domingo, 2 de junho de 2024

Obrigado Dona Neiva de Lima pela estátua de São João Batista

Incêndio da capela - Foto Harry Schinke
Em 1925, a primeira capela de Foz do Iguaçu foi destruída por um incêndio. Ela já  era chamada São João Batista. A capela fora construída pela comunidade um ano ou um ano e meio antes. ´
Quando ela havia sido concluída, parece que ainda não havia sido decidido qual santo seria o padroeiro da primeira capela da cidade. Logo a situação foi resolvida. A senhora Alzira Neiva, esposa de um militar das forças de intervenção*, tinha uma imagem de São João Batista. 

Afirma a historia que a Dona Alzira Neiva decidiu doar a imagem de São João Batista para a capela fazendo uma única exigência: São João Batista deveria ser o padroeiro de Foz do Iguaçu. E assim foi feito.      
Matriz São João Batista - acervo Rita Araújo

O sangue de Dona Alzira Neiva é representado em Foz do Iguaçu, por um de seus bisnetos. O ex-juiz de direito de Foz do Iguaçu, Luiz Sérgio Neiva de Lima. Quem levantar a história do judiciário estadual em Foz do Iguaçu que inclui a história do prédio onde hoje funciona a Fundação Cultural encontrará o nome do Juiz Sérgio Neiva de Lima. 

   

Dr. Luiz Sérgio Neiva de Lima


Intervenção de quê?

Não esqueçamos que em 1924 parte da Coluna Prestes passou por Foz do Iguaçu. Está ligado àquele capítulo iguaçuense que incluia a fuga em massa dos habitantes da cidade. Mas não de toda a população. O  Sr. José Schlögl que foi personagem de um vídeo da colega Izabelle Ferrari e Cidadão Benemérito pela Câmara Municipal contou que a família dele não fugiu. 

Fugiram as autoridades governamentais e autoridades empresariais na época pessoal ligado às obrajes e exploração da erva mate sob um regime quase de escravidão. Uma das profissões respeitadas da época era a do capataz de erval pessoas com hanbilidades pistoleiras. A Coluna Prestes tinha recebido denúncias desse sistema em todo o território de Foz do Iguaçu que na época ia até Guaíra. Há relatos  que a Coluna fuzilou os capatazes mais "machos". Por isso, em caso de dúvida, ocorreu a fuga para Puerto Aguirre (Puerto Iguazu).

Exército em Foz em '24?

Já ouvi questionamentos sobre a presença de militares do Exército Brasileiro em Foz em 1924 já que, afirma-se, o Exército só voltou a Foz do Iguaçu em 1933. Tem razão quem duvida. Porém é aqui que entra o termo "força de intervenção". A força interventora veio para garantir a ordem, dar tranquilidade à população e restabelecer a paz. É a esta força que as lembranças dos antigos moradores chama de "legalistas" e os da coluna de "rebeldes" ou "revoltosos". O tema da força de intervenção precisa de um estudo aprofundado. 

Parte do legado da Coluna Prestes foi decretar o fim lento mas certeiro do chamado "ciclo da erva mate" em Foz do Iguaçu. O tema da erva mate no Oeste do Paraná é outro que necessita aprofundamento. A memória física do ciclo da erva mate foi enterrado sob as águas do Lago de Itaipu. Lá por volta de 1939, a erva mate em Foz declinou completamente. 

Foto do Dr Luiz Sérgio de Lima é da Revista Nova Fase

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