Mapa do Parque das Aves com os 30 ambientes e estrutura |
A Árvore da Vida ferida por Wotan aquele que "foi ao pote com muita sede" |
O passeio começa logo após passar a catraca. Um dos primeiros destaques é um viveiro onde há alguns flamingos, guarás e outros pássaros de hábitos aquáticos. Por isso há um pequeno lago. No lado interno do viveiro há uma escultura que se chama "Árvore da Vida". Ela conta uma história do deus nórdico Wotan: "Em suas andanças pelo mundo, o jovem deus Wotan se depara com a Árvore da Vida", reza a lenda:
"Entre as raízes da árvore nasce a fonte do Saber. O deus oferece um olho em sacrifício para beber da água e então com sua espada corta um pedaço do tronco. Com esta madeira, ele cria uma lança, na qual entalha as regras do mundo. Com esta lança ele domina o mundo. Porém, a árvore ao ser ferida morre e a fonte do saber seca. A árvore pega fogo, se espalha e consome toda a Terra. Depois a água inunda tudo, extinguindo homens, gigantes, anões e deuses. As águas descem... e a natureza ressurge, porém desta vez sem os seres humanos". Opinião minha: isso parece profético
Papagaios e periquitos
Papagaio Anacã ou papagaio de coleira - Origem Brasil |
Milhões de pessoas no mundo praticam um hobby chamado "observação de pássaros", "bird watching" em inglês. O prazer está em conseguir identificar um pássaro segundo sua família ou espécie. O grupo dos periquitos, papagaios, loros, loriquitos até as ararinhas e grandes araras é um dos mais complicados de identificar devido a grande variedade deles. Dito isso, abra os olhos e se ligue na variedade dos papagaios e parentes: os psitacídeos. Posso dizer que o passeio começa e termina com papagaios. Logo na entrada, tanto à frente como ao lado da Árvore da Vida é território de "psitacídeos" ou seja periquitos e papagaios. É uma pequena mostra da imensa diversidade de papagaios e familiares. São várias espécies de jandaias, periquitos e curicas com muitas cores. Do lado direito para quem está começando a visita, estão algumas das grandes araras como a arara azul do Pantanal, Canindé, Vermelha, Azul. Quando o passeio terminar será com "psitacídeos" araras mansas na área do restaurante. Não deixe de permitir que sua retina registre os papagaios do Congo, também conhecidos como papagaios cinzentos ou pelo nome científico
Psittacus erithacus.
Preste atenção nas anhumas
Anhuma / Chaha |
A maioria das pessoas passam batidas no que se refere ao reconhecimento visual e identificação de um pássaro grande conhecido como "anhuma" (também "tachã", "chajã" e ainda "chahâ" na forma em guarani). Uma das características deste pássaro grande é o "grito" dele. Em inglês ele é conhecido como "screamer" (gritador). Na América do Sul há duas espécies o Northern Screamer (Gritador do Norte) com o nome científico Chauna chavaria encontrado na Amazônia do Brasil, Colômbia, Peru, Venezuela entre outros países. Se há um gritador do norte tem que haver um gritador do sul (Southern Screamer) e este é a nossa "anhuma" que você pode ver logo no começo do passeio.
Mencionei que a maioria das pessoas e na maioria das vezes não "enxergam" o casal de anhumas. Mas não ontem, dia 25 de maio de 2016. O casal de tachã cuidava de um filhote um pouco maior que um pintinho. Este membro da fauna brasileira (também argentina, paraguaia e uruguaia) recebe os visitantes a gritos no Pantanal e nos Pampas avisando a toda redondeza que chegou intruso e assim fogem jacarés, capivaras, antas, lontras além de pássaros e gado. Em Foz do Iguaçu, uma das horas preferidas pelo tachã do Parque das Aves para o canto de alerta é de madrugada e coincide com a chegada dos voos das 23h, 24h, e outros voos corujões. Eles avisam que um objeto voador está se aproximando.
Os Flamingos
Uma placa avisa que existem seis espécies de flamingos no mundo. Três na América do Sul: o flamingo chileno, o flamingo andino e o flamingo-de-james. Duas na África e Ásia: o flamingo comum e o flamingo pequeno e uma no Caribe, o flamingo americano. Você vai conviver com os flamingos do Parque das Aves em dois momentos. Tanto na entrada, próximo à Árvore da Vida, como antes da saída na área do restaurante e lazer. No ambiente dos flamingos há pequenos "lagos" margeados por espelhos.Os espelhos ajudam a dar a impressão de que eles estão em números muito maiores.
Viveiro Floresta
Este é um dos viveiros que permite que o visitante entre nele e tenha uma experiência diferenciada de contato com os animais. Nesses viveiros é bom prestar atenção no protocolo de entrada e saída para evitar que um pássaro saia do ambiente. O Viveiro Floresta traz à atenção algumas espécies de pássaros da fauna brasileira já difíceis de ver e pouco conhecidos pelas crianças e jovens de nossas cidades embora algumas delas ainda possam ter área de milagres onde alguns deles ainda possam existir. São os galliformes - pássaros cujas formas lembram uma "galinha": acaruãs, jacus, jacutingas, mutuns. Na redondeza dele, estão também espécies de faisões e pavões.
