sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Quais produtos Turísticos do Mercosul estão mortos e enterrados? Quais cambaleiam? E quais respiram?

 

Parlamento do Mercosul em Montevidéu (Foto: Câmara dos Deputados, Brasil)

Nota: Este texto foi escrito originalmente em junho de 2007. Ele sofreu algumas modificações. O propósito dele é não deixar esquecer os Produtos Integrados do Mercosul. Eles fazem falta!

Já que o Mercosul inaugurou o seu Parlamento (funciona na Secretaria Administrativa do Mercosul – SAM em Montevidéu, Uruguai) e já que o Mercosul, como “instituição”, começa a funcionar, é hora do Notas do Turismo lembrar que chegou a hora de fazer decolar os chamados “Circuitos Internacionais” na área do turismo. 

Alguns desses circuitos já têm nome. É o caso do (1) Mundo Gaúcho, do (2) Mundo Jesuítico ou Circuito Internacional das Missões Jesuíticas e do (3) Pólo Internacional Turístico do Iguaçu. Está na hora de fazer tudo isso sair do papel. Por quê? Porque a demora da implementação desses “Circuitos” está ajudando a manter milhares de pessoas, regiões inteiras na pobreza. Sem que esses circuitos do Mercosul existam segundo as regras do Mercosul, se perpetua o reino da demagogia, da politicagem, do abuso. Onde? Como? Vejamos primeiramente o Circuito Internacional das Missões Jesuíticas

Este circuito é trinacional. Argentina, Brasil e Paraguai. Na Argentina fica na província de Misiones – que, como o nome sugere, deve ter Missões. E tem. Confira aqui e agora quais são. 

Acompanhando a barranca do Rio Paraná temos o que restou das antigas Missões de: Corpus, San Ignacio Miní, Loreto, Santa Ana e Candelária. Mais para o Oeste,  ou seja do Rio Paraná para o Rio Uruguai, temos San José, Apostoles, Concepción, Mártires, San Javier e Santa Maria la Mayor. Ao longo do rio Uruguai estão: San Carlos, Santo Tomé, La Cruz e Yapeyú. 

No Brasil, que dizer no Rio Grande do Sul, temos as ruínas físicas de São Nicolau, São Borja, Santo Ângelo, São João, São José, São Luis e São Lourenço. Na lista argentino-brasileira, ou gaúcho-misionera há ruínas e ruínas. Quer dizer impactantes como San Ignacio, Santa Maria la Mayor e São Miguel Arcanjo e pequenas lembranças de que um dia houve Igreja ou um aglomerado habitacional jesuíta. 

No Paraguai, perto de Encarnación e do rio Paraná temos Jesús de Tavarangue, Santísima Trinidad del Paraná,  San Cosme y San Damián, Santiago, Santa Rosa, San Ignacio Guazú e Santa Maria de la Fé. No total, o circuito é composto por 30 antigas missões. Sete no Paraguai, Oito no Brasil e 15 na Argentina. 

Uma coisa importante, deste total, sete missões foram inscritas na Lista da Unesco do Patrimônio Cultural Mundial. São uma no Brasil (São Miguel das Missões), quatro na Argentina (San Ignacio Mini, Santa Maria la Mayor, Nuestra Señora de Loreto e Santa Ana) e duas no Paraguai (Jesús Tavarangue e Santísima Trinidad del Paraná). Tem uma coisa: as quatro missões argentinas e a missão de São Miguel estão inscritas em conjunto, ou seja, o mesmo certificado para as cinco.    

Um GOL da diplomacia e um milagre. Isso porque, só para dar um exemplo, os Parques nacionais do Iguaçu e Iguazú, um bem argentino-brasileiro na Lista da Unesco, têm dois registros diferentes. Um argentino de 1986 e um brasileiro de 1988. O Brasil, na época, disse que não havia no marco jurídico nacional, nada que possibilitasse uma “possessão” internacional, compartilhada ou duplamente comandada. Temia-se problemas de soberania. As quatro missões argentinas e a brasileira são um bem comum em termos de patrimônio. 

Em resposta ao título da postagem, o Roteiro, Rota, Circuito das Missões está vivo, respira e só precisa atenção e abordagem apropriada para colocá-lo na lista de desejo dos viajantes. Vamos falar disso.  

Quem está morto? 

