Vereador Paulo Rocha e secretário do Meio Ambiente de Foz |
A audiência pública a respeito da coleta seletiva e
meio ambiente, proposta e conduzida pelo Vereador Paulo Rocha (PMDB), abordou
diversos aspectos, como conscientização ambiental do cidadão; responsabilidade
da Vital e preocupação com a preservação do meio ambiente. Ao final da
discussão, os Vereadores definiram criar uma comissão para analisar o contrato
da Vital Engenharia.
O proponente do debate, Vereador Paulo Rocha (PMDB), destacou. “Queremos sair dessa audiência para termos algum subsídio para ajudar Foz do Iguaçu. A gente tem que ficar cobrando as coisas. É um absurdo não estar com a gente um representante da Vital. O principal objetivo é pedir a volta da coleta de lixo. Outro ponto é que também não tem mão-de-obra, a Prefeitura não faz concurso público. Um funcionário da Vital também tornou público aqui que a empresa demitiu cerca de 200 funcionários, mas por que demitiu se o valor do contrato aumentou? Se as pessoas reclamam do lixo vamos dar a resposta que a população merece, para melhorar a qualidade de vida do povo de Foz”.
Também marcaram presença na audiência: Mario Carmo
Soares, Secretário do Meio Ambiente; Lourival Webber- Gestor do Projeto Coleta
Solidária da Itaipu; William Sawa – Instituto Tecnológico Ambiental Preservare;
Anderson Querino – Representante da Cooperativa dos Agentes Ambientais de Foz
do Iguaçu – Coaafi.
Mario Carmo Soares, Secretário de Meio Ambiente,
salientou que “Hoje temos os coletores não só no Porto Meira, mas também na
Vila Portes. A questão da coleta seletiva é importante principalmente nas
casas. Hoje a coleta seletiva está acontecendo porta a porta. Nós já começamos
ao fazer o Plano Municipal de Saneamento Básico”.
Lourival Weber, Gestor do Projeto Coleta Solidária
da Itaipu Binacional, ressaltou “estamos nos reunindo para fazermos melhorias e
apoio. Somos parceiros da Coaafi, em conjunto estamos discutindo o novo plano
de saneamento. Acho que precisamos melhorar as condições dos barracões,
facilitar o trabalho, fazer a separação e já colocar em fardo. Acho que está
faltando nos organizarmos corretamente, começar pela casa de cada um”.
O Vereador Paulo Cesar Queiroz – Coquinho (SD),
“tenho visitado a Vital, o local próximo à mata é uma área particular. A
questão da licitação do lixo é importante de discutirmos, também é importante
entrar em debate a questão empresa que futuramente vai assumir”.
William Sawa, Presidente do Itap, apresentou na
tribuna um estudo feito pela instituição sobre a questão da coletiva seletiva
no município. “Em nosso estudo, 69% da população de Foz diz que separa o lixo;
76% dos entrevistados não acreditam na destinação correta, praticamente 31% não
separam o lixo porque não dizem não confirar na destinação correta do lixo”.
Agora, após a audiência, O Vereador deve formar a comissão e formular demais
proposições com as sugestões e reivindicações trazidas pela comunidade.
Problemas e dados sobre a coleta da seletiva em Foz
Anderson Querino, representante da Coaafi, relatou
o trabalho da Cooperativa. “A Cooperativa possui três caminhões que andam pela
cidade, toda coleta de material reciclável é feita em grandes geradores. A
questão do aterro, principalmente o gás, existe um sistema que não deixa com
que ele seja armazenado. Um carrinho de coleta de lixo cheio pesa em torno de
300 Kg, transformando isso em dinheiro são R$ 12,00. Se o carrinho não for da
pessoa, ele paga R$ 5,00 de aluguel, então ele ganha R$ 7,00”.
Anderson Querino lembrou ainda que “A forma de
trabalho da cooperativa hoje se baseia nos princípios da economia solidária,
todo o dinheiro arrecadado é dividido de forma igualitária entre todos. A
Cooperativa foca uns 80% nos grandes geradores. Hoje todo material que
coletamos tem um valor, mas não é suficiente para dar garantia de renda ao
coletor. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos precisa ser revisto
porque ele foi elaborado em 2012. O Codefoz está fazendo um estudo e acredito
que existam muitas entidades envolvidas. Estamos fazendo reuniões duas vezes ao
mês. A Coaafi coleta em 186 pontos de grandes geradores na cidade. Coletamos
dentro do Parque Nacional e em diversos locais. A Prefeitura ajuda com
caminhão, água, luz”.
Tribuna Popular
Diversos representantes comunitários e sociedade
civil organizada falaram na tribuna. João Soldatelli destacou “o lixo é
simplesmente a palavra inventada pelo homem que desperdiça. Só jogamos fora
aquilo que nós compramos. A ideia é organizar as associações de bairros para
converter o lixo em dinheiro”.
Rudinei “Temos uma dificuldade enorme de cadastrar
as pessoas que vão fazer a coleta. Acredito que o problema da coleta se
resolveria com orientação, com educação ambiental da sociedade, seria uma
solução barata e viável a todos”.
Ubiratan Soares também abordou a necessidade de
educação ambiental. “Vejo que falta orientação por parte de uma escola ou ONG
sobre como separar o lixo e como determinar o que é lixo e o que é resíduo.
Aqui também faltou a pessoa que é responsável pela Vital para dar uma
explicação de qual é o motivo que ela não abrange todo município”.
Carlinho Morenitas salientou “sou presidente da
comunidade do Morenitas I e II. Eu já venho há mais de 30 anos atuando nessa
cidade. No meu bairro é uma vergonha, por onde tenho andado. Está precisando de
organizações, fazer palestra com os moradores para orientar nosso povo como
devemos fazer. Também não tenho visto no meu bairro o caminhão da
coleta”.
José Ruy Alexandre, Representante do Deputado
Estadual Chico Brasileiro, “todos mostram a preocupação do que é o lixo. Todos
estamos pagando essa conta. Quem paga essa conta são todos os Iguaçuenses. Eles
têm renda baixa em função da capacidade que tem de coletar o lixo e fazer dele
fonte de renda. Temos de aumentar a vida útil do aterro sanitário. Peço que
seja política de governo sem interrupção. Temos de fazer com que a força da
cooperativa ganhe mais poder, à medida que você dá melhor condição de trabalho
aos catadores”.
Suelen, professora da Unila, “hoje o Brasil tem um
lei que exige que todos os municípios que implementem a política de resíduos
sólidos. A sugestão que eu queria dar aqui é que a gente precisa propor uma
política municipal de resíduos sólidos”.
Luciana, também professora da Unila, destacou
“fizemos em novembro do ano passado um primeiro encontro em que foram relatos
os problemas principais em relação ao lixo na cidade. É responsabilidade da
Prefeitura por ser lei municipal, mas nós podemos colaborar”
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