Viveiro Pantanal
Viveiro Pantanal - um dos primeiros ambientes construídos no parque |
Répteis no Parque das Aves
Sucuris (anaconda), iguanas, giboias, jacarés do papo amarelo, tartarugas e cágados estão presentes no Parque das Aves. Muitos desses animais foram trazidos ao parque pelas autoridades de preservação e conservação, foram tratados, alimentados e devolvidos à Natureza. É o caso de várias sucuris como a Guilhermina que foram liberadas na Natureza. Ana Croucamp, a fundadora do Parque me contou que logo no começo da ideia de fazer um parque a primeira ideia apresentada foi um parque de crocodilos. "Crocodilos nem pensar", reagiu. Mesmo assim, os primos distantes do crocodilos, os nossos jacarés encontram um espaço. De vez em quando, os jornais anunciam que um jacaré foi visto e após uma caçada, às vezes exageradas dos "civilizados", os animais precisam de um lugar até que possam voltar a algum lugar que não apresente riscos, especialmente para eles.
Trilha (Sendero) Harpiya
Harpia é o nome deste super gavião que "ocorre" em todo o país e que, infelizmente, está cada vez mais raro de ser visto voando mesmo nas grandes florestas. No Parque das Aves ele é um "xodó" por isso é alvo de muito cuidado. Toda a vida dele é acompanhada por câmaras que registram especialmente atividades no ninho. A imagem da câmara do ninho pode ser conferida em uma "cabine" ao lado do viveiro. Não sei se é este na foto é o Hans que é parte de uma longo trabalho do Parque em prol da reprodução e procriação. O Hans é fértil. Em uma das primeira tentativas ele quebrou o ovo acidentalmente. Um dia o casal consegue. Uma câmera no ninho do Hans e de sua companheira mantêm a equipe de biólogos, veterinários e tratadores informados.
Urubu Rei
O urubu rei
é uma maravilha de pássaro. Está cada vez mais difícil vê-lo voando na
natureza. Já fazem uns 10 anos vi um urubu destes sobrevoar uma estrada próximo
a Altônia aqui no Paraná próximo ao rio Paraná na área de influência do Parque
Nacional de Ilha Grande, Foi uma visão deslumbrante. O nome dele em guarani é Yryvy Ruvichá onde “yryry”
é urubu e “ruvichá” é rei. Há pelo menos
três no viveiro. Observe-o com carinho. Ele é o condor brasileiro.
Ararajuba
Guaruba guarouba / amarelinha |
Afirma-se que as ararajubas são símbolos do Brasil com suas cores verde e amarelo lembrando a pátria. A pergunta que surge é: a ararajuba é verde com amarelo? Ou, é amarela com verde? A ararajuba foi vista pela primeira vez pelo cientista alemão Georg Marcgraf que veio ao Brasil como parte da expedição científica e militar do governador holandês Maurício de Nassau. Macgraf era pintor, cartógrafo, aquarelista, astrônomo, naturalista e desenhista. A ave foi avistada em 1638 época em que havia o Brasil holandês onde ficavam Mauritsstat (Recife) e Federikstad (João Pessoa). Porém a descrição científica ocorreu mais tarde. Conhecida como "arara say'jy" em tupi (arara amarela) pode dizer duas coisas dela. Primeira é bonita e está em perigo de extinção por perda lugar onde viver ou "habitat". No norte elas são consideradas pestes buscarem comida em plantações de milho, por exemplo.
Viveiro das Araras
É um
viveiro que mede 50 metros de cumprimento, 15 de largura e 14 metros de
altura. Dentro dele há árvores nativas da Mata Atlântica além das araras
de várias espécies. Cada árvore foi protegida por uma estrutura de tela soldada
que lembra um funil que envolve a árvore do chão até o topo. O funil protetor
serve para evitar que as araras roam e machuquem a árvore. A “manga de tela”,
como a maior parte das soluções técnicas do parque, é uma invenção do Parque
das Aves assinada por Dona Ana e sua equipe. Para construir a manga, 20 homens
do parque tiveram que fazer curso de arborismo. “A manga tem milhares de pontos
soldados um por um. Dentro do viveiro, há todo um cenário natural criado que
inclui uma cachoeira e um riacho que corre de um extremo ao outro.Corujas
Coruja buraqueira |
Se você
quiser escolher uma espécie de pássaro de distribuição mundial que seja
interessante, cativante e misteriosa, a coruja pode ser ótima candidata. São
mais de 200 espécies em todos os continentes o que faz dela uma pássaro global,
conhecido por todos. Chamados em espanhol de “lechuzas” ou “buhos”, conhecer as
corujas exige dedicação. Um finlandês chamado Heimo Mikkola sabe disso. Ele é autor do livro Corujas do Mundo: um Guia Fotográfico. Ele em fotografando corujas há muito tempo.
