quinta-feira, 31 de julho de 2025

Minha Missão - o que quero com esse trabalho?

Assim deve ter parecido a Missão Jesuíta Santa Maria del Iguazu. Reprodução do filme The Mission / A Missão, fundada nas Cataratas há 400 anos
1626 - 2026 

Jackson Lima

Com o trabalho de divulgação da história das Missões Jesuítas entre os Guaranis na região conhecida como Paraquária, o que eu desejo é trazer a Foz do Iguaçu e às Três Fronteiras a consciência de pertencimento da região a esta história.

Como resultado, gostaria de ver Foz do Iguaçu, pelo lado brasileiro, sendo um "portão de entrada" para os 30 Povos das Missões oferecendo atenção especial às expedições que tenham início ou terminem nas Cataratas.

Isto significaria ter agências de viagens, operadores, guias, equipes preparados para fomentar, incentivar, promover e realizar excursões, expedições aos legados desses antigos 30 Povos. Hoje a organização de viagens ou expedições a estas área ainda se recente da falta de informações e de sentido de pertencimento.

Os ministerios, Secretarias e organismos do turismo dos quatro países, já tem propostas rotas e roteiros que necessitam dessa injeção de pertencimento e uma nova visão. 

Dos 30 povos, oito estão no Paraguai, 15 na Argentina e sete no Rio Grande do Sul. Todos eles foram fundados por missões jesuítas e ocupavam uma área que ia do extremo Oeste do atual Paraná (antigo Guairá), o Paraguai, via Argentina, até redondezas de Porto Alegre,  entrando no Uruguai, ao leste. Eram povos com suas estâncias e ervais associados. 

Hoje, em Foz do Iguaçu não existe disponibilidade ou oferta de organização de visitas ou até informação ordenada sobre as rotas levando, como consequência a concentração de visitas apressadas só ao complexo arqueológico de San Ignacio Mini, na Argentina ou a escolha de um entre os oito, sitios arqueológicos do Paraguai.  Visitantes individuais ou famílias são obrigadas a contratar taxis ou traslados bate-e-volta com puco tempo de espera.

Hoje os 30 Povos das Missões correspondem, grosso modo, a 30 municípios localizados no Brasil (Rio Grande do Sul), Paraguai, Argentina e Uruguai. 

Já existe uma "Associação dos 30 Povos" no modelo multilateral com presidência pró-têmpore rotativa no estilo Mercosul que trabalha para chamar a atenção para a cultura, história, espiritualidade da região criadas nos úlimos 400 + anos,  que unem os povos nos quatro países com patrimônios que conversam entre si e com os das missões jesuítas na Bolívia. 

Tudo ajuda a formar aquela estrutura que apoia a  formação de uma identidade missioneira bem mais extensa que as interpretações atuais e separadas da riqueza da cultura gaúcha, missioneira, ligadas ao trabalho jesuíta. 

Este mês, no domingo logo após o 16 de agosto, os argentinos da Diocese de Iguazu, participam de uma peregrinação ao Santuário da Santa María del  Iguazú ou Santa Maria do Iguaçu, comemorando assim os 400 anos da fundação da Redução Jesuítica Santa Maria del Iguazu nas Cataratas do Iguaçu. Confira cobertura da peregrinação no ano passado em link no final da página.


Orquestra e Coro da Capela de Música de San Ignacio Guazú, um dos 30 Povos das Missões nas Cataratas do Iguaçu. A visita dos músicos anunciou  uma série de atividades que acontecerão em Foz do Iguaçu com participação extensão a Puerto Iguazu, Franco e Hernandarias em 2026. San Ignacio foi o primeiro dos 30 Povos   

Notas:

Relembre a cobertura da Peregrinação de Santa Maria del Iguazu 2024 

A lista dos 30 Povos

Brasil - RS:

São Miguel Arcanjo  

São Lourenço Mártir 

São Nicolau

São Francisco de Borja 

Santo Angelo Custódio  

São Luiz Gonzaga

São João Batista 


Paraguai:

San Igacio Guazu

Santa Maria de Fé

Santa Rosa de Lima

Santiago Apóstol

San Cosme y San Damián

Itapúa 

Santísima Trinidad del Paraná 

Jesus de Tavarangue


Argentina:

Corpus 

San Ignacio Mini 

Loreto

Santa'Ana

Candelarias

San Carlos

San José de Itacuá

Martires del Japón

San Javier

Santa Maria la Mayor

Concepción

Apóstoles

Santo Tomé

La Cruz

Yapeyu

  

quarta-feira, 23 de julho de 2025

História da Capela Musical de San Ignacio Guazú - versão bilíngue (Português-Guarani)

 A História da Capela Musical de San Ignacio Guazu que passou e brilhou em Foz do Iguaçu  / Capilla Musical San Ignacio-gua ohasa ha omimbipáva Foz do Iguaçu-pe

Tradução ao Guarani: Emilia Espinola, estudante de antropologia na UNILA, com tecnicatura em Tradução do Instituto Yvy Marã'e, Paraguai. É tradutora de obras para o guarani de obras como "Cuentos de la Selva" de Horacio Quiroga e "Quarto de Despejo" da brasileira Carolina Maria de Jesus. Foi bolsista da Translation House Looren, Suíça. Emilia fez duas versões da tradução. Esta é a primeira



Tradução ao Português: Jackson Lima / Blog de Foz Texto original: Comunicação Museu de Arte Jesuítico-Guarani de San Ignacio Gazu

  

 

A Capela Musical de San Ignacio Guazú é uma criação do Museu Jesuíta Guarani e faz parte de um projeto maior de profissionalização e resgate.

 

A música nas Missões Jesuíticas do Paraguai era predominantemente religiosa, portanto, seu desenvolvimento se deu principalmente nas igrejas. Todos esses templos solicitavam periodicamente composições para o calendário religioso. Sua execução exigia a presença constante de músicos profissionais para acompanhar os coros vocais. Todo esse conjunto é conhecido como Capelas Musicais, que eram dirigidas por Mestre de Capela.

 

A partir do século XVII, a Capela deixou de ser apenas uma capela para cantores, passando a contar com um grupo instrumental, com um ou mais coros alternados. Vale destacar a importante contribuição de Doménico Zipoli, considerado o mais famoso compositor europeu a viajar para a América durante o período do vice-reinado e também o músico mais talentoso a contribuir para as missões jesuítas no continente.

 

No final da primeira década do século XXI, o Padre Antonio Betancor, SJ, por meio do projeto "Museu Vivo", criou uma série de oficinas (workshops), incluindo uma sobre música barroca para violino, violoncelo e harpa, ministrada pelo então estudante de música Jorge Bedoya.

 

O grupo foi originalmente chamado de "Conjunto Athanasius Kircher" em homenagem ao músico e pesquisador jesuíta. Após a morte do Padre Antonio, o grupo foi renomeado para "Conjunto Antonio Betancor".

 

No final de 2022, o grupo recebeu a visita do Maestro paraguaio de renome internacional, Luis Szarán, que cedeu, em comodato, um contrabaixo e um violoncelo de estilo antigo, a título de comodato e nomeou a soprano Gabriela Arias para formar um coro de música antiga.

 

Em janeiro de 2023, os Maestros Luis e Ian Szarán propõem recriar a "Capela Musical de San Ignacio Guazú", criada em 1622 pelo Irmão Luis Berger, para dar continuidade a essa tradição de 400 anos.

 

Em 2025, foi estabelecida uma aliança com a Capela Musical de Santiago, também no Departamento de Misiones e foi formado um grupo chamado CAPELA MUSICAL DAS MISSÕES JESUÍTAS DA PARAQUARIA, com membros de San Juan Bautista e Villa Florida, mantendo Jorge Bedoya como Maestro da Capela e Aracelli Vallejos como Maestra do Coral.


 

Capilla Musical San Ignacio hína Museo Jesuíta Guarani remireñói, oñembokatupyry rekávo tapicha ha ojejapyatývo arandupy hesegua.

