Membros do CORE Group |
Os haitianos de Foz do Iguaçu estão aqui porque nós estamos
lá. O Brasil é membro do CORE Group que administra o Haiti após o terremoto que
destruiu o país, matou mais de 200 mil pessoas inclusive a nossa querida e
respeitada Zilda Arns, seguido por outros inúmeros desastres entre eles secas,
inundações, doenças e fome. O Core Group
é formado pelos embaixadores do Brasil, Canadá, União Europeia, França, Espanha,
estados Unidos da América e a OEA por meio de um representante especial. Essa
intervenção ocorre por determinação do Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas.
É uma situação complicada como bem demonstra um longo editorial assinado por Marvel Dandin publicado hoje (ontem) na Radio Kiskeya
do Haiti onde o autor responde a uma pergunta: Commemorer le drapeau? Oui, mais
(Comemorar a bandeira: Sim, mas) e onde faz uma longa análise da situação. A bandeira do Haiti é comemorada no dia 18 de maio.
O
Brasil por meio de nossos diplomatas e nossos soldados e militares se encontram
no Haiti. Foz do Iguaçu colaborou com esta força por meio do envio de soldados
do 34º Batalhão de Infantaria Motorizado (na época, agora mecanizado). Meninos
iguaçuenses inclusive de nossos bairros populosos com história de pobreza foram
ao Haiti, cumpriram sua missão e voltaram para casa no Morumbi, no Porto Belo,
no Porto Meira sem terem sido agredidos no país de origem de Gheto Mondésir.
Daqui a três anos, esses estudantes haitianos da Unila quando formados poderão querer voltar ao
Haiti para porem em prática o que aprenderam aqui. Algum deles poderão ocupar
cargos públicos, cargos no governo e ajudar a fazer a sociedade que o
editorialista Marvel Dandin cobra. E o Brasil teria ajudado a formar cidadãos
do futuro. Todo país investe nisso. Por isso Estados Unidos, Japão, Paraguai, Rússia,
França investem para atrair estudantes brasileiros pois o país onde está a Alma
Mater de formação passa a ser sempre uma “mãe” ou um pai.
O mundo todo, todos
os países querem isso. Atrair estudantes que aprendam suas línguas, suas
culturas. Aqueles haitianos que não voltarem, que decidam ficar no Brasil que
tenha a chance de fazê-lo assim como foi dada a oportunidade a nossos avós que
chegaram da Alemanha, Itália, Espanha, Portugal, Ucrânia, Polônia, Japão e
outros países. O Brasil é muito maior do que a nossa visão pessoal.
Ilude-se
quem pensa que em algum momento todos concordaremos com tudo e em tudo. Cada cabeça ainda é
um mundo. Mas a política de Estado brasileira deveria ser respeitada. Inclusive a política de receber imigrantes
ricos, pobres e refugiados. Daí vale olhar o exemplo do povo alemão e a abertura
oficial para receber um milhão de imigrantes e refugiados, só este ano, apesar de todos as pressões
políticas internas e externas todas, que de um jeito ou de outro, se mostram egoístas ou
racistas. O Brasil foi feito por imigrantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário