quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Prefeito de Bahia Negra no Pantanal Paraguaio quer colocar a cidade na rota do turismo natural e sustentável

Prefeito (intendente) João Roberto Ferreira e Ana Benítez: em busca de um desenvolvimentio que melhore a vida da população e seja bom para o meio ambiente (Foto Adilson Borges) 

 João Roberto Ferreira Paya, prefeito de Bahía Negra no departamento de Alto Paraguai, é o que se chama no Brasil um "pantaneiro". Ele era um convidado especial da ministra do turismo do Paraguai, Sofial Montiel de Afara para observar e dar os primeiros passos para colocar o município de menos de 3.000 habitantes no mapa do turismo sob a categoria "Pantanal Paraguaio". 

"Vim para aprender e ver de que se trata e como o município pode se beneficiar com o turismo", disse o prefeito durante um Workshop dirigido a operadores e agentes de turismo do Paraná, no sábado, 27, em Assunção organizado pela Secretaria Nacional do Turismo (SENATUR).

Para o prefeito, receber o convite da ministra foi uma grande honra. "É a primeira vez que recemos o apoio das autoridades do turismo". As coisas estão parecendo melhorar para a comunidade considerada longínqua para os paraguaios e para muitos brasileiros exceto os de Porto Murtinho, Corumbá e Forte Coimbra. Lá pela metade do mês, o presidente Marito Abdo Benítez vai a Bahía Negra entregar a reforma do hospital da cidade.


Com a ministra Sofía Montiel de Afara

Traduzindo a afirmação do prefeito, quando disse querer aprender no evento, ele quer dizer "escolher o modelo de turismo" que seja bom para o turismo de Bahía Negra. Ele está na frente do Pantanal sul-matogrossense e lá durante anos existiu um turismo de massa ligado à pesca com resultados às vezes não tão bons, como a questão do abuso cometido por pescadores que não respeitam as cotas e promovem o desequilíbrio do ambiente pantaneiro ou chaquenho. Além disso, a pesca comercial não anda tão boa.

Durante a entrevista, perguntamos como o intendente teve a ideia de participar no evento apesar de ter sido convidado pela ministra para uma audiência . "Na verdade foi minha companheira. Viemos a Assunção para cuidar de assuntos financeiros do município e ela me convenceu a ficar mais dois dias para ver como funciona o turismo", contou. 

Já Ana Benítez, disse com voz forte e sem titubear: "Eu estou interessada no desenvolvimento que posssa beneficiar nosso município. Mas não é qualquer desenvolvimento. É um desenvolvimento amigável, sustentável em relação ao meio ambiente. Quero que nosso município seja um modelo para o Paraguai e para o resto do mundo".     

Todos os participantes no workshop de comercilização turística Paraguai-Paraná que reuniu quem quer mostrar e vender e quem quer comprar  

O começo já é metade do caminho

Bahía Negra tem uma reserva natural chamada Reserva Pantanal Paraguayo. É uma reserva natural propriedade de uma ONG especializada em pássaros e em ambientes preservados. A ONG se chama Guyrá Paraguay (Pássaros Paraguai). A reserva tem 14 mil hectares e nela há um alojamento. Os observadores de aves, também conhecidos como "pajareros" em espanhol ou "passarinheiros" em português são um dos públicos alvos mas também atrai fotógrafos da natureza, biólogos de férias e almas semelhantes. O acesso ao lodge (posada) da reserva é exclusivo por lancha.

Bahia Negra não está no fim do mundo. Quem está em Foz do Iguaçu e deseja visitá-la e puder pagar a gasolina, deve embarcar em seu veículo e rumar a Guaíra, atravessar para o Mato Grosso do Sul pela Ponte Ayrton Senna e pegar o rumo, desta vez, para Ponta Porã e de lá para Porto Murtinho. Na verdade essa não era uma rota estranha para os antigos de Foz na época da erva mate. A companha Mate Larangeiras começou lá, depois baixou para a beira do rio Paraná onde fundou Guaíra. 

Bem voltemos à rota de Bahía Negra. Porto Murtinho é onde vai começar a nova ponte entre Brasil e Paraguai entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta. "De Carmelo Peralta pegue a estrada que vai para o Chaco e será a futura bioceânica. Prossiga até achar o entroncamento para Bahía Negra".  Segundo o prefeito João Roberto Ferreira são mais 190 quilômetros em estrada de chão até Bahía Branca. Indo pelo Brasil levará cerca de 14h. O prefeito faz o trajeto até Assunção em 12 horas.    

Segundo informações da SENATUR, a ministra de Turismo, Sofía Montiel de Afara, está conversando com o município para agendar as próximas atividades no departamento do Alto Paraguai. Essas atividades deverão "potencializar os prestadores de serviços turísticos da região e gerar novas opções para o desenvolvimetro local".

Na lista está a capacitação guías de turismo, hospedagens, formalização de serviços e trabalho conjunto com os outros municípios da região. Ouvi falar que parece até já haver um projeto para um planetário. Mas ainda não há informações.

NOTA

Bahía Negra às margens do rio Paraguai fica próxima ao ponto Tripartite,  Trifínio ou Três Fronteiras Paraguai-Brasil-Bolívia. Ja tem gente chamando a região de Tríplice Fronteira - que mania! Está a 300 km de Corumbá, rio acima e próxima ao Forte Coimbra (MS). Fotos cedidas pela SENATUR. Material atualizado!

 


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