Além do Circuito das Missões Jesuítas, muito se falou do Circuito Gaúcho e do Pólo Internacional Turístico do Iguaçu. A situação dos dois não está boa. O Mundo Gaúcho e o Polo Internacional Turístico do Iguaçu não estão respirando

O Mundo Gaúcho ou Gaucho (pronunciado gáucho em espanhol) incluiria os gaúchos que ocuparam os pampas – os grandes campos solitários e planos – dos dois lados da fronteira + Uruguai. Os europeus enxergaram, na vastidão dos pampas, a oportunidade de criar gado e aí desenvolveram o seu falar, adaptaram, dos índios, a maneira de caçar ema na carreira usando boleadeira e a tomar mate. Da velha Europa adaptaram músicas e ritmos que resultaram no que se chama hoje de música gaúcha ou gauchesca. O circuito turístico “Mundo Gaúcho” foi pensado (e morreu no ovo?) para mostrar ao mundo toda esta riqueza de comidas, manejo de boi, músicas, danças, maneira de falar e tudo o que nasceu do contato dos forasteiros com o “topos”, o lugar, a topografia, a meteorologia e até o sufoco da paisagem cultural. O gaúcho com seu modo de falar gerou literaturas. Na Argentina existem as obras de Martín Fierro – que mostra esta maneira de falar. O turismo que seria cultural, rural, gastronômico, ecológico (onde desse) possibilitaria a entrada de “dinheiro” para comunidades que hoje sofrem no “paraíso”. Esse dinheiro “alisaria o pelo” de todos os moradores da querência, das prendas, das chinas e de todo mundo. Mas esse circuito não saiu do papel. No meu ver, oportunidade perdida.

E o Polo Internacional Turístico do Iguaçu? 

Este "Produto Integrado do Mercosul" está ligado ao "afastamento das fronteiras".  Quando sair do papel incluirá as cidades de Foz do Iguaçu (Brasil), Ciudad del Este, Ciudad Presidente Franco, Mingá Guazú, Hernandarias (Paraguai) e Puerto Iguazú (Argentina). A ideia é que o turista legalmente admitido em um dos três países, com uma só entrada legal, possa circular dentro da área ou dos limites do Pólo Turístico Internacional do Iguaçu. Que limites?

No caso do Brasil, o turista poderia circular em todo o município de Foz do Iguaçu. Ir às Cataratas, ir ao bairro de Três Lagoas onde está a prainha do Lago de Itaipu e onde se pode ver as ruínas da Base Náutica – (não é jesuítica) mas sim uma lembrança “arruinada” dos Jogos Mundiais da Natureza.

Exemplo

Se o turista sueco, que entrou no Brasil sem passar pela imigração, quiser ir a Santa Terezinha de Itaipu – um município logo a leste de Foz, seguindo a BR 277 – teria que voltar ao último país visitado, fazer a saída (passar pela migração Argentina ou paraguaia e receber um carimbo de saída no passaporte), daí entrar no Brasil, parar na área de controle de migração da PF em uma das pontes e receber um carimbo de entrada no passaporte. Aí sim, ele pode pegar um ônibus para o TTU de Foz do Iguaçu e de lá pegar um ônibus Metropolitano para ir a Santa Terezinha. Caso passe direto, um dia ele cairá na mão da PF e val ter que voltar à fronteira fazer todos os trâmites e até pagar uma multa por dia vivido no Brasil sem autorização. Muita gente cai nessa.Dos três países da fronteira, só a Argentina construiu uma estrutura a uns 50 quilômetros da Ponte Internacional antes de chegar à área de aproximação à ponte sobre a represa Urugua'í para controlar os turistas que possam querer ir a Buenos Aires sem passar pela migração – abusando do Pólo Turístico Internacional do Iguaçu.

Não confunda

Isso meso não confunda Polo Internacional Turístico do Iguaçu (PITI) com Instituto Polo Iguassu. O Pólo Iguassu é uma ótima organização que presta importantes serviços à comunidade. Mas não é um órgão com status de Mercosul. (Já relembro a história do PITI). Assim, na prática, o Pólo Turístico Internacional do Iguaçu está na UTI. Mas pode se dar bem se passar por um tratamento adequado e trazido de volta às discussões na RET - Reunião Especializada do Turismo do Mercosul e daí  à atenção das autoridades do turismo do Mercosul.  



quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Visita noturna à Santísima Trinidad del Paraná: lembranças com fotos e legendas

Esta publicação se reduzirá a fotos e textos curtos. Uma cobertura mais aprofundada será feita na próxima viagem à região e a Trinidad especialmente. Na última visita não consegui fazer muito. O motivo é que eu só faço uma coisa por vez. E na visita à lembrança física desta Missão Patrimônio Mundial Cultural eu tinha que fazer quatro coisas ao mesmo tempo e na penumbra pois é uma visita noturna.

1) Escutar a profissional Liz Centurión ao passo que ela conduzia a expedição noturna, com o chão suavemente iluminado por centenas de pontos de luz; 2) fotografar, 3) caminhar ou 4) entrava em um estado de transe. Dos quatro preferi concentrar em um: entrar em transe. Estarei voltando à Trinidad mas não gostaria de ir só. A lugares como as missões (lembre-se! não diga Ruína, pois elas estão vivas), não recomendo "bate volta".

