quarta-feira, 17 de novembro de 2021

O que os animais estão querendo dizer que a gente não escuta?

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Leia isso aqui somente se você quiser. Você pode achar tudo isso uma viagem.

A morte em massa de 174 flamingos no Parque das Aves, – um empreendimento privado com mais de 26 anos que não é só um zoológico, não é só um atrativo turístico e não é só uma garantia de entretenimento – deixou Foz do Iguaçu de baixo astral. “A gente sente que a energia está baixa, todo mundo está triste”, me contou uma jornalista aposentada que mora no lado oposto da cidade. Os 174 flamingos nasceram de onze flamingos originais trazidos na época da fundação do Parque. O primeiro a nascer em cativeiro veio ao mundo em março de 2001.

A partida em massa dos flamingos teve sabor de transmigração em massa: 174 alminhas leves e cor de rosa migraram para outra dimensão, como lembra a arte que reproduzo e cuja autoria desconheço.  Como não posso esconder e como não estamos  sob qualquer sistema de inquisição posso dizer, medo por quê? – conheço e sou amigo de bruxas queridas, de trabalhadores da luz, de esotéricos, de pajés e caciques e conspiradores de aquário,  levei minhas dúvidas para alguns representantes dessa comunidade nesse planeta.

A pergunta que fiz provoca mais perguntas ao mesmo tempo em que convida para uma reflexão: o que os animais estão querendo dizer? Qual é a mensagem? Parece que existe um desespero no mundo animal começando da fome. Uma olhada nos noticiários do Brasil e se tivermos paciência, do mundo, mostra a presença cade vez mais frequente de animais nas manchetes de jornais e sites de notícias.  Veja alguns exemplos de animais nas machetes no Brasil só em 2021:       

Onça do Golfo do Urabá (Colombia) que se aventurou no mar

Agosto – Onça-pintada é flagrada por turista caminhando e negociando as cachoeiras do Salto Yucumã (RS) ou Salto Moconá (Misiones), Argentina. Aproveito para compartilhar que a raíz da palavra "Moconá" em guarani é "mokõ" que significa "deglutir", "mastigar". A onça passou por cima da deglutidora sem nem fazer careta.

Agosto 2021 - Onça Kunumi do Projeto Yaguarete do Parque Nacional do Iguazú é fotografada nas Cataratas. 

Outubro 2021 – Morre no Zoológico de Belo Horizonte a onça iguaçuense Pytũ nascida no Refúgio Biológico Bela Vista da Itaipu Binacional.

Novembro 2021 - Onça-parda flagrada enquanto caminhava tranquilamente por um condomínio residencial em Senador Canedo perto de Goiânia  

Novembro, 15, Uma equipe da Guarda Costeira resgata uma onça pintada que nadava no mar na região do Golfo do Urabá, no Caribe colombiano. O habitat naturalk dela é a selva do Darién e do Chocó. 

Novembro 2021 – Onça mãe e filhote matam flamingos no Parque das Aves em Foz  do Iguaçu

Parte das 380 baleias piloto encalhadas na Tasmânia (Austrália) em 2020 (Project Jonah / Comissão baleeira Internacional - IWC)

As manchetes acima concentram-se em onças e estão, de longe, desatualizadas. Se procurarmos tem mais. E as baleias? Baleias, golfinhos e toninhas exigem esforço e estudo para entendê-las. Concentremo-nos na baleia jubarte. Só este ano, as manchetes registram a morte de 30 jubartes só em Santa Catarina, 15 no Paraná e no Brasil já são 201. São aquelas que encalham e morrem na praias. Os veterinários e os profissionais da Medicina Legal Veterinária (Existe isso?), falam de animais, magros, famintos além daqueles que engoliram anzóis, metade de redes de pesca e outros casos.

