quarta-feira, 19 de maio de 2021

As Cataratas do Iguaçu secas refletem o sofrimento do rio Iguaçu

A vazão de água das Cataratas do Iguaçu "engasgou" na casa dos 350 m³ por segundo mas a agonia é do rio Iguaçu inteiro  

(Esta postagem foi feita originalmente no Facebook e foi copiada e colada neste blog)

Uma das principais preocupações do trade turístico de Foz do Iguaçu com relação à nova licitação para concessão de áreas de exploração turística dentro do Parque Nacional é o tempo de vigência do contrato: 30 anos. Mas não precisa se preocupar não. A preocupação deve ser outra. Estudos mostram que a tendência atual é de que as secas e estiagens tenham chegado para ficar. É possível que em 20 anos, as Cataratas estejam secas durante a maior parte do tempo. Podendo até só ser ligada na hora dos turistas chegarem. Isto é 10 anos antes do vencimento da concessão. 
 
As fotos que acompanham esta postagem dão uma ideia da paixão do rio Iguaçu (lembre-se paixão significa sofrimento em termos cristãos). Infelizmente não existe no Paraná uma visão holística geral do rio Iguaçu. Cada um vê seu pedaço. Gostaria de mudar isso. Comecemos! 
 
O rio é dividido em três partes, segundo a visão brasileira: Alto Iguaçu, Médio Iguaçu e Baixo Iguaçu. Há ainda a área chamada BARI que é a Bacia do Alto Rio Iguaçu formada por todas as mini (micro) bacias e afluentes que formarão o rio Iguaçu no Planalto de Curitiba com destaque para a importância de Araucária. Ao longo de todo o trajeto, impera o desmatamento justificado pela necessidade de viver bem, ter qualidade de vida, alimentar a população do mundo e finalmente impulsar o “progresso” (não podemos deixar de lado a ganância). Há legendas para as fotos individualmente. Sem árvores o Iguaçu vai morrer e nós também. As imagens são do Google Earth
 
As fotos

 
O rio Iguaçu ainda na região do Alto Iguaçu, deixando para trás a cidade de Araucária, Região Metropolitana de Curitiba. Domínio total da presença humana. Região altamente desmatada. Matas ciliares limitadas ao mínimo possível ditado por lei
 
 

O Rio Iguaçu ainda serpenteia por áreas de agricultura intensa. A área ainda no Alto Iguaçu está pronta para receber uma mãozinha humana no quesito reflorestamento.
 

Nesta foto vemos uma espécie de fronteira entre o Alto Iguaçu e o Médio Iguaçu. Na foto de satélite do Google se vê o rio Iguaçu se transformando no Reservatório da Usina Foz do Areia, a primeira usina do trajeto, construída no lugar onde o rio Areia desemboca no Iguaçu.
 

Destaque aos detalhes do Reservatório da Usina Foz do Areia ou Usina Bento Munhoz da Rocha
 

O trecho das Usinas no rio Iguaçu termina com a Usina Baixo Iguaçu, entre Capitão Leônidas Marques e Capanema, a menos de um quilômetro da desembocadura do Rio Gonçalves Dias no rio Iguaçu. O rio é a Divisa entre Capitão Leônidas Marques e o Parque Nacional do Iguaçu. Aqui começa o trecho final do rio antes das Cataratas dos Iguaçu. Após as Cataratas, o rio prossegue em direção ao rio Paraná onde está o fenômeno conhecido como a foz (letra minúscula, sem ofensa) do rio Iguaçu. A foto deixa ver algumas manchas verdes ou "restinhos" de Mata Atlântica próximos às Usinas alguns são parques estaduais como o Parque estadual do Rio Guarani com sede em Três Barras do Paraná. Do lado oposto ao Parque Nacional do Iguaçu, o rio Iguaçu passa a ser internacional compartilhado com a Argentina. Finalmente a foto permite ver a "peladeira" das terras do Paraná. Vemos também o Parque Nacional Iguazu (Argentina) onde pouco a pouco a "peladeira" está evoluindo.


    

Nenhum comentário: