quinta-feira, 19 de maio de 2016

Uma nota do Blog de Foz aos agressores do haitiano

Membros do CORE Group


Os haitianos de Foz do Iguaçu estão aqui porque nós estamos lá. O Brasil é membro do CORE Group que administra o Haiti após o terremoto que destruiu o país, matou mais de 200 mil pessoas inclusive a nossa querida e respeitada Zilda Arns, seguido por outros inúmeros desastres entre eles secas, inundações, doenças e fome.  O Core Group é formado pelos embaixadores do Brasil, Canadá, União Europeia, França, Espanha, estados Unidos da América e a OEA por meio de um representante especial. Essa intervenção ocorre por determinação do Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas.   

É uma situação complicada como bem demonstra um longo editorial assinado por Marvel Dandin publicado hoje (ontem) na Radio Kiskeya do Haiti onde o autor responde a uma pergunta: Commemorer le drapeau? Oui, mais (Comemorar a bandeira: Sim, mas) e onde faz uma longa análise da situação. A bandeira do Haiti é comemorada no dia 18 de maio.

O Brasil por meio de nossos diplomatas e nossos soldados e militares se encontram no Haiti. Foz do Iguaçu colaborou com esta força por meio do envio de soldados do 34º Batalhão de Infantaria Motorizado (na época, agora mecanizado). Meninos iguaçuenses inclusive de nossos bairros populosos com história de pobreza foram ao Haiti, cumpriram sua missão e voltaram para casa no Morumbi, no Porto Belo, no Porto Meira sem terem sido agredidos no país de origem de Gheto Mondésir. 

Daqui a três anos, esses estudantes haitianos da Unila quando formados poderão querer voltar ao Haiti para porem em prática o que aprenderam aqui. Algum deles poderão ocupar cargos públicos, cargos no governo e ajudar a fazer a sociedade que o editorialista Marvel Dandin cobra. E o Brasil teria ajudado a formar cidadãos do futuro. Todo país investe nisso. Por isso Estados Unidos, Japão, Paraguai, Rússia, França investem para atrair estudantes brasileiros pois o país onde está a Alma Mater de formação passa a ser sempre uma “mãe” ou um pai. 

O mundo todo, todos os países querem isso. Atrair estudantes que aprendam suas línguas, suas culturas. Aqueles haitianos que não voltarem, que decidam ficar no Brasil que tenha a chance de fazê-lo assim como foi dada a oportunidade a nossos avós que chegaram da Alemanha, Itália, Espanha, Portugal, Ucrânia, Polônia, Japão e outros países. O Brasil é muito maior do que a nossa visão pessoal. 

Ilude-se quem pensa que em algum momento todos concordaremos com tudo e em tudo. Cada cabeça ainda é um mundo. Mas a política de Estado brasileira deveria ser respeitada.  Inclusive a política de receber imigrantes ricos, pobres e refugiados. Daí vale olhar o exemplo do povo alemão e a abertura oficial para receber um milhão de imigrantes e refugiados, só este ano, apesar de todos as pressões políticas internas e externas todas, que de um jeito ou de outro, se mostram egoístas ou racistas. O Brasil foi feito por imigrantes.





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