Blog de Foz.

Mas isso não virá do governo municipal. O estadual de vez em quando intervém mas rouba a cidade além de empurrar decisões goela abaixo. As cadeiras da Câmara, da Prefeitura, das ONGs e entidades estão todas contaminadas com o vírus da babaquice. Quem senta nelas, fica cego. Não digo invidente digo cego! O blog destaca tudo o que é de Foz e Tri-fronteiriço para ver se em algum dia a idéia pega.

A Fronteira



Carimbo da Agência Três Fronteiras (não Tríplice) dos Correios/Foz

Todo mudo sabe. Brasil, Paraguai e Argentina se encontram aqui. Dois rios, o Iguaçu e o Paraná se encontram aqui. São Três Países. Três Unidades administrativas: um Estado, uma Província e um Departamento que pertencem respectivamente ao Brasil (Paraná), Argentina (Misiones) e Paraguai (Alto Paraná). Durante muitos anos (1926 - 1965), as Três Fronteiras eram formadas por Foz do Iguaçu, Puerto Presidente Franco e Puerto Aguirre hoje Puerto Iguazú.


O trânsito entre Brasil e Paraguai, entre Paraná e Alto Paraná, acontecia entre Foz do Iguaçu e Puerto Franco. O transporte era feito por balsa e barcos que partiam do 'Porto Oficial de Foz do Iguaçu' - hoje desativado, inexplicavelmente abandonado, vergonhosamente relegado. Na foto "scanneada" do livro do livro Reseña Histórica de Puerto Presidente Manuel Franco de Lucio Milner Ávalos, (2006) aparece um moderno ônibus 1960)sobre uma balsa. Foi na primeira viagem internacional da empresa RYSA (Rápido Yguazu SA) entre São Paulo e Assunção via Foz do Iguaçu e Porto Franco.

O Porto de Franco, ao contrário do Porto oficial de Foz, foi reativado, para a ligação Argentina-Paraguai e funciona pelo menos até que saia uma Ponte já especulada em projetos entre Puerto Franco e Puerto - Iguazu.
A Ponte da Amizade mudou tudo. Fez nascer Puerto Presidente Stroessner hoje Ciudad del Este que acabou com a prosperidade comercial de Presidente Franco e apagou qualquer influência da população mais velha da fonteira: Tacuru Pucu hoje Hernandarias.

O Trânsito ou tráfego entre Brasil e Argentina acontecia pelo rio Iguaçu. Entre o Porto Meira e Puerto Iguazú. Clique na foto para ver detalhes de um dia típico na movimentação no Porto Meira. A Ponte da Fraternidade ou Tancredo Neves (1985), acabou com o Porto Meira como porto. O bairro ficou perdido e parado. Interessante é que nos projetos para a Nova Segunda Ponte se lê, Ponte entre o Porto Meira e Ciudad Presidente Dr. Manuel Franco.

Enquanto o trio de cidades fronteiriças era formado por Foz-Franco-Iguazú, a região era tranquilamente conhecida como Três Fronteiras. As pessoas, da época, curtiam esse fato de ser três. Uma espécie de Trindade. Havia estabelecimentos com nomes que celebravam essa tri-situação: Bar Três Fronteiras, Três Nações e Merceria e Pensão Três Moedas eram exemplos disso. Até chegou a germinar e nascer uma palmeira jerivá chamada "Palmeira do Tri". Hoje essa Tri-presença não anda bem. Ficou muito complicada para a maioria. Com a queda de Franco, Porto Stroessner (Ciudad del Este) assumiu o lugar e a região continuou como Três Fronteiras até os anos 90.

Foi quando a América do Sul presenciou dois atentados à bomba contra alvos israelenses. Os dois foram em Buenos Aires. O primeiro foi à Embaixada de Israel. O segundo foi à sede da Asociación Mutual Israelita Argentina (AMIA). Logo depois, apareceu, em algum lugar, em algum documento, em algum jornal o termo Tríplice Fronteira associando-a ao terrorismo. Assim a Tríplice Fronteira nasceu como um alvo militar. E é por isso que, depois de pesquisas, leituras e pensamento, este blog aboliu o termo "Tríplice Fronteira" por ser uma construção bem pensada nascida fora da região ou da "zona" como dizem os argentinos.