Baleia jubarte encalhada na Bahia (Instituto Baleia Jubarte)

As manchetes dos Estados Unidos e Canadá mostram mortes em massa de animais. Os jornais e site registram o resgate de cerca de 3 mil mergulhões (da galera dos patos) de um estacionamento do Walmart no interior do estado do Utah. Se biólogos, veterinários e voluntários resgataram 3 mil, muito mais morreram ao aterrissar no piso de concreto do estacionamento tendo pensado que fosse água. Na mesma época, 5 mil agelaius (um icterídeo que lembra o guaxe), caíram do céu em pleno voo na Louisiana.

Celia Fenn, uma amiga e trabalhadora da luz que mora na Cidade do Cabo com quem compartilhei a notícia dos flamingos, mencionou que estava havendo uma mortandade em massa de Lobos Marinhos do Cabo. Uma manchete diz que só em um dia as autoridades enterraram 90 lobos marinhos mortos. “É como se a Natureza estivesse morrendo em todo mundo”, disse Celia. Uma coisa interessante é que Celia disse, a gente precisa entender o que está acontecendo. (Este site diz que os animais estão morrendo de fome). O que esta fazendo os animais morerem de fome?      

De volta às onças

Na tristeza generalizada em Foz do Iguaçu por causa da morte em massa dos flamingos, uma coisa se destaca e isso aponta para algo positivo. Poucas pessoas expressaram desejo de vingança contra a onça. Nós somos descendentes de eliminadores de onças. “Quando a gente chegou aqui, a onça vinha rugir na porta da cozinha”, essa é uma frase familiar. Muitas onças morreram aí mesmo. É como o gavião. Até hoje nas roças, onde há uma casa com galinhas e pintinhos, o gavião que voa e pia em cima da casa leva bala. Em certa ocasião visitei um alojamento de pesca e turismo “ecológico” na beira do rio Miranda (MS) onde na recepção havia uma pele de onça pregada na parede. O recepcionista entregou tudo na hora: “essa o chefe matou, ela veio comer galinha”.

Na segunda-feira, dia 29 de novembro celebramos o Dia Nacional da Onça-pintada e como se fosse pouco é também o Dia Latino-Americano da Onça-pintada. Será um boa dia para refletirmos sobre o que está acontecendo com a Natureza e o que os animais estão vendo no estilo “hoje comigo, amanhã com você”.

Está acabando os meios de sobrevivência, leia-se comida e bebida, para onças, pássaros e tamanduás. Os mares já não garantem comida para as baleias. Está garantida nossa comida para nós? Graças à inteligência humana, nós temos um agronegócio potente “aproveitando” terras do Cerrado, plantando culturas que geram comodities e dólares. Isso é bom! Mas não vai durar muito. Há cientistas calculando que esse modelo tem no máximo 60 colheitas à frente - uma olheita ao ano,  teremos então 60.

Olhemos para o Pantanal que se esqueceu, até agora, de encher. Pantanal é cheia e seca. É calor e frio. É sede e afogamento, às vezes no mesmo dia. Hoje tem até gente na política, no Congresso e Senado que apoiam medidas para proteger o Pantanal. Porém e aqui está o perigo, não querem nem ouvir falar em proteger as nascentes do rio Paraguai no sistema da Serra do Parecis no Mato Grosso. De onde vem a água do Pantanal? 

Por falar em manchetes veja esta de 21 de novembro deste ano: Nascentes do Rio Paraguai (MT) secam e moradores temem falta d'água ou esta manchete desta quarta-feira, 17 de novembro: Destruição das nascentes e PCHs ameaçam existência do Rio Paraguai e do Pantanal

Esta última manchete é bem mais perigosa: fala de ameaça à existência do rio Paraguai. Quem vai avisar ao Paraguai sobre a possibilidade de que o país pode ficar sem rio? Estarão aí os futuros motivos de conflito entre Brasil e Paraguai? Haverá saúde nas Bacias do Paraguai e Paraná se a situação continuar? A vida, será ela fácil?

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