quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Cônsul Geral da Polônia confere local do Memorial de Tadeusz Chrostowski em Matelândia / PNI

 

Placa sinaliza o local do memorial no antigo túmulo: história registrada

Durante muitos anos o "túmulo do polonês" dentro do Parque Nacional do Iguaçu era como uma lenda urbana. Agora não mais. Na segunda-feira, 16 de setembro, a cônsul geral da Polônia em Curitiba, Marta Olkowska desembarcou no Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu - Cataratas em Foz do Iguaçu para uma visita oficial ao "Túmulo do Polonês". O motivo da visita era conferir in loco os preparativos para restauração do túmulo do polonês desta vez mencionado como se deve o túmulo do naturalista polonês, Tadeusz Chrostowski. O naturalista morreu como resultado da malária em abril de 1923 na localidade de Pinheirinho então Foz do Iguaçu e hoje dentro do Parque Nacional do Iguaçu na área que corresponde ao Municípios de Matelândia.

Marta Olkowska, foi recebida no Aeroporto pelo chefe do ICMBio em Foz, Ulisses Santos e o professor estadual e historiador, Maurício Dezordi. Eu estava no Aeroporto esperando a cônsul geral com a missão de conseguir uma foto do encontro. A partir daí começa o que eu quero contar: uma série de surpresas. A primeira, para mim, Ulisses Santos me convidou a ir junto acompanhando a visita oficial até o túmulo. Do aeroporto de Foz do Iguaçu até o antigo Pinheirinho é longe. Para sair de Foz do Iguaçu parece uma viagem. Deu tempo para conversar.  A cônsul perguntou se havia poloneses em Foz do Iguaçu e eu tentei dizer os nomes que vinham à minha cabeça. Me lembrei de Domareski, pensei nos  Bruczenitski mas não fui longe. Já passando em Santa Terezinha de Itaipu me lembrei do Kruschewski que embora não more em STI é ligado à criação de uma fábrica de kayaks na área industrial local. 

Mas nada preparava os passageiros da viatura do ICMBio para o que estava aguardando lá no Pinheirinho. Quando depois de tanto rodar apareceu uma imagem fora de série. Da boca de cada um dos passageiros saiu um: Quanta gente! O prefeito Maximino Pietrobon, a primeira dama Miriam Pietrobon, a vice-prefeita Rozani Marcolino Marcolino Bolzon,  a vereadora e agente do SAMU, Marinilce Mezzono, o vereador da vizinha Céu Azul, Adriano Swidzkiewicz abriu a lista dos nomes poloneses. Ele veio com a esposa Patricia e os filhos Adrian, Nicholas e Felipe, a nova geração dos Swidzkiewicz. De Céu Azul veio também a funcionária pública Salete Luiza Lamb fã da história do Tadeusz e curiosa pela história da Estrada Velha de Guarapuava. "Todo mundo passava por aqui. Santos Dumont passou por aqui", lembrou. 

Dos descendentes de poloneses João Riziski foi o primeiro a apertar a mão da representante do país que um dia seus antepassados deixaram para trás. 

"Se não fosse o empenho do professor Maurício ninguém saberia que aqui havia um cientista polonês enterrado e que além disse foi uma pessoas  tão importante", disse a professora Elisabete Malacarne que estava acompanhada da irmã também professora Elis Regina. A professora estava orgulhosa com a realização do historiador Maurício Dezordi. "Ele foi nosso aluno", dizia a professora enquanto Mauricio falava sobre o projeto do memorial. E ela ainda disse que a família tem três professoras. Todas deram aula para historiador.  "Faltou a Elaine, que foi a professora de história dele". A visita teve o efeito de levantar o orgulho dos matelandienses quer descendentes de poloneses ou não. 

Mais surpresas

Tadeusz Chrostowski era naturalista com um amor especial pela ornitologia (estudo das aves). Ele morreu em sua terceira expedição ao Paraná enquanto se deslocava de Foz do Iguaçu na direção do segundo Planalto. Parece que ele tentava chegar na Colônia Amola Faca (hoje Virmond) onde morava um naturalista e médico também polonês. Não deu tempo. Ele parou na casa do senhor Pedro Marins também conhecido como Pedro Castelhano responsável pela estação da linha de telégrafo Guarapuava-Foz do Iguaçu. A surpresa foi a senhora Constantina Zlata. "Eu sou sobrinha do Pedro Castelhano. Meu nome de solteira é Marins. Meu pai chegou aqui em 1924", contou.

