domingo, 29 de junho de 2025

Parece que foi ontem. E agora?

Agorinha, ainda (aún) é hoje, 29 de junho. Faz exatamenete uma semana em que os fiéis que frequentam a Catedral Diocesana Nossa Senhora de Guadalpupe em Foz do Iguaçu foram surpreendidos com a presença do coral e orquestra da Capela de Música de San Ignacio Guazu, Misiones, Paraguai. 
O vídeo abaixo mostra momentos da missa já histórica na Catedral Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América Latina. A música tocada é a Ára Valeháva  seguida pelo canto "Gloria, Gloria a Dios en el Cielo" com a maestra de Capela, Aracelli Vallejos no piano.



O padre Gabriel Goulart deu as boa vindas aos visitantes do Paraguai e apresentou o grupo musical aos fiéis da paróquia localizada na Vila A lendo uma nota passada a ele com dados. Incluia o nome do Grupo e data da fundação: 1622. 
É isso mesmo? - perguntou o padre. 

A resposta veio dos músicos que confimaram a data. Esse foi o ano em que o padre jesuíta francês Luis Berger criou a primeira Capela de Música ou Capela Musical em San Ignacio Guazu. 
Os jesuítas foram expulsos em 1767, toda a região das antigas missões ficaram sem padre, sem igreja até próximo do início dos anos 1900. Os jesuitas voltaram ao Paraguai em 1927. O País vizinho devolveu as propriedades e deu liberdade ao crescimento e trabalho da ordem. 

Na extensa cronologia após a volta dos jesuítas, são importantes os  anos 1970 com a descoberta de milhares de partituras de músicas barrocas muitas delas escritas por compositores anônimos e indígenas, na região de Chiquitos, região também colonizada por jesuítas na Bolívia. 

Musicólogos de todo o mundo correram para estudarem as partituras. Causou alvoroço partituras escritas em guarani - uma delas cantadas na Igreja Nossa Senhora de Guadalupe e nas Cataratas, a já mencionada, a Ára Valeháva. 
Entre os pesquisadores, o destaque no Paraguai vai para o maestro Luis Szarán que em 2022, em consonância com a estrutura jesuíta do país decidiram recriar a Capela Musical de San Ignacio Guazu. 

É a Capela Musical que veio a Foz do Iguaçu e que brilhou como uma das  principais atrações do Make Music Brasil 2025, se apresentando nas Cataratas do Iguaçu, na Igreja Nossa Senhora de Guadalupe e no auditório da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro na Vila Yolanda onde aconteceu um Workshop ou Oficina (Taller) dirigido a músicos e amantes da música. 

Foi quando houve um encontro com o coral Avá Guarani da Aldeia Arapy de Foz do Iguaçu - um dos momentos mágicos. Lembrando o padre David Hernández, SJ, curador do Museu de Arte Jesuítico-Guarani de San Ignacio Guazu, essas atividades de intercâmbio de experiências recebe o nome de "Taller Vivo" ou "Oficina Viva" do Museu. 

O grupo também se apresentou para os hóspedes do Hotel DoubleTree by Hilton a convite da gerência e igualmente a convite da gerência da churrascaria Galpão Gaúcho. Uma publicação com agradecimento a todos os colaboradores virá em breve.         

Lembrança pessoal

Quando assisti, pela primeira vez a apresentação do coral da recém formada Capela Musical em San Ignacio Iguazú em 2023, na Igreja local, passou voando e aterrissou na minha cabeça a ideia: Foz do Iguaçu tem o "direito" de escutar essas músicas. 

Eu me encontrava na minha mais perfeita ignorância. Publico aqui o vídeo que fiz do ensaio em uma época muito difícil. Eu estava enxergando pouco e o meu celular enxergava menos ainda. Além disso há aquela estranha sensação comum a quem não sabe quem é quem em um novo lugar. 

A música se chama "Ára Valeháva" é uma daquelas músicas dos anos 1700 de compositor anônimo encontrada na Bolívia e que hoje formam parte dos Arquivos de Chiquitos, nas "ruínas" jesuítas da Bolívia, várias delas Patrimônio Cultural Mundial. Eu pensava que a cantora principal Gabriela Árias, da música anterior (* ver abaixo), era uma aluna adiantada. Mas na hora de tocar o pequeno trecho que consegui gravar ela era a condutora. 

