Cataratas de Lodore. Keswick, Cumbria, Inglaterra (Mark Caton) |
No Reino Unido, no Noroeste da Inglaterra, para ser exato, existe uma cachoeira ou queda d’água chamada Lodore. Para brasileiros, paraguaios e argentinos que estão acostumados com quedas d’água como as Cataratas do Iguaçu* (BR, RA), Sete Quedas (In Memoriam), Moconá (Argentina) / Yucumã (Brasil, RS), o Salto Monday ou a Cascata do Caracol, Lodore não impressiona. Lodore pode ser menor que o Salto Cabeza de Vaca ou o Salto Arrechea das Cataratas do Iguaçu. Pode ser até menor que o Salto Macuco e quem sabe possa perder um pouco para o Salto do rio Tamanduá todos em Foz do Iguaçu.
Não basta dizer que o Salto Lodore fica
no Noroeste da Inglaterra. Ele fica no condado da Cúmbria perto da Escócia. É
naquela região onde não basta saber inglês pois o inglês de lá chama lago de
“tarn”, planalto de "fell" e pequena comunidade de “hamlet”. Aí se encontram uma vila e um “tarn” chamados
Watendlath. A água do Watendlath Tarn desce dele em direção a um "beck" (riacho) e no
caminho, ao vencer o desnível do terreno forma as "Cataract of Lodore".
Se Lodore não é grande o que faz dela
famosa ao ponto de constar na sugestão de viagens de turistas nacionais (da Inglaterra)
como destino imperdível para o "turismo vitoriano", (ou turistas interessados em
atrações de importância no período entre 1837 e 1901) e na lista de viajantes
internacionais como quase uma peregrinação literária?
A reposta tem nome: Robert Southey, autor do poema Cataract
of Lodore. Foi esse poema composto em 1820 que eternizou a pequena porém famosa "Cataratas" de
Lodore. Como teria sido este poema se o gênio de Robert Southey tivesse se
dedicado cantar às Cataratas do Iguaçu? Ou Mosi wa Tunya (vitória)? Nada posso acrescentar sobre
o poema agora a não ser fornecer um link (abaixo) para o intraduzível poema.O guia de turismo e colega, Valmor Sparrenberger de Foz do Iguaçu, visitou Lodore e de lá compartilhou foto comigo. O salto inglês esteve no roteiro dele, porque discutimos o poema anos atrás.
Embora desconhecido para o grande
público brasileiro, o aniversário do centenário da morte de Southey em 1943 foi comemorado no
Brasil pelos Institutos Históricos e Geográficos de vários estados entre eles o
de São Paulo. A dívida dos brasileiros se deve em parte a publicação dele da obra
"História do Brasil" entre 1810
e 1819. Academicamente ele se interessava pelas histórias e literaturas da Espanha e Portugal.
Henry Koster registrou aspectos da vida em Pernambuco dando detalhes dos costumes, desvios, hábitos bons e ruins da sociedade rural canavieira de Pernambuco com seus fazendeiros, escravos, matutos, criminosos entre outros tudo visto nas viagens que fez no interior do atual estado, com destaque para a cidade de Goiana (PE) não confundir com Goiânia (GO), como ele foi de Goiana para Cabedelo na Paraíba, para o Ceará e Maranhão. Cabedelo e Goiana são surpresas até para os turistas de hoje além do fato de Goaiana ser sede da fábrica atual do Jeep Renegade no Brasil. As memórias de Koster pode até ser considerada como ideia de roteiro de viagem que pode ser refeito hoje, com muito mais conforto. O Travels in Brazil foi traduzido para o português pelo antropólogo, historiador, jornalista e advogado brasileiro (potiguar) Luiz da Câmara Cascudo em 1942 para a Companhia Editora Nacional sob o título "Viagens ao Nordeste do Brasil". Confira a edição da obra com comentários em PDF via página da Biblioteca Digital da UFRJ.
O poema (link ativo)
O gancho do poema é a pergunta de um dos filhos do poeta.
Como a água cai de Lodore? Daí o pai responde, em rima, dando vida à cachoeira, usando palavras que
imitam o som e o movimento da água que desce o precipício. As palavras são na maioria verbos diversos que reproduzem o som das águas, a velocidade e o barulho produzido. Eu contei 156 verbos que trabalhados juntos formam uma experiência diferente para quem trabalha com as palavras. Meio fora de moda hoje no ensino hoje e já desconhecido do grande público britânico e de língua inglesa do mundo, o Poema ainda é usado nas escolas do nível básico e fundamental para estimular a construção de vocabulário das crianças. Há quem diga, que o poema não passa de uma exibição de sinônimos com um começo sem pé nem cabeça. Eu reverencio. Clique AQUI Para escutar o poema lido e Aqui para se inspirar, nesses dias de quarentena e distanciamento, com uma interpretação do quarteto Mouthful ao lado da cachoeira.
Nota:
Esta é uma das postagens que faço com a intenção de promover conexões baseado na minha convicção de que somos todos um. Só há um planeta, só um povo. Quem já morreu continua conosco por meio do trabalho que deixou. O tempo é circular. Por isso peço a quem assistir o vídeo do Quarteto Mouthful no Youtube dê um "like" para ajudar a divulgar o trabalho. *Para quem não mora em Foz do Iguaçu e planeja vir à Terra das Cataratas, a passeio ou para eventos confiram os sites do Visit Iguassu e da Secretaria de Turismo.
Nota:
Esta é uma das postagens que faço com a intenção de promover conexões baseado na minha convicção de que somos todos um. Só há um planeta, só um povo. Quem já morreu continua conosco por meio do trabalho que deixou. O tempo é circular. Por isso peço a quem assistir o vídeo do Quarteto Mouthful no Youtube dê um "like" para ajudar a divulgar o trabalho. *Para quem não mora em Foz do Iguaçu e planeja vir à Terra das Cataratas, a passeio ou para eventos confiram os sites do Visit Iguassu e da Secretaria de Turismo.
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