Destaco
aqui essa imagem de reportagem que fiz para a Gazeta do Iguaçu sobre
as obras no Marco das Três. as fotos são de Roger Meireles. Note na foto
superior que os trabalhadores estão preparando o espaço que chamarei
aqui de "piscina" para o chafariz com fonte (Foto abaixo) que é
parte do projeto de revitalização do local na fronteira. Quem visitar o
Marco das Três Fronteiras após a reabertura do espaço vai encontrar
cerca de 500 anos de história resumida
contada pelo sistema de "eduentretenimento" (se não me confundo). O
espaço está dividido em três praças. A recepção terá como tema o
governador espanhol da Província do Prata, Álvar Núñez Cabeza de Vaca
enviado para a assumir o governo em Buenos Aires logo após a primeira fundação da cidade (a cidade teve duas fundações).
Entre a saída da Espanha e a chegada em terras americanas - neste caso a Ilha de Santa Catalina
(hoje SC Brasil), ele descobriu que os índios do Pampa haviam destruído
a fundação. Isso forçou alguns espanhóis a voltarem para a Espanha e
outros a se aventurarem rio da Prata (Paraná) acima e fundar a capital
no que hoje é Assunção. Cabeza de Vaca soube por meio dos guaranis que
era possível chegar à Assunção por terra. A expedição partiu de Santa
Catarina entrou no que hoje é o Paraná, margeando o rio Iguaçu e assim
em 1542, Cabeza de Vaca e sua expedição passou pelas Cataratas do Iguaçu
em direção à Assunção.
É
o que os "homens brancos" chamam de descobrimento das Cataratas. Depois
da revitalização, quem visitar o Marco das Três Fronteiras terá
mirantes melhorados para ver o encontro dos dois rios e o local onde
Cabeza de Vaca e seus companheiros atravessaram o rio saindo do que é
hoje Porto Meira (Foz do Iguaçu) para o Paraguai. Os 300 cavalos e mulas
atravessaram o rio em uma balsa-ponte feita com as canoas amarradas da
expedição amarradas uma à outra. Uma cena fantástica e há quem diga que seja impossível. Houve muito agito nessa área naquele longínquo dia.
Passando a área da recepção, vem a Praça das Missões
- um espaço que relembrará muita coisa sobre a importância dos jesuítas
na região que hoje é Paraná (Brasil) e na época era a Província Real del Guayrá
(Guaíra). Lembra o conflito bandeirantes - jesuítas e a fuga de
jesuítas e índios de territórios desocupados na porrada para o
território espanhol mais ao sul. Novas construções incluem réplicas de
missões jesuíticas como a de San Ignacio Mini que foi erigida primeiro
no Paraná e depois da guerras foi reconstruída na Argentina a quase 300
quilômetros daqui. Por fim, chega a Praça do Marco das Três Fronteiras
em sim que conta a história do monumento colocado no Brasil e Argentina
em 1903 como celebração do final do conflito diplomático de mais de 50
anos entre Brasil e Argentina no que foi chamado de "a questão das
missões". Neste espaço haverá restaurante, bar, parquinho com
brinquedos e programações especiais.
Os bonecos utilizados na cena e que pertencem ao acervo de um pequeno museu em Puerto Iguazú, serão expostos no espaço das Três Fronteiras. E por fim, ainda este ano, acontecerá o Primeiro Réveillon Trinacional Simultâneo com organização tri-conjunta com queima de fogos dos três lados da fronteira. Para quem não sabe, dos três países das Três Fronteiras (TRIFRON), o Brasil é o primeiro a entrar no ano novo. Paraguai e Argentina entram no ano novo uma hora depois. A reabertura à visitação e inauguração acontecerá entre 20 e 24 de dezembro.
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