Após os atentados em Benos Aires, houve atividade intensa na fronteira âmbito policial. Uma das iniciativas que chegou à região foi a criação do Comando Tripartite (Foto da Logo) onde as polícias de atuação federal ou nacional das fronteiras formaram o núcleo das atividades de cooperação: Polícia Federal no Brasil, a Policia Federal Argentina) e a Polícia Nacional más incluía também outras forças.

Nem sempre o que é bom para o Brasil é bom para Foz do Iguaçu como parte das Três Fronteiras. Esse namoro do Governo de nosso presidente Lula da Silva com o Irã não é bom para nós na Tri-Junção de Países. O ministro da Defesa e Logística das Forças Armadas do Irã, Ahmad Vahidi, por exemplo, é suspeito e buscado na Argentina por participação no atentado número dois mencionado acima. Se em visita ao Brasil, por exemplo, ele viesse ver as Cataratas, a notícia não seria positiva para nós. Se ele chegasse ao Duty Free ou Puerto Iguazu ele seria possivelmente detido. É só um exemplo da complexidade da fronteira.

No cotidiano essa complexidade está por toda parte e nas coisas mais simples. O que é Iguaçu? Que imagens vem à mente dos cidadãos dos "tres lados" quando veem Iguaçu escrito como Yguazu, Iguazú, Iguassu, Ihguasu ou Iguaçu. Posso assegurar que a imagem não é a mesma.

As Três Fronteiras é complexa. Nem é terra de terrorista e nem terra de santo. Historicamente é terra de contrabando e descaminho e é bom que você entenda a diferença. A maioria não entende. O ex-prefeito de Foz do Iguaçu, Ozires Santos uma vez me disse que o Paraguai foi o maior exportador de café do Cone Sul em certa época em que o Paraguai não tinha um pé de café e Foz vivia da triangulação da exportação do grão. E a época do contrabando de pneu durante a II Guerra Mundial? Aqui já se contrabandeou TVs, gente, carro, peças, divisas, armas, drogas, remédio cada uma dentro de sua categorização legal (descaminho, lavagem, tráfico). Mas grupo terrorista político, não foi provado. Quando os revolucionários do que seria a Coluna Prestes passou em Foz do Iguaçu em 1924, a cidade inteira fugiu para Puerto Iguazu incluindo as autoridades, delegado e policiais. Essa época deve ser lembrada nem que seja para fazer uma minisérie para o Casseta e Planeta.

As Três Fronteiras sempre foi terra de se fazer dinheiro. Aqui é terra de grandes fortunas. Não pergunte como foram feitas? Ciudad del Este já faturou US12 bi por ano quando o PIB paraguaio não passa de US$ 7 bi. O que atraiu os olhos do mundo para a região foi a falta de contabilidade desse dinheiro. Se o dinheiro não ficou no Paraguai, não ficou em Ciudad del Este, não ficou em Foz para onde foi? Sem resposta. Então a CIA deu a dela: saiu para financiar o terrorismo internacional. Bem no caso de Bin Laden? A coisa é clara: a fortuna dele veio da habilidade da família em se tornar empreiteira de grandes obras e de serem sócios de famílias poderosas do mundo inclusive a família Bush. E o dinheiro, cadê?

É revoltante para os duros pagar o pato disso. E duro é o que não falta na Tri-Fron. O Alto Paraná e especialmente CDE é uma Durezalândia onde o futuro foi hipotecado nas ruas e nos camelôs. A dureza de Foz é sui generis. Me admiro com as classes e profissões brasilo-iguaçuenses: laranjas, piranhas, piranheiros e lá se vai. Puerto Iguazu é a mais nova participante não da dureza, ela tem sido campeã, mas do inchaço populacional de duros. Puerto Iguaçu explodiu. A população está indo para 100 mil pessoas. Vi em sites brasileiros, jornalistas chamarem Puerto Iguazu de bucólica. Bucólica parece ser a área central onde estão as lojas, bares e outros estabelecimentos. Mas a Puerto Iguazu de verdade está se espalhando a partir da beira do rio Iguaçu, terra adentro em uma velocidade incrível, mastigando reservas florestais, parques, áreas privadas com tudo o que tem direito. Acabou a fantasia.