Na hora, como todo jornalista deve fazer, me aproximei do lugar por onde ela tinha que passar, me identifiquei como jornalista da grande Foz do Iguaçu, e solicitei uma entrevista. Conversamos rapidamente mas como ela é uma pessoa humilde e de bem com a vida ela falou sobre a música, disse que era professora e só. O que descobri depois e há poucos dias é que Gabriela Árias não era só professora. Ela é a pessoa designada pelo maestro Luis Szarán  para formar, treinar e profissionalizar  a Capella Musical de San Ignacio Guazu nos seus inícios.    

                Acima, um pequeno trecho da música Ára Valeháva com Gabriela Árias na regência.


O trecho da música anterior na qual Gabriela Árias é a voz principal regida pelo maestro Ian Szarán

Um pouco de história

Antes do padre Luis Berger fundar a Capela Musical de San Ignacio em 1622, há registros segundo a arqueóloga e professora Claudia Inês Parellada, da fundação de uma escola de música na Missão de Nossa Senhora de Loreto em 1619. Cito um trecho com citações dela:
"Em Loreto foi criada em 1619 uma escola de canto coral, música e dança com a chegada do padre belga Jean Vaisseau, que era músico e formou um coro com cantores índios que alcançou reconhecimento na Bacia do Prata, ensinando-os a tocar vários instrumentos. Os padres Claudio Ruyer, um dos fundadores da missão de Santa Maria La Mayor, e Louis Berger também ensinavam a música, e havia aulas de escultura, pintura e arquitetura" (Techo, 2005/1673; Furlong, 1962)

A Nossa Senhora de Loreto a que a citação se refere não é a que se encontra hoje em Misiones, Argentina. Trata-se, pelo visto da Missão de Loreto no rio Pirapó em Guayrá no atual estado do Paraná atualmente dentro dos limites  do município de Itaguajé, a 120 km +- de Londrina.   

E agora?

A ideia agora é resgatar a história do Paraná já que as antigas reduções de Loreto e San Ignacio Mini do Guairá (Paraná) foram transferidas para a atual Argentina. Além de resgatar a história o importante é resgatar o orgulho de pertencermos a essa história e que Foz do Iguaçu assuma seu lugar com parte dos Povos das Missões. Atualmente considera-se 30 Povos das Missões. Sugiro que pensemos em 30 povos + 4: Puerto Iguazu-Foz do Iguaçu, Hernandarias e Presidente Franco, já que aqui exisitu três missões. Mas isso conversamos depois.  Em 2026 ano em que as Reduções das Cataratas completam 400 anos, tem mais!           


sexta-feira, 27 de junho de 2025

Uma lembrança-experiência que dificilmente será apagada (borrada)

 Troca de saberes

Integrantes da Capela Musical do Museu Jesuítico-Guarano de San Ignacio Guazú, encontram, escutam, treinam e tocam juntos com  o coral "devocional"* da aldeia Tekoa Arapy de Foz do Iguaçu. Local do encontro: auditório da Paróquia NS do Perpétuo Socorro, Vila Yolanda, Foz do Iguaçu. Evento integrou e enriqueceu o Make Music Brasil 2025  

Veja diretamente no YouTube O Primeiro Contato

* Devocional porque cada canto guarani étnico é uma oração-dançada 



quarta-feira, 25 de junho de 2025

Visita da Capela de Musica: todas as músicas com comentários

Para facilitar a navegação, coloco nesta postagem vídeos de diferetes momentos das apresentações com legendas descritivas. Em andamento.....
 