 

Purahéi Misión Jesuítica paraguaigua ojeporuvémi ñembo’erã, upéicha rupi, ojeguerojera ypy Tupão ryepýpe. Tupão oĩháicha ojerurémi purahéi oñemba’apo hag̃ua arange arete jave. Oñembopu ha ojepurahéi hag̃ua tekotevẽmi tapicha ikatupyrýva umi mba’épe omoirũ hag̃ua opurahéivape. Upe tapicha aty ojeikuaa Capelas Musicais-ramo, Mestre de Capela oisambyhýva.

 

 

 

Sa’ary XVII guive, Capela ndaha’evéima puraheihárape g̃uara año, upe guive avei oñemoheñói aty omba’epúvape g̃uarã, peteĩ térã hetave puraheihára aty reheve. Iporã jaikuaauka Domenico Zipoli rembiapo porãite, purahéi apohára europaygua herakuã guasúva vice-reinado aja há avei, purahaihára ikatupyryvéva oipytyvõvo missões jesuíticas ñande yvy jepysópe.

 

 

Oñembotývo pa ary sa’ary XXI-pe, pa’i Antonio Betancor, SJ, aponde’a “Museo Vivo” rupive, omoheñói heta mbo’esyry, hyepýpe avei música barroca violín, violoncelo ha arpa-pe g̃uarã, oporombo’e upérõ Jorge Bedoya, oñemoarandúva purory.

 

Upérõ, upe aty oñembohero “Conjunto Arhanasius Kircher” oñembojeroviávo upe jesuíta puraheihára ha arandu jeporekahárape. Pa’i Antonio omano rire, oñemoambue aty réra “Conjunto Antonio Betancor-ramo”.

 

Opávo 2022, Mbo’ehára paraguaigua herakuã guasúva, Luis Szarán, ou hendapekuéra ha ñopytyvõ rérape ogueru ichupekuéra peteĩ contabaixo ha peteĩ violoncelo antigo, kuatia rupive, ombohéra upe ñopytyvõ ku soprano Gabriela Arias rérape omoheñóivo puraheihára aty yma guare.

 

2023 jasyteĩme, Mbo’ehára LuisIan Szarán omoheñoise jevy “Capela Musical San Ignacio Guazu”, tyvýra Luis Berger remireñoimbyre 1622-pe, ojegueroguata jevývo upe arandupy guasuete.

 

2025-pe, heñói ñopytyvõ Capela Musical Santiago-ygua Misiones retãvorépe ha oñemoheñói aty pyahu hérava Capela Musical das Missões Jesuítas da Paraquaria, ipype oike tapicha San Juan Bautista ha Villa Florida-ygua, Jorge Bedoya  gueteri Mbo’ehára Capela-ygua ha Aracelli Vallejos katu, puraheihára atygua Mbo’ehára.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Guerra comercial: Pix, 25 de maio e outras escaramuças

 O presidente Donald Trump nem tinha assumido o seu novo mandato quando a Avenida 25 de março, em São Paulo, apareceu no radar do USTR - Escritório do Representante Comercial dos EUA. A notícia saiu na CNN Brasil no dia 9 de janeiro. 

Um dia antes, no dia 8 de janeiro, a CNN Brasil foi furada pelo site Infomoney com a mesma notícia.  

A Tríplice Fronteira que já frequenta esta lista há muito não escapou de novos atalhos da perseguição. Voltou à tona a acusação da região trinacional como esconderijo de terroristas tendo com novidade a oferta de US$ 10 milhões para quem der informações que possam levar a um terrorista. 

Esta não é minha especialidade. Mas digo que como jornalista é minha obrigação alertar para certas tendências. Já faz algum tempo, vi em uma publicação uma afirmação que me preocupou. Trata-se de uma acusação em formação contra uma classe de empresários da fronteira: os  despachantes. 

Os especalistas norte-americanos descobriram que a região tem despachantes demais e que a única razão para isso seria a participação deles na ilegalidade, esquentamento de faturas, lavagem de dinheiro entre outras. Onde há fumaça há fogo. Se preparem, alguma coisa à caminho (pode ser daqui a alguns anos).