A "Três Fronteiras" é "Argenbraguai" - uma mostra dos problemas de nossos países que funcionam todos sob os modelitos nacionais. A Tri-Fon ou TriFron é chamada de laboratório do Mercosul. Se funcionar aqui, vai funcionar em qualquer outro lugar.

Links para outros escritos sobre a TriFron neste blog:

As Fronteiras de Verdade
Marco das Três Fronteiras - Lugar especial
Marco das Três Fonteiras, Paraguai
Histórico - os Marcos das Três Fronteiras Brasil-Argentina
Mais sobre o Marco das Tres Fronteiras
Marco das Tres Fronteiras: por que os Governos não se interessam?
Os Marcos de Fronteira do Oeste e Sudoeste do Paraná

O Iguaçu


A palavra " Iguaçu" não é um som inocente. Basta olhar para as diferentes maneiras de grafá-la: Iguaçu, Iguassu, Iguazu, Iguazú, Yguazú, Yguasu. E desde 2005, este autor acrescentou três outras grafias: Y-Guassu, Y-Guazú ou Y-Guaçu. Do que estamos falando com todas essas diferentes maneiras de colocar esta palavra incomum no papel?

Primeiro, existem considerações nacionalistas e linguísticas. Iguaçu, escrito assim, está automaticamente identificado com o Brasil, com o universo brasileiro e lusofônico. Isso pode ser bom ou ruim. Essa é a ortografia brasileira desde a reforma ortográfica de 1940. "Iguassu" costumava ser correto no Brasil até essa reforma ortográfica. Agora, essa grafia é utilizada principalmente em Inglês e internacionalmente por companhias aéreas e operadores e agências de turismo. Há também setores como o do turismo de Foz do Iguaçu que pensa ver no "Iguassu" o nome de uma entidade transfronteiriça ligada ao turismo, ou um destino, que incluiria os três lados da fronteira. Esse uso ainda é unilateral e os proponentes dele nunca fizeram perguntas aos outros dois lados sobre esse uso.

Iguazu, ou Iguazú, é a grafia adotada pelo mundo de língua espanhola, da Espanha ao México, da Argentina à Venezuela e Cuba. A exceção é o Paraguai. Na área de fronteira, Iguazú está associada com a Argentina.

A grafia adoptada no Paraguai é "Yguazú" quando se refere às Cataratas ou para a cidade de Foz do Iguaçu (Foz de Yguazú) ou para os rios Yguazú. Fora esse caso, os dicionários de lingua Guarani no Paraguai, escrevem ou grafam a apalavra guarani "guasu" com um "S" só). Há um problema não solucionado mas ese é para a espanha: ao utilizar o "Z", na palavra Iguazú, forçaria os espanhóis a pronunciá-lo com som de "th" do inglês ou do θ (Thelta) grego e aí não estaria falando do Iguaçu.

"Yguazu também foi escrito como "Ihguasu" por grandes nomes entre eles o cientista suíço Mosè Giacomo Bertoni (localmente conhecido como Moisés Santiago Bertoni. Na época o som "Y" era grafado "Ih" no Paraguai. A questão da grafia e uso do guarani é uma questão complexa muito complexa. Eu não gostaria de arranjar uma encrenca com a Academia Paraguaia de Lingua Guarani.

Ao contrário de todas as outras pronúncias das diferentes grafias, a pronúncia do guarani "Y" é definitivamente diferente de qualquer outro som na Terra. É aconselhável que você não perca a oportunidade de ouvir a pronúncia do "Y" guarani pronunciada por um paraguaio. Basta pedir que diga como é "Água" em guarani.

Finalmente, como falei acima, desde 2005 fiz aparecer uma grafia para a palavra completamente não-oficial. O detalhe é a manutenção do "Y" separado por um hifen do restante da palavra que pode adpatar-se às grafias em uso: "Guassu", "Guaçu", "Guazú" ou "Guasu". O hífen está lá para indicar que a palavra é mais do que uma palavra. É uma frase, um mantra. O "Y-Guaçu", assim escrito, representa tudo o que Y-Guaçu representa, não só as Cataratas ou o rio, o arco-íris ou a água, turismo e meios de subsistência para muitos, mas uma cosmovisão guarani, xamânica e neo-xamânica completa.