Primeiro passo: Maestro de Capela Jorge Bedoya sugere unir musicalmente a canção-oração avá guarani da aldeia (Tekoa) Arapy de Foz do Iguaçu


Segundo passo: o cacique-maestro ensina as palavras do canto-oração-dança. O grupo se junta às muleres avás e cantam juntos. Escutei participantes dizer que esta foi a melhor expriência da vida deles. Via a intergação e compartilhamento de saberes. Por isso as Capelas de Música são parte de umprojeto chamado "Oficinas Vivas", "Talleres Vivos" - ou Workshop Vivo. Foi no audotório da Paróquia Perpétuo Socorro na Vila Yolanda. Organização mediada por Fátima Langbeck e Luisa Davalos com o padre Carlos Osvaldo Sosa. O convite à comunidade avá foi feito por Hamilton Serighelli - que merece uma postagem só para o seu trabalho.     










A História da Capela Musical de San Ignacio Guazu que passou e brilhou em Foz do Iguaçu

Nota: Nos dias 21 e 22 a Capela Musical de San Ignacio Guazu, Paraguai se apresentou nas Cataratas do Iguaçu, no Jotel DoubleTree, na Catedral Nossa Senhora de Guadalupe e na Churascaria Galpão Gaúcho. O texto em castelhano abaixo é oficial. Há tradução para o português, guarani, italiano e inglês. Tradução tecnologia Google. Correções são aceitas. O texto ajuda a entender um pouco da missão. Acrescentei links no texto para ajudar a quem quer começar a pesquisar

Padre Antonio Betancor, SJ
SJ = Societas Iesu / Companhia de Jesus
Quadro exposto na auditório da Universidad Nuestra Señora de La Asunción, regional San Ignacio Guazú, durante a Assembleia dos 30 Povos 

La Capilla Musical de San Ignacio Guazú es una creación del Museo Jesuita Guaraní que es parte de un Proyecto de profesionalización y rescate mayor.  

La música en las Misiones Jesuíticas del Paraguay era mayoritariamente religiosa, por eso, su ámbito de desarrollo se daba principalmente en los templos. Todos estos templos demandaban periódicamente composiciones para el calendario religioso. Para su interpretación se requería una presencia constante de músicos profesionales que acompañaban a los coros de voces. Todo este grupo es lo que se conoce como Capillas Musicales, que eran dirigidas por el Maestro de Capilla.

A partir del siglo XVII, la Capilla ya no es solo la capilla de cantores, sino que a ésta se une un grupo instrumental, con uno o varios coros que se alternaban. Cabe destacar el importante aporte de Doménico Zipoli, considerado como el compositor europeo más famoso que haya viajado hacia América durante el período virreinal, y también el músico más dotado que haya contribuido a las misiones jesuíticas en el continente. 

Al finalizar la primera década del siglo XXI, el Padre Antonio Betancor, SJ, mediante el Proyecto "Museo Vivo" crea una serie de talleres, entre los cuales se encuentra el de música barroca en el formato de violín, violoncello y arpa, a cargo del entonces estudiante de música Jorge Bedoya. La agrupación tuvo en sus orígenes la denominación de "Ensamble Athanasius Kircher" en honor del músico e investigador jesuita. Luego del fallecimiento del Padre Antonio, la agrupación pasó a denominarse "Ensamble Antonio Betancor."

A finales del año 2022, la agrupación recibe la visita del Maestro Luis Szarán, quien otorgó en comodato un contrabajo y un violoncello al modo antiguo y designó a la soprano Gabriela Arias para formar un coro de música antigua. En enero de 2023, los maestro Luis y Ian Szarán proponen la recreación de la "Capilla de Música de San Ignacio Guazú," creada en el año 1622 por el Hermano Luis Berger para continuar así esta tradición cuatro veces centenaria. 

En el año 2025 se inicia una alianza con la Capilla de Música de Santiago e inicia una agrupación a la que se denomina CAPILLA DE MÚSICA DE LAS MISIONES JESUITICAS DE PARAQUARIA con integrantes de San Juan Bautista y Villa Florida, conservando como Maestro de Capilla a Jorge Bedoya y Maestra de Coro a Aracelli Vallejos.

Português

A Capela Musical de San Ignacio Guazú é uma criação do Museu Jesuíta Guarani e faz parte de um projeto maior de profissionalização e resgate.

