quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O Escândalo no Ministerio do Turismo: ataque ao dinheiro da capacitação

Algumas palavras (1)

O turismo cresceu no Brasil e passou a ter grande visibilidade e recursos. Por muito tempo, entidades, maus políticos e outros aproveitadores se beneficiaram do pobre. Gastou-se tanto dinheiro para falar do pobre e sobre o problema dele que, caso o dinheiro tivesse sido emprestado ao pobre, financiado o pobre a pobreza teria desaparecido. Daí os ataques a orçamentos para creches, merenda, aposentadorias e previdência, entre outros. Hoje, colhemos bons resultados dos programas que beneficiaram os pobres no Brasil ao ponto de termos promovido o que se convencionou chamar de "nova classe média" e lançar no país um movimento de ascensão de classe – embora baseado no consumo – impressionante. Porém o sistema está ativo e sempre atento para criar novas possibilidades de apropriação do dinheiro público. Desta vez o discurso é a “capacitação de mão de obra para inserção no mercado de trabalho”. A ideia original partiu da genuína necessidade de capacitar o brasileiro para receber bem o turista, falando a sua língua e dominando, cada um, a sua arte. Daí a porta aberta para que brasileiros, entidades façam propostas para formatar cursos que ajudem o brasileiro a estar preparado para a copa. Infelizmente, abriu-se também a porta para os velhos aproveitadores. É o que estamos assistindo agora no que está sendo chamado de “O Escândalo” no Ministério do Turismo. Mas antes de transformarmos a necesidade de capacitação da mão de obra em oportunidade de roubo ao dinheiro dos trabalhadores, todo um discurso foi tecido. Como base, tal discurso começou com frases lançadas ao ar do tipo: emprego tem o que falta é mão de obra capacitada. Hoje em Foz do Iguaçu já se ouve, nos bancos de pontos de ônibus, diaristas comentando que a patroa vai exigir segundo grau completo da próxima domestica. Alguém tem que levar a sério a necessidade e propor cursos que capacite as domésticas e as ajude completar o antigo segundo grau. Isso é muito bom, especialmente, se ninguém se apoderar da verba destinada ao nobre propósito.

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