domingo, 24 de outubro de 2010

Deputados argentinos vetam entrada de militares brasileiros

Introdução

Esta nota desmente minha última postagem. O Brasil nem chegou a sair de Foz do Iguaçu para participar na Operação Guarani. O texto a seguir é uma reportagem de Nelson Figueira da Gazeta do Iguaçu que explica o assunto. Quem for assinante do site pode ler a reportagem aqui. Faço questão de colocá-la aqui porque não vi nada sobre o veto na imprensa de Misiones. E daí o povo de Apóstoles pode estar esperando os brasileiros que não aparecem. Assim, estou mandando os links para colegas na Argentina que não estão sabendo disso ainda. Há quem diga que foi um papelão do Honorável Congresso da República Argentina. Um senhor me disse que isso é um "despelote". "Un mierdero", disse outro. Porém todo, mundo está fazendo o seu papel(aqui em Foz a Prefeitura e a Cãmara se comportam do mesmo jeito). A mesma coisa aconteceu no início do ano com o Paraguai quando foi vetada a entrada de soldados e da Banda de Música do 34º BIMTz por falta de permissão do congresso paraguaio. A prefeita Sandra McLeod (Partido Colorado/CDE)disse que o verdadeiro motivo foi politicagem para roubar o brilho da festa de aniversário de Ciudad del Este. O problema é que se a moda pega, como é que fica? Claro que os países são bem maiores do que essas picuinhas e sei que os militares argentinos, da Brigada de Monte, estão furiosos. Veja esse link para ver material e vídeos da preparação para a operação na região de Apóstoles realizados há um mês. Veja também este vídeo com entrevista com o General de Brigada Mario Dotto que não deve estar muito contente.
Agora sim, confira a matéria:


Congresso argentino veta realização da Operação Guarani no país vizinho
Restrição, que já vinha sendo aventada extraoficialmente, foi confirmada na sexta-feira à tarde pela 15ª Brigada de Infantaria Motorizada

Nelson Figueira

O Comando da 15ª Brigada de Infantaria Motorizada, com sede em Cascavel, informou, por meio de nota emitida na tarde desta sexta-feira, o cancelamento da Operação Guarani, que se iniciaria na segunda-feira, 25, e reuniria tropas dos exércitos do Brasil e da Argentina. A suspensão foi motivada pela não aprovação, por parte do Congresso argentino, da entrada das tropas brasileiras naquele país.

As notícias extraoficiais de que haveria empecilho para a entrada dos militares brasileiros ao país vizinho vinham circulando desde a tarde de quinta-feira. No entanto, a confirmação só ocorreu no dia 22, quando o comando foi comunicado oficialmente pelo adido do Exército brasileiro na Argentina. Na manhã de ontem, a Brigada ainda aguardava o desfecho. "Foi feito um contato ontem (quinta-feira, 21) pelo Exército argentino, evidenciando alguma situação de dificuldade de aprovação da entrada das tropas brasileiras no território argentino pelo Congresso do país. Em função disso, foi solicitada pelo comando da Brigada uma confirmação — da possibilidade de entrada da tropa e da execução do exercício em si —, oficial por parte do Exército argentino para que a gente defina a possibilidade de executar ou não a operação", disse , ainda de manhã, o oficial de Comunicação Social da 15ª Brigada de Infantaria Motorizada, coronel Marcelo de Oliveira Santos.

Conforme a nota, com o cancelamento "a mobilização dos meios para a concentração no 34º Batalhão de Infantaria Motorizado, em Foz do Iguaçu", foi suspensa já na quinta-feira, e a desmobilização imediata foi acionada no dia seguinte. Conforme o texto, o cancelamento da operação, que configuraria numa grande possibilidade de realização de um adestramento conjunto envolvendo tropas dos dois exércitos, "e fecharia o presente ciclo bianual de integração doutrinária com aquela nação amiga", surpreendeu a corporação.


Guarani

A previsão era que as tropas brasileiras sairiam do país, por Foz do Iguaçu, a partir deste sábado, 23, quando um primeiro comboio se deslocaria para Apóstoles, com a meta de formar a base logística da operação, que então daria suporte ao Exército brasileiro. No domingo, partiria o restante da tropa. Com status de "alta prioridade dento do Comando do Exército brasileiro, a Operação Guarani visava aproximar os dois exércitos e promover o intercâmbio com vistas a proporcionar o estreitamento das ligações nos âmbitos político e institucional das forças envolvidas".

O cancelamento foi o segundo feito pela Argentina. No primeiro ciclo da operação, em 2007/2008, o Exército do país vizinho cancelou a execução dias antes do início. Porém, a operação foi realizada pelas tropas brasileiras, aproveitando a mobilização que já havia.

Este segundo ciclo envolveria 398 militares, em sua maioria, integrantes da 15ª Brigada, com homens de várias cidades da região, e estava prevista até mesmo a participação do comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, e do ministro da Defesa, Nelson Jobim.

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