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O
Programa Oeste em Desenvolvimento vai colocar em debate no próximo dia 16, na
Faculdade Assis Gurgacz (FAG), em Cascavel, durante o Fórum de Desenvolvimento
Econômico do Território Oeste do Paraná, duas bandeiras que considera essencial
para o crescimento sustentável da região.
Estarão
em pauta a não renovação antecipada dos contratos de pedágios e o
posicionamento também contrário à exploração do gás de xisto por meio do
fracking (fraturamento hidráulico de rochas), que começa a ganhar corpo na
região. Dividido em duas partes, o evento começa às 15h30, com a discussão dos
temas técnicos. Em seguida, por volta das 18h30, está prevista uma plenária
para deliberações.
O
Oeste em Desenvolvimento quer mostrar o impacto negativo que a exploração do
gás de xisto por meio do fracking poderá ter na região. A produção de energia a
partir da exploração de reservas de gás já está liberada pela Agência Nacional
do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e muitas empresas já ganharam
licitação para utilizar esse método em 29 municípios do Oeste. Para os
ambientalistas, essa atividade traz grandes danos ao solo fértil, ao meio
ambiente, à saúde e à segurança alimentar.
Como
uso de energia alternativa, o Programa defende o investimento na energia
fotovoltaica e biometano. Além de ser limpo e não destruir o meio ambiente, o
biometano ainda colabora para reduzir um outro problema encontrado na região, que
é justamente a destinação dos dejetos de animais.
O
uso do biogás tem garantido melhor qualidade de vida e renda para muitos
agricultores da região. Algumas unidades de demonstração, como o Condomínio
Ajuricaba, em Marechal Cândido Rondon, onde vive um grupo de mais de 30
agricultores familiares, são um exemplo disso. Por meio de biodigestores, eles
produzem energia para o consumo próprio e para a Copel.
Desde
o começo do ano, o Programa vem promovendo debates e outras iniciativas para
sensibilizar autoridades, lideranças políticas, empresas e sociedade civil para
pressionar o governo a não renovar as concessões dos pedágios nos termos
atuais, e reduzir os valores da tarifa. Uma carta assinada por mais de 400
lideranças, entre elas, deputados estaduais e federais, foi entregue à
presidente Dilma Rousseff e ao governador do Paraná, Beto Richa, com essa
reivindicação.
O
Oeste em Desenvolvimento quer que seja feita uma nova licitação com base nos
modelos atuais utilizados em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do
Sul, por exemplo. Nesses três estados, o valor cobrado por quilômetro rodado é
metade do paranaense e a quantidade de rodovias duplicadas é, no mínimo, o
dobro. Os atuais contratos vencem em 2021.
Frentes
de ação
Segundo o presidente do Programa
Oeste em Desenvolvimento, Mário Costenaro, além desses dois assuntos
específicos, o programa, que reúne 40 entidades, vai aprofundar as discussões e
encontrar alternativas para resolver alguns gargalos que impedem o crescimento
econômico regional. Segundo Jaime Nelson Nascimento, representante da Itaipu no
Programa, o fórum vai também discutir demandas peculiares de cada um dos 54
municípios integrantes da proposta.
Juntos,
esses municípios somam quase 1,3 milhões de habitantes (estimativa do Censo de
2015) e um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 32 bilhões.
Gargalos
Apesar do
grande potencial, a região enfrenta desafios para crescer, como transporte, por
exemplo. Os quatro modais de transporte - rodoviário, ferroviário, aeroviário e
hidroviário – apresentam, em diferentes graus, uma infraestrutura precária.
No
rodoviário, por exemplo, os problemas vão desde a falta de ligações entre os
municípios até o valor alto dos pedágios nas rodovias federais. As estradas
rurais são mal conservadas e estreitas, impedindo a passagem de caminhões de
grande porte. Esses fatores contribuem para o aumento no valor dos fretes, o
que afeta o custo final dos produtos, prejudicando a concorrência com a
produção de outras regiões do Brasil e até de outros países.
Além
disso, as estradas rurais são mal conservadas e estreitas, impedindo a passagem
de caminhões de grande porte. Esses fatores contribuem para o aumento no valor
dos fretes, o que por sua vez afeta o custo final dos produtos, prejudicando a
concorrência com a produção de outras regiões do Brasil e até de outros países.
Outro
desafio do Programa Oeste em Desenvolvimento é melhorar a qualidade do
fornecimento de energia no meio rural. A criação de uma rede de assistência
técnica para atender os produtores de leite, pescado, suíno do Oeste é outra
ação do Programa. Somente os produtores de leite abastecem o mercado com 1
bilhão de litros de leite por ano, o equivalente a 25% da produção do estado,
mas que pode ser quadruplicada, não apenas para atender o mercado interno, mas
também para a exportação. Entretanto, falta qualidade do produto. Em relação à
qualidade, o POD busca certificação regional para avaliar o leite do Oeste.
O
programa
Lançado
em 2014, o Programa Oeste em Desenvolvimento é uma iniciativa que une mais de
40 instituições, como a Itaipu Binacional, o Parque Tecnológico de Itaipu
(PTI), o Sebrae/PR, o Sistema Cooperativo, a Caciopar, a Amop, a Emater e a
Fiep, além de cooperativas e instituições de ensino superior. Mais informações.
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