segunda-feira, 7 de junho de 2021

AGRICULTURA E ECOLOGIA: Método Muvuca de restauração ecológica

Restauração ecológica em propriedades rurais é um dos temas em discussão em Congresso em Foz. Reflorestar área usando mudas de plantas é a maneira mais cara. Semeadura Direta é a nova tecnologia.
 
Jackson Lima
Divulgação
 
A restauração ecológica dentro de uma propriedade rural pode custar entre R$ 900 até R$ 13 mil por hectare. “Tudo depende do método escolhido”, destacou a pesquisadora Laura Antoniazzi em entrevista ao Gazeta Diário. Segundo ela, pode-se utilizar três tecnologias diferentes: a regeneração natural ativa, a semeadura direta e o plantio por meio de mudas.“A mais cara é o plantio por meio de mudas”, afirma.  
 
Laura Antoniazzi é parte dos cerca de 1500 cientistas, pesquisadores, técnicos e  lideranças do setor de restauração ecológica que se encontram no Hotel Recanto em Foz do Iguaçu onde acontece o VII Congresso Mundial de Restauração Ecológica. Os profissionais de mais de 60 países trocam informações sobre projetos e resultados da restauração ambiental em todo o mundo. Só o Brasil está comprometido em restaurar mais de 120 milhões de hectares até 2020*.   
 
No estudo apresentado pela equipe de pesquisadores de Laura Antoniazzi, a preocupação é ajudar propriedades rurais brasileiras a se adaptarem às exigências do novo Código Florestal Brasileiro. “Nossa contribuição no tema de restauração florestal tem objetivo de colaborar com embasamento de políticas públicas e estratégias privadas, especialmente de adequação ao Código Florestal”, afirma.
 
Um das primeiras orientações é a escolha da técnica a ser usada. Um hectare de terra pelo método da regeneração natural pode custar entre R$ 902 e R$ 3.668. Na semeadura direta, parecido com o plantio direto, o preço fica na faixa dos R$ 3.500 com o agricultor usando seu equipamento. O método mais caro e o mais usado é o do plantio por muda. Cada hectare vai custar entre R$ 8.000 e R$ 17 mil (Os custos são de 2017).
 
Os custos e retornos são apresentados para oito estados brasileiros - São Paulo, Mato Grosso e Pará, Mato Grosso do Sul e os quatro da região do Matopiba - e em seis diferentes condições físico-ambientais (combinações de precipitação e declividade) que influenciam diretamente os custos.  A pesquisadora lembra que o novo Código Florestal cria, na prática, a maior agenda de restauração florestal no Brasil ao exigir conservação de vegetação nativa em áreas privadas, por meio das Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de Reservas Legais (RL). 
 
Durante o evento, os participantes assistiram 63 simpósios, 18 workshops e 10 cursos de treinamento. Quarta-feira, 30, foi dia de visitas técnicas em Foz do Iguaçu e região. Foram ao todo 33 visitas. O evento teve também uma amostra fotográfica sobre o trabalho dos participantes em seus países e estados. Foi elebrada também a primeira Assembleia da Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE), entidade que nasceu no Paraná. A primeira Assembleia Geral da SOBRE reuniu 107 membros em Foz. 


Nota:

Esta é uma nota antiga que não havia utilizado no blog mas está atual além de ser urgente. O VII Congresso Mundial de Restauração Ecológica foi realizado no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention em Foz do Iguaçu entre 27 de agosto  e 1º de setembro de 2017. Aconteceram paralelamente o V Congreso Ibero-Americano y del Caribe de Restauración Ecológica e a I Conferência Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE) *Não cumprimos a meta pelo contrário. Mas dá para tentar! 


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