A música nas Missões Jesuíticas do Paraguai era predominantemente religiosa, portanto, seu desenvolvimento se deu principalmente nas igrejas. Todos esses templos solicitavam periodicamente composições para o calendário religioso. Sua execução exigia a presença constante de músicos profissionais para acompanhar os coros vocais. Todo esse conjunto é conhecido como Capelas Musicais, que eram dirigidas por Mestre de Capela.

A partir do século XVII, a Capela deixou de ser apenas uma capela para cantores, passando a contar com um grupo instrumental, com um ou mais coros alternados. Vale destacar a importante contribuição de Doménico Zipoli, considerado o mais famoso compositor europeu a viajar para a América durante o período do vice-reinado e também o músico mais talentoso a contribuir para as missões jesuítas no continente.

No final da primeira década do século XXI, o Padre Antonio Betancor, SJ, por meio do projeto "Museu Vivo", criou uma série de oficinas (workshops) , incluindo uma sobre música barroca para violino, violoncelo e harpa, ministrada pelo então estudante de música Jorge Bedoya. 

O grupo foi originalmente chamado de "Conjunto Athanasius Kircher" em homenagem ao músico e pesquisador jesuíta. Após a morte do Padre Antonio, o grupo foi renomeado para "Conjunto Antonio Betancor".

No final de 2022, o grupo recebeu a visita do Maestro paraguaio de renome internacional, Luis Szarán, que cedeu, em comodato,  um contrabaixo e um violoncelo de estilo antigo, a título de comodato e nomeou a soprano Gabriela Arias para formar um coro de música antiga. 

Em janeiro de 2023, os Maestros Luis e Ian Szarán propõem recriar a "Capela Musical de San Ignacio Guazú", criada em 1622 pelo Irmão Luis Berger, para dar continuidade a essa tradição de 400 anos.

Em 2025, foi estabelecida uma aliança com a Capela Musical de Santiago, também no Departamento de Misiones e foi formado um grupo chamado CAPELA MUSICAL DAS MISSÕES JESUÍTAS DA PARAQUARIA, com membros de San Juan Bautista e Villa Florida, mantendo Jorge Bedoya como Maestro da Capela e Aracelli Vallejos como Maestra do Coral.

Guarani

Capilla Musical San Ignacio Guazú ha'e peteĩ creación Museo Jesuita Guaraní ha oike peteĩ proyecto tuichavéva profesionalización ha recuperación.

Música Misiones Jesuitas del Paraguay-pe ha’e kuri predominantemente religioso, upévare alcance de desarrollo oiko tenonderãite umi tupão-pe. Opa ko’ã templo ojerure periódicamente umi composición calendario religioso-pe ĝuarã. Ojapo haguã hikuái oikotevê oime constantemente músico profesional omoirû haguã umi coro vocal. Ko aty tuichakue ojekuaa Capillas Musicales ramo, oisãmbyhýva Capilla Maestro.

Oñepyrũvo siglo XVII, Capilla ndaha’evéima peteĩ capilla puraheihárape g̃uarãnte, ha katu oñemoirũ chupe peteĩ aty instrumental, peteĩ térã hetave coro alternado reheve. Iporã ojehechauka Doménico Zipoli aporte tuicha mba'éva, ojehecháva compositor europeo herakuãvéva oviaha América-pe periodo viceregal jave, ha avei músico ikatupyryvéva oipytyvõva misiones jesuitas continente-pe.

Sa'ary XVII guive, Capela ndaha'evéima peteĩ capela puraheihárape g̃uarãnte, oiko chugui peteĩ aty instrumental, peteĩ térã hetave coro alternado reheve. Iporã ojehechauka aporte importante Domérico Zipoli, ojehecháva compositor europeo herakuãvéva oviaháva América-pe periodo vicereinado ha avei músico ikatupyryvéva oipytyvõva umi falta jesuita continente-pe.

Oñemohu'ãvo primera década siglo XXI, pa'i Antonio Betancor, SJ, proyecto "Museo Vivo" rupive, omoheñói serie de talleres, oimehápe taller música barroca violín, violonchelo ha arpa, omyakãva temimbo'e música upérõ Jorge Bedoya. Ko aty oñembohéra iñepyrûhápe "Athanasius Kircher Ensemble" oñemomba'eguasúvo músico ha investigador jesuita-pe. Pa'i Antonio omano rire, upe aty oñembohéra "Antonio Betancor Ensemble".