No Paraná "Iguaçu" é um rio, que tem um vale extenso, onde há muitas cidades e gente morando nelas. Ao longo dele, no médio Iguaçu há hidrelétricas e no final estão as Cataratas. Alto Iguaçu, Médio Iguaçu, Baixo Iguaçu e Iguaçu Inferior são nomes que se usam para identificá-lo. A partir de Capanema, o rio Iguaçu passa a ser internacional. Ele é o Baixo Iguaçu para os brasileiros e Alto Iguaçu para os Argentinos. Depois das Cataratas ele é o Iguaçu inferior para brasileiros e argentinos. Para os paraguaios, esse é o Río Yguazú II a concorrência é engolida porque ele é o rio das Cataratas que os paraguaios valorizam e respeitam além de "fazer a fronteira" do Brasil e Argentina que não tem nada a ver com eles. Río Yguazú para o Paraguai é outro. É um Yguazu mais conhecido por ser vizinho da Colonia Yguazu, uma colônia japonesa,no Alto Paraná logo depois de Mingá Guazú! Bem-vinda! Bem-vindo ao Iguaçu, uma região conceito das Américas! Há outras regiões conceito nas Américas, destaco: Província do Guairá, Amazônia, Patagônia, Araucanía, Orinoquía. São regiões com personalidade.


Outros dados:


Terreno de Foz - ondulado, solo vermelho de origem vulcânica, rico sobre camada de basalto formada entre 200 e 120 milhões de anos. Estar na borda do terceiro planalto propiciou a fragmentação do basalto e a formação de cachoeiras quem tem nas Cataratas do Iguaçu seu maior exemplo. As elevações suaves em toda a cidade levam à fundos de vales de rios iguaçuenses. Na foto região sobre influencia do rio Mboicy (Boicí)

Distâncias de cidades brasileiras
Cascavel 150
Curitiba 637
Brasília 1.573
São Paulo 1.047
Rio de Janeiro 1.472
Florianópolis 944
Porto Alegre 986

Distâncias entre Foz e cidades Mercosulinas
Posadas, Argentina 302km
Asunción, Paraguai 326km
Buenos Aires, Argentina 1.350km
Montevidéu, Uruguai 1.336km


Conexões rodoviárias
BR-277
Ruta 2 CDE - Caaguazu / R 1 Caaguazu - Asunción
Ruta (RA) 12 Puerto Iguazu - Buenos Aires

Aeroportos
Aeropuerto Internacional Iguazu (P.Iguazú)
Aeropuerto Internacional Guarani (Mingá-Guazu / CDE)
Aerporto Internacional de Foz do Iguaçu-Cataratas (Foz do Iguaçu)

Rodoviarias
Rodoviária Internacional de Foz do Iguaçu
Terminal de Omnibus (Rodoviaria) de Puerto Iguazu
Terminal Internacional de Omnibus de Ciudad del Este
 

 
Três Fronteiras
É uma região onde Argentina, Brasil e Paraguai se encontram. Os três lados são separados por dois rios.

Nomes 
Três Fronteiras (Nome utilizado pelo povo tri-local)
Tres Fronteras (Nome tri-local em espanhol) 
Mbohapy Rembey (Guarani, literalmente, Três Margens) 
Tríplice Fronteira (Nome usado pelo establishment)
Tri-Fron ou TriFron (Nome utilizado por este blog)
Tri-Junção (nome usado pela comunidade diplomática)

3F - Usado em títulos e manchetes de jornais quando não há muito espaço
 

Nomes internacionais
Tres Fronteras (Español)
Trois Frontièrs (Français)
Triple Frontera (Español, militarizado)
Triple Border (English, FBI, CIA, Mossad)
TBA (Inglês para Triple Border Area)

Tri-Junction (Itamarati, Direito Internacional)
Triple Frontier (Holywood - futuro filme de Bigelow)
Alemão: Dreiländereck

 



Cultura na 3f



"Nem só de pão vive o homem ( e a mulher também)"
Uma tentativa de dar um visão geral da produção de informação e alimento para a cabeça, o cérebro e o pensamento na região da Tri-Junção de Países, Três Fronteiras ou TriFron! Tudo aqui pode mudar! Não é a última palavra!