Se a missão visitada, tiver sessão com iluminação noturna, quer seja San Ignacio Mini, Jesús de Tavarãngue ou a Santísima Trinidad recomendo pernoite na comunidade da missão. Um dia inteiro. Na modalidade "viajar lento" que é o "Slow Travel" do inglês. O que permite contribuir para a economia da cidade já que há boas "Posadas Turísticas".
Nas fotos aparecem Liz Centurión, da Senatur Trinidad mostrando o museu da Missão e conduzindo os jornalistas visitantes pela "propriedade". Aproveito para saudar toda a equipe da antiga missão que ainda recebe atividades religiosas dirigidas por padres jesuítas.


O Museu na antiga redução e Patrimônio Mundial  

Só para orientar
A palavra "Paraná" no nome oficial da Redução Jesuítica é o rio Paraná. Pelo rio Paraná, a redução não ficava muito longe de Foz. Logo digo quantos quilômetros fica por rio. Hoje cada antiga redução está localizada dentro de um município ou municipalidad. A Santísima Trnidad del Paraná está dentro da cidade de Trinidad que tem prefeito, delegacia, delegado, posto de saúde, bar, escolas, crianças estudando, hospedagens, jovens, velhos, católicos, padres ainda jesuítas e evangélicos.    

Liz Centurión conduzindo o grupo de jornalistas em uma viagem organizada pela Secretaria Nacional de Turismo do Paraguai 

Uma visão geral da Redução de Santísima Trinidad del Paraná. A foto foi reproduzida de fontes na internet. 


bbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
Remanescentes da Igreja de Santísima Trnidad del Paraná


Pontos de luz iluminam o chão do pátio da antiga missão; É parte do passeio noturno iluminado









xxx

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

De bilionários: Foz do Iguaçu na lista de lugares sede de empresas que aparecem na FORBES

Belmond é o braço da LVMH na hotelaria de luxo 

Qual é a empresa privada mais rica de Foz do Iguaçu? Resposta: É a administradora do Belmond Hotel das Cataratas. Por quê? 

Porque o homem que administra as empresas do grupo LVMH a qual a Belmond pertence assumiu há alguns dias, o posto de "o homem mais rico do mundo", segundo a Forbes mandando Ellon Musk, do Twitter para o segundo lugar. 

O nome do número um entre os bilionários do planeta  é Bernard Arnault. O conglomerado que ele dirige como CEO, se chama LVMH. É o grupo que administra o Hotel das Cataratas, o Copacabana Palace no rio de Janeiro e o Belmond Sanctuary Lodge no Peru. Como nunca gostei de siglas, vamos entender as letrinhas: LV é Louis Vuitton. 

Edifício desenhado pelo arquiteto Angelo Murgel e inaugurado em 1958 pertence ao Patrimônio da União e é administrado pelo regime de concessão

Louis Vuitton começou a vida como artesão fabricando baús no tempo em que as viagens aconteciam em carruagens, trens e vapores. Depois ele inventou uma fechadura inviolável para os baús que viraram malas, maletas e as bolsas chiques que só as mulheres entendem para que servem. 

E o M? Vem do nome do grupo Möet et Chandon fundado em 1743 na região de Champagne para produzir vinho e champagne de qualidade comprovada ao longo dos últimos 279 anos.  

Falta o H

O H vem de Hennessy, sobrenome de Jas Hennessy produtor de Conhaque na cidade de Cognac, na França. 

Agora sim podemos entender o LVMH. O grupo Möet Chandon e o grupo   Hennessy se fundiram. Em seguida, os dois se fundiram com o Grupo Louis Vuitton. O resultado é chamado de LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton , a união de três nomes de prestígio mundial no mercado de luxo. E Foz está no meio desse mundo.   

domingo, 11 de dezembro de 2022

Jesús de Tavarãngue: era "para ter sido" uma cidade (capital) de todas as Missões jesuíticas

Richard Gómez recebe os visitantes em Jesús de Tavarangue 

 O Paraguai tem "sete ruínas" Jesuíticas. Três no departamento de Itapúa e quatro no departamento de Misiones. Não é Misiones, Argentina. O Paraguai também tem um departamento chamado Misiones. Das sete, só duas estão na lista da Unesco do Patrimônio Cultural Mundial: Jesús e Santísima Trinidad del Paraná. 

Das três que conheci junto com um grupo de jornalistas paraguaios convidados pela Secretaria Nacional de Turismo (SENATUR), a que mais me demanda esforço para escrever sobre ela é a que se chama Jesús de Tavarangué. Na viagem conhecemos Santísima Trinidad del Paraná, Jesús (na mesma noite) e San Cosme y San Damián, pela manhã do dia seguinte. 

Ainda no começo da viagem, antes de deixarmos a Ruta I que parte de Ciudad del Este em direção a Assunção e girar à esquerda para a Ruta 6 rumo a Encarnação, perguntei alguma coisa à turismóloga e coordenadora da viagem, Shirley Pedrozo, sobre as ruínas. Ela respondeu e acrescentou que a palavra "ruínas" não está mais em uso e disse por quê. Uma ruína se reduz a pedras e  está abandonada Já as missões que estávamos a caminho para conhecer são muito mais que isso. Elas contam uma história, dá para ver a história em sua silenciosa continuidade e algumas delas ainda são alvo de uso moderno. 