Ary 2025-pe oñemopyenda peteĩ alianza Capilla de Música Santiago ndive ha oñeforma peteĩ aty hérava CAPÍLO MÚSICA DE LAS MISIONES JESUITAS DE PARAQUARIA umi miembro San Juan Bautista ha Villa Florida-gua ndive, omantene Jorge Bedoya Maestro de Capilla ramo ha Aracelli Vallejos Maestro de Coro ramo.

Italiano

La Cappella Musicale di San Ignacio Guazú è una creazione del Museo dei Gesuiti Guarani e fa parte di un più ampio progetto di professionalizzazione e recupero.

La musica nelle Missioni Gesuite del Paraguay era prevalentemente religiosa, quindi il suo ambito di sviluppo si è sviluppato principalmente nelle chiese. Tutti questi templi richiedevano periodicamente composizioni per il calendario religioso. La loro esecuzione richiedeva la presenza costante di musicisti professionisti per accompagnare i cori vocali. L'intero gruppo è noto come Cappelle Musicali, ed era diretto dal Maestro di Cappella.

A partire dal XVII secolo, la Cappella non fu più solo una cappella per cantori, ma fu affiancata da un complesso strumentale, con uno o più cori alternati. Vale la pena sottolineare l'importante contributo di Domenico Zipoli, considerato il più famoso compositore europeo ad aver viaggiato in America durante il periodo vicereale, e anche il musicista più dotato ad aver contribuito alle missioni gesuite nel continente.

Alla fine del primo decennio del XXI secolo, Padre Antonio Betancor, SJ, attraverso il progetto "Museo Vivente", creò una serie di laboratori, tra cui un laboratorio di musica barocca per violino, violoncello e arpa, guidato dall'allora studente di musica Jorge Bedoya. Il gruppo si chiamava originariamente "Athanasius Kircher Ensemble" in onore del musicista e ricercatore gesuita. Dopo la morte di Padre Antonio, il gruppo fu ribattezzato "Antonio Betancor Ensemble".

Alla fine del 2022, il gruppo ha ricevuto la visita del Maestro Luis Szarán, che ha concesso in prestito un contrabbasso e un violoncello antico e ha incaricato il soprano Gabriela Arias di formare un coro di musica antica. Nel gennaio 2023, i Maestri Luis e Ian Szarán hanno proposto di ricreare la "Cappella Musicale di San Ignacio Guazú", creata nel 1622 da Fratel Luis Berger, per continuare questa tradizione lunga quattrocento anni.

Nel 2025 è stata stabilita un'alleanza con la Cappella Musicale di Santiago e si è formato un gruppo chiamato CAPPELLA MUSICALE DELLE MISSIONI GESUITE DI PARAQUARIA con membri provenienti da San Juan Bautista e Villa Florida, mantenendo Jorge Bedoya come Maestro di Cappella e Aracelli Vallejos come Maestro del Coro.

English

The Music Chapel of San Ignacio Guazú, Paraguay,  is a creation of the Guarani Jesuit Museum and is part of a larger professionalization and cultural rescue project.

Music in the Jesuit Missions of Paraguay was predominantly religious; therefore, its development took place primarily in churches. All of these temples periodically requested compositions for the religious calendar. Their performance required the constant presence of professional musicians to accompany vocal choirs. This entire group is known as Music Chapels, which were directed by a Chapel Master.

From the 17th century onward, the Chapel was no longer just a chapel for singers; it was joined by an instrumental group, with one or more alternating choirs. It is worth highlighting the important contribution of Domenico Zipoli, considered the most famous European composer to have traveled to the Americas during colonial the viceregal period, and also the most gifted musician to have contributed to the Jesuit missions on the continent. 

At the end of the first decade of the 21st century, Father Antonio Betancor, SJ, through the "Living Museum" project, created a series of workshops, including a workshop on Baroque music for violin, cello, and harp, led by then-music student Jorge Bedoya. The group was originally called the "Athanasius Kircher Ensemble" in honor of the Jesuit musician and researcher. After Father Antonio's death, the group was renamed the "Antonio Betancor Ensemble."