Imprensa, Universidades e Comunicação

Foz do Iguaçu não vive seu melhor momento no que se refere à imprensa. Agorinha, a cidade de 260 mil habitantes só tem um jornal diário – A Gazeta do Iguaçu. O Jornal do Iguaçu que era o segundo diário da cidade fechou no ano passado por, como pontualizam muitos, perseguição política. Jornais brasileiros de outras cidades que circulam em Foz: Gazeta do Povo, Gazeta do Paraná e a Folha de São Paulo. É necessário averiguar, mas há alguns anos recebíamos mais jornais. 

In memoriam
Apesar da situação em Foz, o fermento da imprensa está aí. E ainda apesar de só ter um diário, há dois jornais semanais (Primeira Linha – tradicional com classificados grátis e que tem um caderno de noticias, O Iguassu, mais novo), quinzenais e mensais que pertencem a jornalistas, associações de bairros e outras iniciativas como o Pioneiro, Cachola, Entrebairros, Jornal dos Bairros, Jornal da Vila A e o Jornal da Mulher aparecem quando dá. Um exemplo é o jornal chamado de "O Jornal" de autoria de Romero Sales*, paraibano de Campina Grande, residente em Foz há anos é chamado carinhosamente como o jornal do Preá - devido ao fato de usar o substantivo em uma coluna interna. O Cachola é editado no bairro de Três Lagoas e circula em vários bairros da cidade e até no centro. Tem uma boa distribuição e está aí ocupando o seu seu espaço.
Três Lagoas



Santa Terezinha de Itaipu

O Cachola é editado no bairro de Três Lagoas e circula em vários bairros da cidade e até no centro. Tem uma boa distribuição e está aí ocupando o seu seu espaço. O primeiro número do jornal publicado pela comunidade islâmica de Foz do Iguaçu. É um jornal dedicado à temas religiosos, divulgação do islam (islã) e assuntos da comunidade. (Este parágrafo está sendo escrito no dia 20 de junho de 2014 e é uma atualização. Com a exceção d'A Gazeta do Iguaçu, todos os jornais mostrados acima estão inativos ou com publicação muito reduzida - uns por problemas financeiros e outros por problemas políticos, digo de oportunismo político. Um novo jornal apareceu na cena iguaçuense. É o Tribuna Popular que é diário na versão online e semanal na versão impressa. A linha dele é policial explícita e em segundo lugar cacetear o atual prefeito Reni Pereira. Ele é fiel ao grupo do ex-prefeito Paulo Mac Donald).


Revistas de Foz
Há quatro revistas em Foz do Iguaçu. Elas são a 100 Fronteiras, a DivaMag,e a revista Revista Painel, a mais antiga. A revista Holoteca é uma publicação anual, dirigida do Centro de Altos Estudos da Conscienciologia. 

Foz na Internet

Na internet, a cidade conta com portais jornalísticos (H2Foz, Clickfoz, TudoFoz, Foz on Line, o Click Foz Notícias, blogs pessoais, de opinião como o Linguaditrapo ou HLucas, políticos de oposição e de divulgação turística. Destaque para a iniciativa do blog Sopa Brasiguaia que traz noticias paraguaias e da fronteira em português e sem falar dos sites de busca Tudo Foz do Iguaçu e Tudo Foz.com.br. (Atenção: o Sopa Brasiguaia deixou de ser atualizado)

Rádios
Rádio Cultura, CBN Foz, Transamérica. Já volto com mais!

Imprensa em Ciudad del Este
Comparada com Ciudad del Este, a cidade paraguaia vizinha, Foz do Iguaçu perde feio, na área de imprensa. Ciudad del Este um diário impresso (Vanguardia e nela circulam ainda todos os jornais paraguaios de distribuição nacional (ABC Color, La Nación, Ultima Hora, Diario Popular (em espanhol/jopará, Diario Noticias (Somos Paraguay) e o Crónica além de sites jornalísticos como o TN Press, Diario de Ciudad del Este, Democratimente etc (vou atualizando).