Entendida esta parte passei para outra e desta vez envolvendo outros jornalistas na conversa. Quiz saber o que significa o "rangué" de tavarangué. Expliquei que eu suspeitava que "rangué" quer dizer que deu errado? Que ao invés de uma coisa deu outra? Trazer o guarani à tona em uma conversa com paraguaios significa tocar em um assunto que é parte da alma do país. O guarani é falado e entendido por mais de 90% da população. A explicação começa do começo. 

Jesús, lembraram, foi construída para ser a futura capital de todas as missões. Para ser uma "tava" que quer dizer "cidade". Em guarani, a "futura cidade" seria tavarã (rã é uma partícula de futuro das coisas). Ou seja tava+rã. 

O guarani, em sua sabedoria, também tem uma partícula para o passado das coisas. É a partícula "Kue" que se escreve "ngue" depois de som nasal. É mole? O resultado é Tavarãngue! Explicou Shirley: "Jesús foi projetada para ser o centro de todos os povos jesuítas mas não foi concluída por causa da expulsão da congregação. Por isso o nome quer dizer  "cidade que iria ser mas não foi". Outra tradução desta vez em espanhol é "ciudad que hubiera sido". 

Jesús: Construída para ser o Centro de todos os 30 Povos Jesuítas das Missões (foto Wikipedia)



Alguma coisa bateu forte em mim e eu senti um arrepio geral nos braços. Isso acontece quando detecto sentimentos e energias complexas. Me maravilhei. 
Então Tavarangue não é nome qualquer para um lugar. Assim como Missão Jesus de Nazaré.  É o nome de uma tragédia, de uma realidade, de algo pesado na história das tentativas de colonização na América do Sul, da história humana. No dia seguinte quando finalmente chegamos a Jesús, Richard Gómez, que recepcionou o grupo acrescentou que o nome oficial da antiga redução é "Jesús, apelidada Tavarangué". Me liguei no "apelidada".     

Desembocadura do Rio Monday, primeiro local da Missão que então se chamou Jesús del Monday 


A segunda informação com carga emocional muito forte veio ainda do Richard Gómez, quando ele disse que Jesús foi estabelecida pela primeira vez em 1685  às margens do Rio Monday, próximo à desembocadura dele no Rio Paraná, abaixo do Salto Monday. Partindo do atual Marco das Três Fronteiras, descendo o rio Paraná, em menos de meia hora, a remo, chegaríamos à área da antiga redução. Se é fácil chegar ao local, hoje, de canoa em meia hora, imagine para os bandeirantes que sentiam o faro de "missões" a léguas de distância. Por isso, a missão adentrou o território espanhol buscando e por fim encontrando um bom local onde ela foi finalmente construída e onde esperava-se que prosperasse. O arquiteto da Missão foi o jesuíta espanhol Antonio Forcada. Forcada, contribuiu trazendo mais um detalhe para a missão de Jesús, a ex- Missão de Jesús del Monday. Forcada se inspirou na arquitetura árabe  a influência árabe espanhola, de sua experiência o que faz de Jesús a única Missão em que a arquitetura, em vez de barroca, é mourisca. 

 Iluminadas à noite 

A parede atrás do altar que ainda se conserva, iluminada com tecnologia moderna. Uma viagem no tempo.     

O ponto alto da visita noturna foi a projeção de videos sobre as antigas paredes segundo a tecnologia batizada de Mapping 3D. Quando Richard Gómez, o guia oficial convidou o grupo para andar em direção à igreja para ver a projeção, houve um segundo mágico em que, sem aviso, a parede atrás do altar parecia ter ganho vida. Parecia como se estivéssemos a ponto de entrar numa igreja histórica e ativa em qualquer lugar do mundo. Nesse um segundo foi possível cair a ficha de que esta igreja estava no meio da selva, a maioria dos fiéis era de nativos desta selva e que tudo tinha sido construído por eles, as pinturas, as estátuas, a música tudo era produzido, feito, imaginado, pensado, criado ali.   

A primeira vista da igreja com a parede na área do altar iluminada manda o visitante para centenas de anos de volta no tempo. Conduzindo o grupo, Lira Hein da equipe oficial do escritório da Senatur e o guia Mbya Luis Miguel Cabral  conversam com os viajantes do tempo em castelhano e guarani. Nas mãos, Lira Hein e Luis Miguel carregam uma luminária que aumenta o sentimento de havermos caído em algum lugar na viagem de volta aos início de nossa tentativa de criar um modo de vida que apesar dos pesares e afirmações contrárias era considerados justo. Como a missão, esse modo de vida "poderia ter sido" mas infelizmente não foi. Não posso deixar de pensar neste modo de vida como um "modo de vida_rãngue". É uma pena.  (Continuará)  

Nota:
Em português e espanhol para separar as sílabas de Tavarangue se faz assim: ta-va-ran-gue. Em guarani a separação se dá da seguinte forma: ta-va-rã-ngue. E não me pergunte por quê. 



sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Ermínio Gatti: in Memoriam


Como não ficaria triste?