At the end of 2022, the group received a visit from Conductor Luis Szarán, who granted a double bass and an old-style cello on loan and appointed soprano Gabriela Arias to form an early music choir. In January 2023, Maestros Luis and Ian Szarán proposed the recreation of the "Music Chapel of San Ignacio Guazú," created in 1622 by Brother Luis Berger, to continue this four-hundred-year-old tradition.

In 2025, an alliance was made with the Music Chapel of nearby Santiago which resulted in the launching of a group called the Music Chapel of the Jesuit Missions of Paraquaria, with members from San Juan Bautista and Villa Florida. Jorge Bedoya remained as the Chapel master and Aracelli Vallejos as the Choirmaster.

terça-feira, 24 de junho de 2025

Capela de Música de San Ignacio Guazu, em Missa Solene em Foz do Iguaçu

Até o minuto 2:22, se escuta a execução da música barroca jesuita guarani Ára valeháva, de compositor anônimo, encontrada nos arquivos das Missões de Chiquitos na Bolívia, com um detalhe: a letra está escrita en guarani da época.

Vale destacar que a música não é só barroca. Existe o barroco europeu, barroco mineiro nas artes, a música do Brasil colonial. Esta música que  escutamos é barroco-Jesuítico. Foi trazida por padres músicos e ensinada aos guaranis das missões. Houve um processo de ampliação na formação de músicos nativos que fabricavam instrumentos, tocavam e compunham músicas. A Ára valeháva é um bom exemplo desse trabalho. 

Neste vídeo feito na Catedral de Foz do Iguaçu, em missa solene. Em primeiro plano vemos a Maestra de Capela Araceli Vallejos, no teclado. Após o minuto 2:22 entra a missa acompanhada pela orquestra e Coro
 Testemunhamos  também a participação da congregação em um exemplo de integração intercultural. 

 Se preferir Veja no Youtube, se inscreva. Estaremos modernizando o canal em breve para publicar material dos 30 Povos das Missões. 

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Obrigado Museu de Arte Jesuítico-Guarani

Compartilho acima a surpresa da indicação do Padre David Hernández,SJ   

 

Leitores do Blog de Foz, Bom Dia / Buenos Días, Mba'eichapa?
Hoje, 20 de junho de 2025, um dia histórico, minha colega jornalista Silvana Canal, a amiga Luisa Dávalos e eu, Jackson Lima, estamos acompanhando à distância, a viagem do grupo de instrumentistas e cantores que sairam de San Ignacio Guazu  para apresentar-se amanhã nas Cataratas do Iguaçu como parte da programação oficial do Make Music Brasil 2025 e no domingo, uma participação na nossa Catedral Nossa Senhora de Guadalupe e mais tarde na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro na Vila Yolanda onde haverá uma Oficina Viva oficial do Museu de Arte Jesuítico Guarani da cidade de San Ignacio, onde foi fundada a primeira Missão Jesuíta do Paraguai (1609), então parte da Espanha, região que também recebeu o nome de Paraquária (Paraqvaria). Na semana que vem traremos todos os detalhes prestando devidas homenagens e créditos entre eles a diferentes pastoriais e paróquias que ajudaram.

A ação é de base e visa convidar a comunidade trinacional para um diálogo sobre nossos legados e formação de um alicerce para o acréscimo à nossa lista de caacidades, a de atender o turismo religioso tanto devocional como laico de interesse geral. Tudo tendo a Paz como Destino,      
        

quinta-feira, 5 de junho de 2025

O simbolismo da VINDA* dos músicos "ignacianos" do Paraguai às Cataratas do Iguaçu

Cacique Arapysandu, imagem compartilhada comigo pelo artista plástico Ramón Aranda de S.I.Guazú, esta semana

A VINDA

Estou falando do Ensamble / Grupo Musical Orquestra e Coral da Capela de Música do Museu Jesuítico Guarani de San Ignacio Guazú, logo mais neste mês de junho de 2025. 

A VINDA acontece um ano antes do aniversário de 400 anos da fundação da "Primeira Querência** do Rio Grande do Sul", São Nicolau em 1626. 

