sexta-feira, 1 de maio de 2009

Sim, estive na audiência pública sobre o Parque Nacional na Câmara dos Vereadores de Foz

Vou começar pelo final. O último a falar na Audiência Pública convocada pela presidente da Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu, Carlos Juliano Budel, foi o chefe do Parque Nacional do Iguaçu, Jorge Pegoraro. Ele disse: “todos nós que viemos aqui esta noite, ganhamos. Todos nós crescemos. Quem não veio, perdeu muito e não pode reclamar”. O primeiro que falou se não me falha a memória foi o vereador Luiz Queiroga. Ele sugeriu que a Câmara de Vereadores tivesse um assento no Conselho Consultivo do Parque Nacional do Iguaçu que está em formação. A lista dos que falaram é grande. Eu só gostaria ninguém lembrasse de mim. Eu fui lá e eu mesmo não sei o que disse. Um vexame. Fora “eu”, gostei de todos.

Tanto o presidente da Casa, Carlos Budel como o chefe do PNI elogiaram o nível da audiência. Não houve a baixaria esperada. Novidades: o chefe do Parque disse que a Fase I de uma “revisão” do Plano de Manejo (PM) do Parque Nacional do Iguaçu. Ele não disse revisão. Ele falou em “trabalho para rever” alguns pontos do PM. Essa primeira fase tratou de assuntos com concessinárias. Pelo que entendi, se tirou do PM o que constava lá mas que não já não existe.
Bom, não estou dizendo que acredito ou não. O Plano de Manjeo é muito complicado e eu realmente gostaria de saber mais sobre essa “primeira fase” e o que foi retirado ou acrescentado.


O chefe disse que uma segunda fase já começou e está ligada aos problemas do entorno do Parque Nacional do Iguaçu. Não esqueça que o PNI tem 14 municípios lindeiros. Foz do Iguaçu é só um deles. A economia de Foz é muito dependente do turismo ao passo que a economia de Capitâo Leônidas Marques, por exemplo, e todos os outros municípios é a agricultura e com muita ênfase no fumo – que logo, logo, por Convenção Internacional será erradicado como cultura. Certa vez, lá em Capitâo Leônidas Marqes eu escrevi o seguinte:

"Como cidade (CLM) ainda eminentemente agrícola, os mais de 15 mil habitantes da cidade não estão sós. Os 275 quilômetros quadrados de área do município, tem uma população de 490 ovinos – quer dizer cabras, cabritos, bodes e ovelhas; 645 eqüinos entre cavalos, éguas, burros e algum jumento; 19.500 suínos – porcos, porcas e porquinhos e 32.889 bovinos – incluindo bois, vacas, touros e bezerros. Porém todos estes números ficam lá embaixo quando comprados com a população de galinhas estimadas pelo IBGE em 2005 como sendo de 1.860.466. A agricultura é importante também. O município produz soja (quase 11 mil toneladas em 2005), mandioca (13,8 toneladas) e feijão (3,1 toneladas)".

Há também a indústria. Foz do Iguaçu teria inveja da quantidade fábricas no entorno. Tudo isso agride a integridade do nosso Parque Nacional.A segunda fase tratará justamente de alternativas econômicas em todos os setores: turismo,agricultura, industria, educação, segurança – tudo. “Dou minha palavra que haverá audiuências públicas aqui e em outros municípios para duscutir todos os setores” – garantiou Pegoraro.

A morte da onça veio à tona na maioria dos casos. Isso devido ao trauma do setor com a questão da entrada de veículos no PNI. Gostei do comandante da Policia Ambiental, Capitão Valdecir Capelli. Polícia é polícia e cabeça de policial pensa policialmente. Ele disse: “ A segurança ambiental é igual à segurança pessoal”. Ele se referia à falta de cooperação da comunidade. “Eu não creio que quem matou a onça não tenha deixado vazar, não tenha dito a alguém”. Entendeu? Esse alguém tem o dever de ligar para o Disk Denúncia e entregar. É obrigação. Lei do Silêncio não funciona em lugar nenhum.

Outra informação importante é que as investigações do caso da onça estão nas mãos da Polícia Federal. Disse que muito já foi feito. Carros periciados. Vamos aguardar! Afinal, um dia após a audiência, completou um mês da morte dela.

Muito foi falado sobre a arrecadação do Parque que não retorna para Foz do Iguaçu. Muito se disse sobre os 50% da arrecadação que deveria retornar para Foz. Aqui já há problemas: não é mais 50%. É até 50% e não menos que 25%. Aproveitando isso, só vem 20% e não é para Foz, é para investimento no Parque Nacional.

“O turismo não tem planejamento para trazer o turista para a cidade e fazer que ele veja mais coisas, para fazer mais coisas” – foi o teor da fala do médico veterinário, que fez a autopsia da onça, que já trabalhou no Parque, já consultou para empresas lá dentro e agora está nas Faculdades Anglo Americano. Eu não creio que ele quis dizer “planejamento”. Alguns fatos temos que encarar: o único motivo, a única coisa que atrai o turista para Foz do Iguaçu se chama Cataratas. Tudo o mais, inclusive Itaipu, ajuda, completa. Se as Cataratas secarem, por exemplo, nós sumimos do mapa. Porém, concordo com ele em que temos que “criar”. De modo geral, creio que todos entenderam que a “comunicação” não anda boa por aqui. Espero que melhore, queira Deus que sim ou Inshallah! Oxalá!

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