O Dr. Ermínio Gatti, como os funcionários chamavam, deixou o corpo físico, acabo de saber. Nada tenho contra ele. Pelo contrário só tenho que agradecer pela acolhida, pelo primeiro trabalho como guia de turismo. Em uma época não teve, em Foz do Iguaçu, quem não tivesse passado pelas mãos dele em todos os departamentos do Hotel Carimã, da Gatti Turismo da Viação Itaipu e, mais tarde na Gazeta do Iguaçu.

Antes do Senac, dos cursos de turismo, de hotelaria, de gastronomia, de recepção, de jornalismo todo mundo um dia passou pelas empresas do homem que hoje parte e não deve e não pode ser esquecido. Ele treinou mão de obra em todos os setores acima. Sem dúvida cometeu erros mas pesa muito mais a quantidade de crianças que cresceram , estudaram, se alimentaram, bem ou mal, graças aos empregos proporcionados aos pais. Escutei xingamentos, imaginem se não.

De minha parte só gratidão. Se no finalzinho, as coisas não deram tão certo, a conta não é dele. Muita gente se atravessou no caminho. Para mim não há isso de céu ou inferno esperando. Dedico-lhe um poema póstumo do capitão Edmundo de Barros, comandante de nossa ex-Colônia Militar e grande lutador pela Terra das Cataratas a quem venero com muito respeito e que, sem dúvida, sofreu muitas decepções. Ache um lugarzinho, Dr. Ermínio e acolha-se na luz deste poema:

"Nem a paz, nem o fim! A vida, a vida apenas
É tudo que encontrei e é tudo que me espera!
O ouro, a fama, o prazer e as ilusões terrenas
São lodo, fumo e cinza ao fundo da cratera.
Esvaiu-se a vaidade!... Os júbilos e as penas,
A alegria que exalta e a dor que regenera,
Em cenário diverso aprimorando as cenas,
Continuam, porém, vibrando noutra esfera.
Morte, desvenda à Terra os planos que descobres,
Fala de tua luz aos mais vis e aos mais nobres,
Renova o coração do mundo impenitente!
Dize aos homens sem Deus, nos círculos escuros,
Que além do gelo atroz que te reveste os muros,
Há vida... sempre a vida.. a vida eternamente..."

Poema de Edmundo Xavier de Barros
psicografado por Chico Xavier

---
Publicado originalmente no Facebook em 08.12.2022
Obrigado por tudo!
Foto: Marcos Labanca

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Pirá Rendá um atrativo turístico que inclui aquário, museu e floresta reconstruída em São Cosme e Damião (PY)


Ranulfo Fletes: Pirá Rendá, o atrativo turístico criado por este senhor é uma utopia que deu certo, criada ao longo de 19 anos

Ainda sobre San Cosme y San Damián cidade certificada pela OMT como uma das 44 "Melhores Vilas Turísticas" escolhidas em em 2021 e anunciadas este ano, graças à sua Missão Jesuíta preservada, ter sido sede do primeiro Observatório Astronômico do Cone Sul e estar buscando colocar-se na rota de turismo e economia sustentável equilibrando passado, presente e futuro


No aquário principal

Aquários, oceanários e parques aquáticos são investimentos de capital intensivo e estão espalhados pelo mundo em destinos de turismo de massa. 

Não deixa de ser uma surpresa que na lista de atrativos de San Cosme, em Itapúa no Paraguai há um. Se chama Pira Rendá. "Pira" é peixe e "rendá" é lugar. O significado fica entre Lugar de Peixe e, na moral da história, "aquário".  A diferença entre o aquário de San Cosme e os outros aquários do mundo é que este foi idealizado, projetado e construído pelo engenheiro agrônomo Ranulfo Fletes, que entre outras experiências no currículo está ter sido vice-ministro do Meio Ambiente no Paraguai. 

"Isso aqui é uma utopia que nasceu 19 anos atrás quado comprei esse terreno", explica o dono do aquário Pira Renda ao receber o grupo de oito jornalistas de vários meios de imprensa paraguaios e no meio deles estava eu, de Foz do Iguaçu. "Esse terreno era uma pedreira e logo depois de comprar comecei a recuperar a terra", explica.


Aí começa o tour do Pirá Rendá. Logo na entrada há uma pequena piscina tipo laguinho onde se vê tartarugas. "Esta é uma tartaruga-cobra. Ela tem um pescoço enorme que permite defender-se de qualquer coisa que a agarre", e continua não só explicando mas contando história e se divertindo com os visitantes. Logo vem pequenos mini bosques ricos em orquídeas, canteiros de bromélias e  árvores em crescimento. "Temos até chuva com arco-íris", avisa acionando um ferramenta que aciona um aspersor de orvalho. 