Por coincidência, o mesmo ano da Fundação da Missão nas Cataratas do Iguaçu chamada Santa Maria do Iguaçu, ou Santa Maria La Mayor e ainda Santa Maria de las Nieves. 

Lembro que os argentinos já estão há anos cultivando a memória desta Missão, tendo inclusive um santuário e uma imagem oficial de Santa Maria del Iguazu, assim não é uma competição ou usurpação fronteiriça  

Orquestra barroca jesuítica-guarani de San Ignacio. Refazendo o caminho de Arapysandu e o padre*** Roque Gonzalez há 399 anos (Deu no H2Foz)


O cacique Arapysandu ou Arapyzandu foi um dos grandes caciques do rio Paraná e é considerado pela povo de San Ignacio Guazu, em Misiones no Paraguai, como o primeiro cidadão de San Ignacio Guazu. Por quê? 

Simples: foi ele quem procurou os jesuitas e pediu que fundassem uma missão nas terras sob sua supervisão. O pedido foi feito duas vezes. Na primeira os jesuitas negaram. Na segunda, não puderam negar, porque a doutrina jesuita não permitia negar duas vezes. A missão foi fundada e Arapysandu ficou super conhecido. 

Por volta de 1626, o Padre jesuíta nascido no Paraguai, Roque González, envolvido na afirmação da Missão das Cataratas, no Rio Iguaçu, não conseguia entrar na região, porque os outros caciques da área não queriam saber de padres, pois pensavam que tornarem-se cristãos dava azar e atraia bandeirantes. Foi então que o Cacique Arapysandu se ofereceu para vir com Roque González. Então temos aí uma ligação centenaria entre San Ignacio Guazu e as Cataratas do Iguaçu. Hora de costurar vículos.

Por isso, a *VINDA da Capela (Capilla) de Música de San Ignacio Iguazu às Cataratas refaz os passos do Cacique Arapysandu e do padre Roque González de Santa Cruz. 

Depois de fundada a Missão das Cataratas, o padre Roque González de Santa Cruz segiu seu caminho e em 1628 enquanto fundava missões no que hoje é Rio Grande do Sul, foi morto no local onde hoje existe o Santuário de Caaró no munciípio de Caibaté (Ka'a Yvate) no Rio Grande do Sul. Mais dois companheiros morreram nesse capítulo da história.   


 

Concepção da Missão de Santa Maria nas Cataratas do Iguaçu. Reprodução do filme The Mission

NOTAS 

* A VINDA - Cidadãos de San Ignacio em missão musical, cultural e histórica em Foz

** 1ª Querência Gaúcha título turístico e municipal dado a São Nicolau (RS)

Quem quiser descobrir mais sobre a Missão Santa Maria e outras na região devem pesquisar obras dos históriadores Pedro Louvain de Foz do Iguaçu, Nestor David Gamarra em Ciudad del Este e Ana Burró do Museu Itaipu, Hernandarias. Há outros pesquisadores na região e no núcleo Misiones, Argentina, falaremos deles em breve. Menciono os três inicialmente por seus laços com a academia e instituições:  



1) A Missão de Santa Maria do Iguaçu_ Trajetória e Relações de Contato, Pedro Louvain (UNILA) 

2) Los Primeros Peblos Jesuitas (Abordagem do Alto Paraná) https://www.facebook.com/nestordavid.gamarra

3) Nuestra Señora de la Natividad del Acaray : A Forgotten Mission, Ana Burró (ITAIPU Museum – Tierra Guarani, National University of Asuncion, Paraguay (Há versão em espanhol) 

*** O padre Roque González foi beatificado em 1934 pelo Papa Pio XI. Foi canonizado em 1988 pelo Papa João Paulo II: São Roque González / San Roque González 

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Presentación San Ignacio Guazu

Nota:
Este é o backup de um trabalho apresentado no dia 31 de maio de 2005 na XV Assamblea de los 30 Pueblos de las Misiones, em San Ignacio Guazu, Paraguai. Não é uma postagem "normal" do Blog de Foz! Divulgação e uso restritos. 