Imprensa em Puerto Iguazú
Em Puerto Iguazu, Argentina, circulam todos os jornais da Província de Misiones (El Territorio, Misiones on Line, Primera Edición, Noticias de la Calle) todos com versão online e em papel e há ainda portais locais como La Voz de Cataratas e TN Iguazu. Puerto Iguazu ainda recebe diariamente os grandes jornais nacionais como o Clarín e La Nación de Buenos Aires além de revistas e jornais especializados.

TV na TriFron

Os três lados da fronteiras estão bem servidos de televisão. Foz do Iguaçu tem a TV Cataratas (RPC - Rede Globo), TV Naipi Rede Massa (SBT), TV Tarobá (BAND) e RIC (TV Record).

Está ainda na cidade as distribuidoras de TV a cabo NET e TVA com cabeamento embora com cabeamento insuficiente para cobrir a cidade. Só são servidos os bairros com renda respeitável o que significa o Centro e as Vilas A e B de Itaipu. Em Puerto Iguazu como em toda a Argentina a distribuição de TV a Cabo é mais universalizada, barata e mais abrangente.

TV aberta no Paraguai
Aguarde - já volto, espero!

Faculdades na TriFron
Até muito recentemente, o Caminho mais direto para uma boa educação em Foz do Iguaçu era a BR-277. A primeira faculdade de Foz do Iguaçu, no final da década 70 se chamou FACISA – Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas de Foz do Iguaçu que mais tarde junto com a FECIVEL (Cascavel), FACIMAR (Marechal Cândido Rondon) e FACITOL (Toledo) resultou na estadualização delas e a criação da Unioeste – Universidade do Oeste do Paraná com sede em Cascavel e campi em Foz do Iguaçu, Toledo, Marechal Cândido Rondon e Francisco Beltrão. É uma história bonita, longa e cheia de emoções! Os primeiros cursos foram na área de contabilidade. A maioria dos grandes contadores e contabilistas de Foz do Iguaçu saíram da Facisa.

Acompanhando a linha do tempo, veio a UNIFOZ - Faculdadades Unificadas de Foz do Iguaçu criada em 1993 com a participação de Romeu Tuma, Maurício Chermam, Percio Chamma Júnior, Ermínio Gatti, Acir Bueno de Camargo e José Wanderley Corrêa Simão talvez não exatamente nessa ordem. Unifoz começou como “Direito”. Hoje tem outros cursos também como hotelaria e administração. Ainda em 1993, nasce o Centro de Ensino Superior de Foz do Iguaçu (CESUFOZ) que nasceu do Colégio Objetivo. Primeiro curso: Ciência da Computação. A partir de 2000 ainda saindo Objetivo se criou a FAFIG – Faculdade de Foz do Iguaçu. Vejo, no mínimo, as duas entidades como irmãs.

Em seguida veio a União Dinâmica de Faculdades Cataratas (UDC) uma continuação do Colégio Dinâmica. A UDC arrancou em Foz com os cursos – impensáveis até então – de arquitetura e urbanismo e Comunicação com Habilitação em Publicidade e Propaganda. No mesmo ano, veio o curso de Comunicação com habilitação em Jornalismo. A maioria dos jornalistas da cidade, até então, não eram formados. Eu, eu quem? O autor desse blog, estava na lista. Entrei na lista dos aprovados do primeiro vestibular, da primeira turma, do primeiro curso de jornalismo. Isso não quer dizer que eu tenha concluído com a primeira turma.