Antes de chegar ao aquário há o museu. Um museu pequeno mas sério com amostras de objetos que contam a história do dia a dia da cidade, obras de arte atuais, ferramentas e ate uma lança do período de guerras e conflitos. 

O aquário tem alguns tanques com diversos exemplares de peixes como pacu, piranha, dourado (piraju) e até uma carpa que retribui o olhar do visitante.   

Embora a visita durante viagens de familiarização sejam relâmpago, há tempo para conhecer as várias cabanas que podem alojar até 40 pessoas no total. Uma delas é especial. "Quero mostrar a cabana feita com garrafas. Se não tivesse sido reutilizadas onde estariam agora?", pergunta. 

Maureen Gauto do Programa "Sombrero Viajero" na sacada do chalé: Vista maravilhosa do rio Paraná lá em baixo    


Garafas em pé e nichos trabalhado. Parede frontal do chalé 



Jornalista Karen Martínez de Assunção testa sofá da sala-de-estar do chalé. Paredes e piso também feitas de garrafas 

Foram usadas 3,900 garrafas. No primeiro andar da cabana tipo chalé as garrafas são de fundo quadrado. Na área de estar são de fundo redondo. De qualquer lugar do terreno incluindo as cabanas se vê o rio Paraná lá embaixo. "Ao contrário da Itaipu a gente não diz Lago de Yacyreta. às vezes dizemos "embalse", mas geralmente é somente Rio Paraná.   

Apontando para a imensidão do "embalse" ele lembra que o complexo de ilhas encabeçado peças ilhas de Yacyretá e Apipe tinham cerca 180 ilhas. 

Durante a conversa, eu disse ao engenheiro que ele me lembrava Moisés Bertoni. E ele reagiu: "Bertoni sempre foi minha inspiração", contou. E confidenciou uma experiência. "Quando eu trabalhava no serviço público, fiz um levantamento dos solos do Paraguai em parceria com o Instituto Alemão de Geodésia usando instrumentos modernos e laboratórios e o resultado foi igual às conclusões Bertoni que só utilizava amostras que os nativos traziam. Não foi parecido, foi igual", concluiu.

Ativo na sociedade onde ajudou fundar e é membro do Conselho Distrital de Turismo, continua trabalhando ára que a tradição da vila de San Cosme y Damián e o Rio Paraná receber grandes cientistas como Buenaventura Suárez, Moisés Bertoni e Curt Schrottky (este último não muito conhecido nas Três Fronteiras).

Ranulfo Fletes no Museu do Aquário Pirá Rendá. O quadro na parede é dele. O que há de raro nele? 
("Um peixe nada na direção contrária dos outros. Nem todo mundo pensa igual", responde)



Nota   

San Cosme y Damián tem sete pousadas turísticas. Além dos chalés do Aquário Pirá Rendá. Não é mais necessário que o visitante chegue correndo e saia voando sem entender o local, seu patrimônio, sua proposta e ver sua gente. A cidadezinha "Melhor Vila Turística" pode ser melhor aproveitada também pelo turismo que atende a nichos como observadores de pássaros, amantes de astronomia (a Argentina tem um grupo chamado Turismo de Estrelas), a amantes de história, turismo religioso quer como fiel ou interessados em história da religião, neste caso a história das fascinantes reduções (missões) jesuíticas, a proposta da Congregação de Jesus e ver como a história se reflete hoje. O meu entrevistado favorito disse também que um público que pode ganhar muito com a visita é o dos ligados nas energias. 


Pendentes com quartzo da comunidade Pindó

"Isso é um vortex de energia", disse lembrando que a geologia do local já cristalina ou rica em quartzo. Os mbya (guarani) da comunidade ou Tekoa chamada Pindó, oferece artesanato que inclui as pedras de quartzo. Fica a sugestão.    


Nesta série de postagens faltam duas reduções:

1. Santísima Trinidad del Paraná 

2. Jesús de Tavarangue

* Pira Renda em guarani e no uso paraguaio não necessita de acento. Transcrevo em português como "Pirá Rendá" para não confundir a pronúncia. 

  


segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Explorando a estrutura jesuítica de San Cosme y San Damián: Melhor Vila Turística pela OMT

 Vou começar este relato de viagem apresentando primeiro este símbolo:


Estabelecimentos do município (distrito) paraguaio de San Cosme y Damián têm a autorização de usar esta logomarca em seus projetos de divulgação

Ele  só pode ser usado por municípios no mundo que tenham recebido o título da Organização Mundial do Turismo. Com esta designação a cidadezinha "certificada" passa integrar uma lista de municípios de até, no máximo, 15 mil habitantes escolhidos a dedo a pedido dos governos nacionais. Para se qualificar o cidade precisa ter  características de  uma comunidade rural, que possa classificar-se como um destino turístico rural e que possua um patrimônio natural e cultural reconhecido. Deve ainda dar indícios de que preserva e promova os valores rurais, comunitários e o estilo de vida dessa comunidade. 