Divulgación armoniosa y holística de destinos transnacionales* turísticos, culturales, históricos, y religiosos por medio de la microhistoria y los indicios **





Caso de la comunidad de las Misiones Jesuíticas en Tierras Guaraníes (Guayra, Paraguay y Tape - Paraqvaria)




Como puerta de entrada a las Misiones Jesuiticas, la Triple Frontera (Antigua Tres Fronteras) está muy alejada. Eso fortalece la errónea idea de separación especialmente después de la construcción de los puentes internacionales 1965 / 1985. Hasta ese entonces el RÍO PARANÁ era la conexión 



Las Reducciones en ambos lados del Río Paraná




Património Cultural Mundial UNESCO
San Ignacio Miní
Santa Ana
 Nuestra Señora de Loreto
 Santa María La Mayor
 São Miguel das Missões 



Santiago
Santa Rosa
San Ignacio Guazu
Santa María 

Información para la costura de un sentido de pertenencia de los herederos del legado jesuítico


Desvirtuadores de la Información

Histórias bajo la alfombra / Tapiz (Tapete, tapetinho, tapetão)

** Indicio que és?

1. Fenómeno que permite conocer o inferir la existencia de otro no percibido. La fuga del sospechoso fue un indicio de su culpa.

2. Cantidad pequeñísima de algo, que no acaba de manifestarse como mensurable o significativa. Se hallaron en la bebida indicios de arsénico (RAE)

Tapizes



El Guayra, actual Estado de Paraná

El Paraná hoy - Ex-Guayra

Las Misiones del Guayra

Una soluciuón: Homenaje a Jesuítas y Bandeirantes

San Ignacio Mini (I)



La primera Loreto
Itaguajé

Ejemplos de indicios
1. Padre Montoya - el éxodo, Nuestra S. de Loreto
2. Cacique Arapysandu, Padre Roque y la Misiones del Paraná, Yguasu y Acaray 
3. La ciudad de Guaíra - Pe. Montoya y Caaró
4. Yhu - San Joaquín - Ypehu
5. Aquidauana - Piribebuy

Relicario del Corazón del Venerable Pe. Roque Gonzales  

Rutas / Roteiros
Fueron sacados de este local por estaren en proceso de arreglo para materialización. Será presentados en otros eventos, charlas y encuentros. Viajes de investigación será organizados.

Coloquei aqui cinco roteiros como sugestão para o conhecimento e exploração harmônico das Missões Jesuitas na Argentina, Brasil e Paraguai. Removi da página já que estão estudo e processo de materialçização. Viagens de pesquisa serão organizadas. Esta apresentação pode ser detalhada em palestras que podem ser organizadas. Um dos roteiros dava sugestão de lugares ligados a historia das Missões para quem sai de São Paulo via Paraná (ex-Guayrá), Paraguai e Argentina    



Para acordar   

La geografia es la historia en el espacio, historia es la geografia en el tiempo - Elisée Reclus


Contato:

Jackson Lima

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Whatsapp  55 45 99962 6308

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terça-feira, 27 de maio de 2025

Guaíra: natureza, fronteira e tranquilidade fazem da cidade um destino estratégico no turismo paranaense

Hotel Delville em Guaíra

Da Assessoria
Hotel Delville

Localizada no extremo Oeste do Paraná, às margens do Rio Paraná e na fronteira com o Paraguai e Mato Grosso do Sul, Guaíra desponta como um destino singular que une turismo de compras, natureza preservada, pesca esportiva e uma conexão direta com a cultura da região. Para quem deseja explorar essa diversidade, o Deville Express Guaíra é a escolha ideal: um hotel acolhedor, prático e perfeitamente integrado ao contexto local.

Segundo dados do governo estadual, o Paraná liderou o crescimento do turismo nacional em fevereiro de 2025, com um aumento de 6,5% nas atividades turísticas, mais que o dobro da média brasileira. O avanço reflete o fortalecimento dos destinos do interior, como Guaíra, que têm ganhado espaço graças à oferta de experiências autênticas, hospitalidade regional e localização estratégica. 


Uhm, café-da-manhã (Foto Álvaro Pacheco)