Reunida em Belo Horizonte (MG), nesta terça-feira (3), a Associação Brasileira dos Sebrae
Estaduais (ABASE) apela para que a MP 907 seja retirada da pauta do
Congresso Nacional, com o intuito de não prejudicar os milhares de
pequenos negócios espalhados pelo Brasil, inclusive os que fazem parte
da cadeia produtiva do turismo.
A Medida Provisória editada no último dia 27, que não atende aos
preceitos constitucionais de relevância e urgência, prevê o corte anual
de 18,4% no orçamento do Sebrae aplicado no fomento dos pequenos negócios em todo o país, retirando mais de R$ 600 milhões anuais para transformar a Embratur em agência de promoção turística internacional.
Há mais de 20 anos, a atuação do Sebrae no
segmento do turismo brasileiro é protagonista no atendimento direto aos
pequenos negócios, por meio do incentivo ao empreendedorismo, da
participação nas discussões de políticas públicas e da realização de
estudos e pesquisas sobre o setor, fortalecendo e empoderando as
governanças locais.
São mais de 40 mil fornecedores registrados no Cadastro Nacional dos
Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur), sendo 95% deles
microempreendedores individuais (MEI) e micro e pequenas empresas (MPE).
A Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc) reforça a
importância dos pequenos empreendimentos, que correspondem a 76,8% do
segmento.
Em 2019, até o momento, o Sebrae realizou
367.664 atendimentos (consultorias, oficinas, seminários, cursos) e
empenhou R$ 291,5 milhões apenas no setor do turismo (biênio 2019/2020).
Os recursos destinados ao Sebrae são privados e
aplicados exclusivamente na defesa e no fortalecimento das MPE, que
somam 98% dos negócios brasileiros e criaram mais de 752 mil empregos
formais este ano. Logo, a retirada de recursos proposta pela MP impacta
diretamente nesses atendimentos.
Considerando o predomínio dos pequenos negócios na economia nacional e a força do Sebrae no apoio e desenvolvimento dos empreendedores nos mais diversos segmentos, a edição desta MP causa estranheza. Retirar os recursos do Sebrae significa retirar dinheiro
do artesanato, da gastronomia, dos meios de hospedagens, dos produtores
rurais, das startups, do trade turístico, da inovação, do comércio, dos
bares e restaurantes, dos prestadores de serviços e das pequenas
indústrias. A ABASE apoia a necessidade de promover o turismo, mas
discorda totalmente que isso seja feito em detrimento do desenvolvimento
e da estruturação desse setor no Brasil.
Belo Horizonte, 3 de dezembro de 2019.
Associação Brasileira dos Sebrae Estaduais (ABASE)
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