"Este edifício não é um museu. É o templo paroquial. Roga-se aos visitantes respeito e reverência. Convida-se aos católicos a que parem diante do Santíssimo"
(Recado dado)


Esta descrição encaixa como uma luva no Município de San Cosme y San Damián, no Departamento de Itapúa no Paraguai, com sua população na faixa dos 9.800 habitantes sobre uma área  de 800 km², 200 km² a mais que Foz do Iguaçu. Ninguém ousa questionar o direito da cidade ter um título mundial concedido por uma instituição pertencente ao sistema de organizações da ONU, falo da OMT, como uma das Melhores Vilas Turísticas. 

A única paróquia da cidade funciona na Igreja Jesuítica. Ainda hoje crianças da comunidade estudam na escola que usa o antigo Colégio Jesuíta. A Praça Principal da cidade está no antiga Plaza Mayor dos Jesuítas. Parte da estrutura da Secretaria de Turismo está em uma casa da época jesuíta ao lado de uma casa moderna onde se vende ingressos para vistar as outras duas missões da região que são Jesús de Tavarangue e Santíssima Trindade. 
Em primeiro plano o corredor do Colégio Jesuíta. Ao fundo a Igreja

O chefe da Secretaria de Turismo, Rolando Barboza recebeu e acompanhou o grupo de jornalistas durante toda a permanência e isso incluiu visitar a igreja principal que não ocupa toda a área construída para a Igreja Provisória. A Igreja principal começou a ser levantada mas não deu tempo para terminá-la devido a expulsão da congregação.
Visão frontal da Igreja que teve a última retoque em entre 1989 e 1991


Relógio do Sol continua marcando a hora. Barboza explica o funcionamento às jornalistas Karen Martínez e Maureen Gauto

Rolando Barboza mostra detalhes da construção

Mulheres da comunidade chegando ao portão de segurança apesar de um incêndio e saqueios 


Pintura original no teto da área do Colégio Jesuíta

Fundada em 1632 e ainda em funcionamento

Barboza não teve preguiça de mostrar toda a igreja, imagem por imagem, o altar e dependências do templo. Depois veio a caminhada inesquecível pelo antigo colégio onde até hoje crianças recebem aulas de arte, pintura, dança, inglês e outras disciplinas. E para provar que a historia está presente, todos os anos e várias vezes por ano há procissões, celebrações lideradas por padres jesuítas que ainda estão presentes no dia a dia da pequena cidade e sem dúvida uma Fantástica Vila Turística. As fotos mostram parte do que Rolando Barboza mostrou aos jornalistas.          

Sobre o concurso Melhores Vilas Turísticas (do Mundo)
Todos os anos a OMT abre o concurso internacional. Os ministérios do turismo indicam os candidatos nacionais. O Ministério do Turismo do Brasil indicou em 2021 três Vilas Turísticas: o distrito de São Bartolomeu, em Ouro Preto (MG), o distrito de Alberto Moreira, em Barretos (SP), e a Vila do Enxaimel, em Pomerode. No caso brasileiro não é a cidade inteira. Quem venceu foi a Vila, Distrito ou Rota do Enxaimel, não a cidade de Pomerode inteira. No Paraguai ganhou o selo e título San Cosme y San Damián. Outra localidade paraguaia que concorreu foi Yguazu antiga colonia japonesa hoje município no Alto Paraná não tão longe de Foz do Iguaçu.Yguazu pode tentar de novo. A cidade está construindo boas ofertas e roteiros. O blog de Foz logo divulgará Yguazu e suas propostas no turismo integrado das Três ou Tríplice Fronteira.           

domingo, 4 de dezembro de 2022

Visita às Missões Jesuíticas de Itapúa, Paraguai: São Cosme e São Damião



Estrutura de recepção e aquisição de ingressos

Entre os diferentes roteiros turísticos do Paraguai há um que se chama Rota Jesuítica. Ele é composto pelas missões  de San Ignacio Guasu, Santa Maria de Fé, Santa Rosa, Santiago, Santísima Trinidad del Paraná,  San Cosme y San Damián e Jesús. Jesús é o nome da missão. Mas segundo o guia altamente capacitado, Richard Gómez  que recebeu o grupo para uma visita noturna,  por um motivo triste e ao mesmo tempo especial Jesús recebeu o "apelido" de Tavarãngue.  

Entre os dias 1º e três de dezembro conheci três das missões desta lista. Jesús, Santísima Trinidad del Paraná  e San Cosme y San Damián. 