A próxima na minha linha do tempo é a Faculdade União das Américas - Uniamérica que entrou no cenário em 2001. O gancho da Uniamérica foram os cursos na área médica e biológica. De repente começaram a sair enfermeiros, biólogos, biomédicos de uma faculdade iguaçuense. Até então, o caminho mais próximo para um diploma nessa área era a BR 277. Em 2003 entra em cena a faculdade mais nova de Foz do Iguaçu. É a Faculdade Anglo Americano tem cursos tanto na área da saúde como na área comercial. Exemplo: Administração, Relações Internacionais, Psicologia, Fisioterapia, Educação Física. A tendência original de cada faculdade ter um nicho começa a ser dissolvida. Cursos que até 2000 só se encontravam fora de Foz, hoje já sofrem concorrência com educação física, fisioterapia, psicologia. No momento, não há cursos de medicina ou odontologia em Foz do Iguaçu. Por enquanto, o caminho mais curto para uma dessas profissões ainda é a BR-277 sentido Cascavel, Curitiba etc ou virando rumo Oeste, a Ponte Internacional da Amizade. 
A situação de estudos superiores em Foz ficou bem mais complexa com a entrada da Educação a Distância (EAD). Mas não sei muito sobre a área. Vou ficar quieto! A oferta é grande. Já no horizonte, está nascendo a Unila - Universidade da Integração Latino-Americana cujo decreto foi assinado no final de 2009 pelo presidente Lula. Esta história se está escrevendo. Atualizando: a Unila está implantada. Inclusive com curso de medicina a partir de agosto de 2014.

Educação Superior no Paraguai

O lado paraguaio leva vantagens sobre Foz do Iguaçu na área médica. Ao passo que Foz do Iguaçu ainda se debate para conquistar o primeiro curso de medicina, vingará o Curso da Unioeste que anda sendo prometido? Sairá o da Uniamérica antes disso? No lado paraguaio da fronteira, o curso de medicina da Universidade Nacional de Este (UNE) já tem curso de medicina desde 2000 mas a história do curso nos manda de volta a 1993, quando a recém fundada UNE em parceria com a Universidad Cienfuegos de Cuba começaram a montar o curso. A liberação final se deu entre 1997 e 1999 com a primeira turma entrando em 2000. Entre as duas datas muita coisa aconteceu. O curso de Medicina da UNE está a cargo de Facultad de Ciencias de la Salud que responde pela sigla FACISA. Que coincidência! FACISA é um dos nomes mais famosos de faculdades no MERCOSUL embora as áreas sejam diferentes. A FACISA fica na cidade vizinha de Mingá Guazu. A UNE é pública! Na lista abaixo, a UPE tem curso de medicina e odontologia. A Uninorte tem odontologia, obstetricia, nutrição e enfermagem entre outras.

Universidades / Faculdades no lado paraguaio da fronteira:

UNE – Universidad Nacional del Este
UCA - Universidad Catolica Nuestra Señora de la Asunción
UA - Universidad Americana
UPE - Universidad Privada del Este
Uninorte – Universidad del Norte
UTIC - Universidad Tecnologica Intercontinental
UTCD – Universidad Tecnologica de Comercialización y Desarrollo

Educação superior no Lado Argentino
Até pouco tempo, Puerto Iguazu era a menor, mais bucólica cidade da fronteira. Não é mais. A cidade começou a crescer. Assim, já não basta que os alunos vão estudar em Posadas capital onde se encontram faculdades e onde está a sede da Universidad Nacional de Misiones (UNAM). Pelo que sei agora, a Universidad Catolica de Salta já tem uma base de educação a distância na cidade. Informações diretas que cnsegui no Instituto Tecnológico (ITEC) apontam para a abertura de cursos universitários na área de turismo em parceria com a UNAM.

Linguaesfera na Fronteira (TRABALHANDO)


"A camada contínua de fala que a humanidade teceu ao redor do mundo durante os últimos 50 milênios ou mais”é chmada de linguaesfera. 



