Josephina Schimmelpfeng ainda lembra do barulho das portas
do antigo hotel de madeira nas Cataratas
Jackson Lima
A única filha sobrevivente do primeiro prefeito de Foz do
Iguaçu, Jorge Schimmelpfeng visitou Foz do Iguaçu entre 13 e 16 de maio deste
ano. Josephina Schimmelpfeng Fortes nasceu no dia 21 de 11 de 1923 quando Foz
do Iguaçu completou 9 anos de autonomia política. Aos 17 anos, Josephina casou
com o então tenente do Exército Brasileiro, José Pinheiro Fortes. O casal se
mudou para o Rio de Janeiro onde nasceram dois dos três filhos: Jorge Nivaldo e
a menina Jomar. O terceiro filho José
Augusto Schimmelpfeng Fortes nasceu em Foz do Iguaçu após a transferência do
militar, que anos mais tarde, chegou a general à cidade que anos mais tarde chegou a general.
José Augusto Schimmelpfeng e esposa Neusa Zanetti foram responsáveis pela viagem de dona Josephina a Foz do Iguaçu, ou mais especificamente às Cataratas do Iguaçu. “Ela sempre falava de saudades das Cataratas, daí eu falei com Jorge e disse vamos levar dona Josephina a Foz”, assim nasceu a ideia. Neusa explicou ainda que ela quis que a sogra visse as Cataratas em noite de lua cheia e que visse o arco-íris.
Na escala de 1 a dez que nota a senhora dá ao arco-íris da
noite de lua cheia? Ela respondeu: “dez é pouco”. Josephina Schimmelpfeng falou
de saudades. “Saudades daquele prédio de madeira que era o hotel de papai. As
portas batiam, trepidavam, faziam um barulho por causa das Cataratas”, disse.
E ela descreve o prédio: tinha dois andares. “O corredor
central ia ser uma biblioteca e havia dois salões um à direita e outro à
esquerda. O da esquerda não ficou pronto”. O hotel foi destruído pelo fogo. “O
empregado deu ordem para botar fogo no ninho de vespa e foi dormir. Em menos de 15 minutos tudo foi consumido”,
lembrou dizendo que as paredes do hotel eram cheias de autógrafos de famosos.
“As Cataratas eram o melhor passeio que existia. As famílias
alugavam caminhão para a viagem e traziam farnel (marmita) para o lanche”,
lembrou. Outra lembrança compartilhada pela filha do primeiro prefeito de Foz
foi a Usina de Eletricidade de Foz do Iguaçu.
“A usina de Foz era do papai . Nos dias 31 de dezembro ela ficava ligada a noite toda. Ela tinha um apito como o de trem para avisar o ano novo”, disse. “Quem gerenciava e cuidava da Usina de Eletricidade era o Armindo Matte, ele era especialista em motor elétrico”, acrescentou.
“A usina de Foz era do papai . Nos dias 31 de dezembro ela ficava ligada a noite toda. Ela tinha um apito como o de trem para avisar o ano novo”, disse. “Quem gerenciava e cuidava da Usina de Eletricidade era o Armindo Matte, ele era especialista em motor elétrico”, acrescentou.
Ela se lembrou de uma noite em que o filho do cônsul
argentino o Sr. Bianchi, havia tomado muito champanhe e reclamava do apito da
Usina. “O apito da usina me faz muito mal”, dizia. Dona Josephina falava do
cônsul Eduardo Ramon Bianchi, hoje nome da travessa onde se encontra o Consulado
Argentino em Foz. Sobre a antiga Foz do
Iguaçu, dona Josephina disse que a cidade era muito boa. “Era como uma
família”, disse.
No Parque Nacional onde se hospedou no hotel que se encontra
no mesmo local do antigo casarão de madeira, ela topou muitas aventuras.
Caminhou nas Cataratas de dia, voltou à noite para ver a lua cheia e voou de
helicóptero. Ela só disse não a um convite: ver a Foz do Iguaçu de hoje. “Não!
Não quero. Não tenho mais nada lá. Todos os conhecidos morreram. Todos
morreram. Até a casa onde minha irmã morou derrubaram”, concluiu.
Josephina Schimmelpfeng tem o mesmo nome da avó. “Havia
muitas Josephinas, cada ramo da família tinha uma. Eu interrompi a tradição e
não dei o nome Josephina à minha filha. Hoje ela mora em Curitiba e passa o
inverno em Camboriú ou Caldas Novas.
Nota do Blog de Foz
Confira esta postagem com material escolhido e enviado pela dona Josephina logo após sua visita a Foz do Iguaçu. Uma importante contribuição para a história de Foz do Iguaçu. Atualizada em 30 de abril de 2016. A foto do arco-íris é da TV japonesa NHK para a Unesco.
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