Estes dias no Parque das Aves vi uma cena interessante. Uma criança leu numa placa indicativa: coruja buraqueira e perguntou a mãe o por quê de “buraqueira”. A resposta estava em outra placa ao lado. Mas nem foi preciso ver a placa explicativa. Duas corujas emergiram da terra chamando a atenção para um imenso buraco cavado pela família dentro do viveiro. A coruja buraqueira é uma coruja do novo mundo ou seja das três Américas. Porém minha preferida entre as corujas também está no Parque. É a murucututu. Enorme, imponente e majestosa. Eu desejaria a todos o privilégio de ver a murucututu cantar.
Estes dias no Parque das Aves vi uma cena interessante. Uma criança leu numa placa indicativa: coruja buraqueira e perguntou a mãe o por quê de “buraqueira”. A resposta estava em outra placa ao lado. Mas nem foi preciso ver a placa explicativa. Duas corujas emergiram da terra chamando a atenção para um imenso buraco cavado pela família dentro do viveiro. A coruja buraqueira é uma coruja do novo mundo ou seja das três Américas. Porém minha preferida entre as corujas também está no Parque. É a murucututu. Enorme, imponente e majestosa. Eu desejaria a todos o privilégio de ver a murucututu cantar.
O Casuar
Quando eu penso no Parque das Aves, eu penso no casuar. Eu quero ver tudo. Mas se eu não ver o casuar, eu fico triste. Ele é um pássaro da fauna australiana com uma espécie dele vivendo também na Nova Guiné.
Casuarius casuarius
O que gosto dele: é pássaro mas não voa, parece ser uma mistura de peru com ema, é pesado, tem uma crista como galo que de novo óssea, parece ser um misto de leme, capacete e chifre e escudo. Quando nervoso pode destroçar um um humano dando um chute com os dois pés no estilo karatê. Os pés tem três dedos cada mas o dedo do meio lembra um punhal. Para aumentar meu fascínio por ele descobri que os ovos deles são verdes, às vezes azuis, o macho constrói o ninho, dá segurança, incuba os ovos e ainda cuida dos filhotes que quando jovens são listrados o que me lembra os filhotes de anta. Em um artigo australiano li que os casuares dão "capacetadas" em certa árvores para derrubar o fruto. Dizem que ele é o pássaro mais perigoso do mundo. Não passe direto por ele. A população dele está em declínio e há queixas de que falta de investimento para a sua presevação. Por isso um cartunista australiano disse que o casuar tem três inimigos: porcos, cachorros e o governo do estado de Queensland.
Casuarius casuarius (Casuar-do-sul) |
Filhote de casuar |
Casuarius casuarius
Filhote de anta (Tapir) |
O passeio está terminando
O passeio está chegando ao fim. Logo à frente está uma área de descontração que inclui o restaurante, loja de presentes e lembranças e o local que no mapa aparece como "raras mansas". É onde é possível se fotografar com diferentes araras. É necessário respeitar as horas de alimentação delas indicado em placas no local e logo na entrada. Há um laguinho com chafariz que aparece no topo da lista das crianças e não tão crianças para fotografias. Ainda no departamento aves e especificamente dos psitacídeos não perca a oportunidade de ver os papagaios africanos. Eles são predominantemente cinza. A natureza na África não quis brincar muito com cores. Em compensação, não saia daí sem escutar a vocalização (a voz) deles quer sejam os "gritos" ou assovios. Nessa área, há também a oportunidade de tocar, segurar e tirar fotografias com serpentes especialmente jiboias. Tanto as serpentes como as aves que podem ser fotografadas e tocadas fazem parte do programa "Da Mão para o Coração" com o lema: "Tocar o coração para ensinar a mente", no estilo quem não conhece não pode amar e muito menos ajudar a preservar e contribuir com a vida.
Nota: Deixar de mencionar o borboletário - uma das belas atrações do Parque das Aves mas o trabalho está em andamento. Registro a criação de um novo espaço de descanso na metade da trilha logo após a área dos répteis. Há uma lanchonete e espaço para descanso bom para todos e uma show para famílias com boas ideias para fotos para crianças e adultos-crianças como na poltrona-casulo, na foto acima.
+ Informações
Parque das Aves
Rodovia das Cataratas (BR-469), KM 17.1
Antes da antiga entrada do Parque Nacional do Iguaçu
Como chegar:
Transporte coletivo local: Ônibus linha 120 TTU-Centro-Aeroporto-Parque Nacional. Passagem R$ 3,75. Taxis de Foz do Iguaçu. Agências de viagem e turismo de Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Puerto Iguazu
+ Informações
Parque das Aves
Rodovia das Cataratas (BR-469), KM 17.1
Antes da antiga entrada do Parque Nacional do Iguaçu
Como chegar:
Transporte coletivo local: Ônibus linha 120 TTU-Centro-Aeroporto-Parque Nacional. Passagem R$ 3,75. Taxis de Foz do Iguaçu. Agências de viagem e turismo de Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Puerto Iguazu
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