“Na galáxia das línguas, a voz de cada pessoa é uma estrela”



Os recursos linguísticos da Fronteira mal começam a ser valorizados. Nos anos 70, quando alguém pedia emprego nos hotéis de Foz, sempre perguntavam: que linguas você fala? E já diziam: espanhol não vale! O Blog saúda, tirando o chapéu, para o pessoal da Habla Tradutores que organizam o Encontro Poliglota. A coisa está mudando. Linguaesfera (linguasphere) é o nome de uma organização. O termo se inspirou na "Noosfera" de Pierre Teillard de Chardin e outros que viam o conhecimento como uma espécie de nuvem que flutua sobre a geoesfera (a terra) sendo uma criação humana. Temos a geoesfera, temos a noosfera e o grupo de pesquisas linguísticas oferece a linguasfera - que à maneira da biosfera são camadas ou esferas que se sobrepõem. Se eu pudesse me elevar à uma altura como a da Estação Espacial, e tivesse um potente equipamento para captar sons da terra, veria que entre sons de baleias e macacos, buzinas, choro, risadas, música detectaríamos vozes coletivas e individuais que sobem ao espaço em pelo menos 20 mil idiomas. Linguistas conservadores calculam esse número em 6 mil. 

De todo o barulho e murmúrio saindo da linguasfera, encontraríamos, uma nuvem ou uma camada relativamente pequena, saindo da região da Tri-Junção de Países conhecida como Três Fronteiras. Além das músicas, buzinas, gritos, risadas, gemidos, detectaríamos as vozes de Foz do Iguaçu, Ciudad del Este, Mingá Guazu, Hernandarias, Presidente Franco e Puerto Iguazú. No zum-zum da linguaesfera da TriFron captaríamos sons em português, espanhol, ava guarani, guarani paraguaio, árabe, mbya guarani, aché, chinês, japonês, coreano, inglês, bengali, hindi, urdu e sons em outras línguas faladas na intimidade de casas, em hotéis e nas Cataratas (alemão,italiano, polonês, russo,catalão, turco) entre muitas outras.

Inglês, espanhol, italiano, francês, alemão, japonês, chinês e árabe são as línguas ensinadas em Foz do Iguaçu além do português para estrangeiro que pode ser encontrado com muito sacrifício, talvez, por um ou outro professor particular. Vi esses dias uma escola chamada Pai Artes e Idiomas que oferece também coreano e dinamarquês. Inglês e espanhol domina. Essa valorização do espanhol veio de fora e veio como franquia de escolas de São Paulo e Rio de Janeiro. Há uma escola que oferece inglês, espanhol, francês, italiano, alemão e árabe. A cidade já tem uma escola oficial de francês. Outra escola começou a oferecer japonês e chinês. No turismo, o boato de que russos estavam viajando levou muita gente às escolas para aprender russo. Os recursos linguísticos de Foz do Iguaçu necessitam ser valorizados. No Paraguai, as massas da fronteira aprendem português pela TV e nessa ordem: Novelas da Globo, Programas jornalísticos da Globo, programas policiais da TV Tarobá e TV Naipi - Rede Massa e aos domingos programas com Tele Sena e outras cartelas do Sílvio Santos. A história é a mesma em Misiones. A TV é mestre no ensino do português. O Brasil deveria investir nas TVs por isso. Propagação de língua é meta de relações exteriores. Não ouvi caso de brasileiros em Foz aprendendo espanhol pela TV. Muito menos guarani. Por quê? Na Europa conheço muito neguinho quer dizer branquinho que aprendeu inglês pela TV. Escute e veja a TV Paraguaia e Argentina! 

Línguas de Sinais

Uma coisa que ninguém fala: é possível organizar um encontro na fronteira de surdos-mudos da TriFron e ver a diferença da Lingua Brasileira de Sinais (LIBRAS), da Lenguaje de Señas Paraguayo e da Lengua de Señas Argentina (LSA). Tinha pensado nisso?

Atualização 2022
O tempo passa e tudo muda. Entre as coisas que mudaram estão o fim da maioria dos jornais impressos diários ou semanais de Foz do Iguaçu. Subsiste o Primeira Linha. A Gazeta do Iguaçu, fechou. Hoje há o GDia ainda impresso. A Universidade da Integração Latino-Americana (Unila) já formou médicos que foram importantes na mobilização contra a grande pandemia causada pelo Coronavírus. Já há médicos formados em Foz do Iguaçu. Outra novidade na área médica é o sucesso de cursos de medicina em Ciudad del Este e cidades na fronteira. E, a "nova ponte" com o Paraguai ou a "terceira ponte" na Tri-Fron, está hoje, 23 de abril de 2022, com mais de 80% da obra concluída.