A viagem conhecida como Press Trip ou "viagem para a imprensa" foi organizada pela Secretaria Nacional do Turismo, uma secretaria com status de ministério. Saímos quatro jornalistas de Ciudad del Este, Dolly Galeano do diário La Nación, Yanina Allende do programa Todo Positivo, Luis Carlos Ayala, câmera, fotógrafo e piloto de drone do Todo Positivo e Jackson Lima de Foz do Iguaçu quem assina este Blog de Foz. Encontramos em Encarnação o outro grupo que partiu de Assunção, Conheci então Kaelo Fatecho, câmera e piloto de drone do programa Sombrero Viajero, a repórter Maureen Gauto do mesmo programa, Isabel Ciciolli do diário Ultima Hora e Karen Martínez da Revista Foco. Ter sido o único brasileiro no grupo foi um dos grandes destaques e alegria para mim dada à oportunidade de aprender. A viagem foi boa para todos já que a maioria não conhecia e se já conhecia não tinha tido a abordagem que tivemos. 

Falando em abordagem, a primeira veio da servidora da Senatur na Turista Roga em Ciudad del Este e turismóloga pela Universiodad Nacional de Este,  Shirley Pedrozo quando perguntei alguma coisa sobre as ruínas que visitaríamos. Ela gentilmente informou que o Paraguai não estava mais encorajando o uso da palavra "ruína" mas sim preferindo sempre o uso da palava Missão, já que as missões continuam vivas e algumas delas em funcionamento com missas ainda sendo celebradas por padres jesuítas e muitas delas ainda sob a gestão da Congregação Jesuíta. 

"Não é uma coisa do passado", destaca  No caso da Missão de San Cosme y San Damián a sede da paróquia é a antiga Igreja da Missão ocupando um edifício de 1761. O imenso prédio que inclui a igreja provisoria e o colégio são usados pela igreja atual que é parte da Diocese de Encarnação.  Entendida a mensagem de nossa guia Shirley Pedrozo, aboli o termo "ruínas".       

A cidadezinha de menos de 9 mil habitantes recebeu distinção da Organização Mundial do Turismo em 2022 de ser incluída na lista das  "Best Tourism Villages" ou Mejores Pueblos Turísticos (Melhores Povoados Turísticos).

O título reconhece a capacidade da cidade manter o equilíbrio entre passado e presente, ser fiel a sua história e estórias, ao ponto da praça municipal de hoje ser a mesma Plaza Mayor da missão. Os equipamentos urbanos como parquinho para crianças vivem sob a sombra de árvores centenárias. 

Modelo da Via Láctea no Centro de Interpretação

Jornalista Maureen Gauto testa o modelo da Via Láctea
O jesuíta mais famoso da antiga redução era astrônomo e matemático. Buenaventura Suárez construiu em San Cisme y Damián o primeiro observatório astronômico da região do Prata. O corpo do telescópio foi feito de bambu e a lente cortada e polida do quartzo ainda presente e valorizado na região. Unindo e equilibrando passado e presente uma estátua do padre Buenaventura Suárez ocupa um pedestal na antiga Plaza Mayor ou atual Praça Municipal. 

Inspirado no legado de Buenaventura, a Secretaria criou um Centro de Interpretação Astronômica que inclui um observatório astronômico equipado com vários telescópios para observação noturna e um telescópio refrigerado a hidrogênio para observação do sol. Há também um modelo da Via Láctea que permite a interação com o visitante. A repórter Maureen Gauto não perdeu a oportunidade de ter a experiência de entrar no  buraco negro no centro do modelo de Via Láctea e sair no outro lado do universo. A interpretação inclui um vídeo sobre a astronomia guarani, mostrando a sabedoria dos povos originários na pratica de observar os céus para guiar suas atividades na agricultura.

O monitor do Centro de Interpretação Jorge Benítez mostra funcionamento do modelo do sistema solar

Sinalização trilíngue do atrativo: castelhano, guarani e inglês


Jornalista Karen Martínez em observação do sol

Parque Municipal com árvores centenárias é a antiga Plaza Mayor da Missão

Monumento ao padre astrônomo Buenaventura Suárez e seu telescópio

Nota
Próximas postagens:
Missões de Santíssima Trinidad del Paraná e Jesus de Tavarãngue
Hohenau, Bella Vista Sur e Obligado Colônias Unidas e Mate Rape
O Museu da charmosa Carmen del Paraná




A Resolução 41/97 do Mercosul é a solução para todos os problemas de burocracia de trânsito na área da Tri- Fronteira. De que trata ela?

Mesa de discussão sobre facilitação para o turismo

Opinião do Blog

A maior reclamação dos moradores de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este é a burocracia do complexo migratório-aduaneiro-sanitário da Argentina, na cabeceira da Ponte Internacional Tancredo Neves, também conhecida como Ponte da Fraternidade. 

Por casualidade, os moradores de Puerto Iguazú também têm a mesma queixa junto com os turistas de mais de 100 países que cruzam a fronteira.  Um dos motivos é que a fiscalização pesada de documentos afugenta clientes que iriam a Puerto Iguazú. 

Esta foi uma das discussões na Mesa Temática sobre Turismo e facilitação fronteiriça durante a 38ª Reunião da Comissão de Integração Fronteiriça Puerto - Iguazú - Foz do Iguaçu organizada, este ano, pelo Consulado da República Argentina, sob a direção do cônsul geral Alejandro Massucco.