Depois da visita ao túmulo onde será refeito o monumento, a cônsul geral da Polônia foi recebida oficialmente em Matelândia no auditório do Parque Ecológico Farroupilha. Mais uma vez a casa estava cheia. A cônsul agradeceu a recepção, agradeceu as parcerias que inclui o Parque das Aves no financiamento do memorial e a Adetur. A cônsul lembrou que quem tenta levantar a história dos poloneses no Brasil, vai escutar falar de Tadeusz Chrostowski. "Eu me sinto praticamente obrigada a fazer alguma coisa pela memória dele. Eu nasci em uma cidade vizinha a Kamionka, cidade dele. E não podemos deixar passar a oportunidade de fazer algo agora. Temos que deixar alguma coisa de legado pois a vida é curta", disse. 

A diplomata anunciou, de primeira mão, duas iniciativas. A primeira é a doação de um busto do ornitólogo e patrono da ornitologia do Paraná que será colocado no Parque das Aves. A segunda iniciativa anunciada será a criação de um programa de intercâmbio acadêmico que levará o nome de Tadeusz Chrostowski permitindo que poloneses e brasileiros trabalhem juntos em áreas de pesquisas sobre o trabalho de Chrostowski incluindo o Instituto de Zoologia da Academia Polonesa de Ciências.  

Fotos estilo galeria 

A veterinária e diretora técnica do Parque das Aves, Paloma Bosso fala sobre a cooperação com o Consulado. Ao lado dela, está Ulisses Santos, chefe do Parque Nacional do Iguaçu / ICMBio Foz   

Os Swidzkiewicz: o vereador de Céu Azul Adriano, a esposa Patricia e os herdeiros Adrian, Nicholas e Felipe Swidzkiewicz. "Como descendetes estamos orgulhosos da visita da Senhora Marta",    

João Ruziski: "É um motivo de orgulho para nós os descendentes receber a visita de uma cônsul da Polônia"

Ninguém esperava tanta gente

No túmulo onde será reconstruído o memorial 

Ulisses Santos, Cônsul Marta Olkowska e Maurício Dezordi

O antigo memorial construído pela Associação de Poloneses em 1933, dez anos após sua morte

O projeto do novo memorial. Construção no interior do PNI deverá começar por este dias com conclusão previstas para novembro 


Uma borboleta pousa na mão da cônsul geral da Polônia: sinal de boas energias

Cônsul Geral, Marta Olkowska com a Constantina Slata. Descendente do cuidador do telégrafo Pedro "Castelhano"  em cuja casa ou dependência dela morreu, em 1923, o cientista Tadeusz Chrostowski. Dona Constantina convidou a cônsul para tomar um café em casa mas não dava tempo.

Funcionária pública de Céu Azul, Salete Luiza Lamb e fão de historia participou na resolução do mistério do túmulo do polonês  



As irmãs Elisabete e Elis Regina professoras dd Matelândia orgulhosas de terem tido o historiador Maurício Dezordi como aluno. "Está faltando a Elaine que foi professora de história dele", contaram  


Primeira dama de Matelândia, Miriam Pietrobon entrega uma lembrança oficial a cônsul geral

O terere foi adotado pelos descendentes poloneses
. Nos fundos se vê a cesso para o túmulo
Vereadora Marenilce Mezzomo agradece a visita da cônsul e o empenho  do pesquisador Maurício Dezordi 

    
Para lembrar

Izabele Ferrari, Jackson Lima, Kathlen Ferrari, Maurício Dezordi (dentro da cavidade de acesso ao túmulo), o pesquisador na área da ornitologia e biógrafo de Chrostowski,Fernando Cista Straube e  atrás dele Rodrigo Becker e a bióloga  Ana Paula Caron. Foi em uma visita de reconhecimento da área do túmulo no dia 15 de abril de 2023, dia em que foi realizada uma missa em memória de Tadeusz Chrostowiski nos centenário de sua morte na Paróquia Bom Jesus do Migrante em Foz do Iguaçu, celebrada pelo padre Zdzisław Malczewski de Porto Alegre e co-celebrada pelo padre Albino Matei


Alguns links
Tadeusz Chrostowski Blog de Foz em 2020
Tadeusz Chrostowski blog Jackson Lima (Inglês) 
Memórias da Missa pelo padre Zdzislaw Malczewski SChr
Memória da Missa pelo Pe. Zdzislaw Malczewski
(em Polonês)

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