Nesta foto eu escuto com atenção as explicações deste senhor (já pego o nome bonitinho). Ele é uma das poucas pessoas em Foz do Iguaçu autorizado a abater ovelhas segundo o ritual islâmico e segundo o qual o animal deve ser abatido com o mínimo de sofrimento. Neste dia, ele estava ocupado, abatendo ovelhas em um abatedouro de Foz do Iguaçu. Fui lá, acomponahando o fotógrafo Roger Meireles que fazia fotos para completar a reportagem da colega Daniela Valiente. Na prática fui por curiosidade. Contudo foi uma boa decisão. O que estava acontecendo é que no dia 17 deste ano, foi o Dia do Sacrifício - eid-al adha - o dia que comemora o fim do Hajj, a peregrinação à Meca. Nesse dia, se abatia os carneiros ou ovelhas que foram doadas à comunidades carentes da cidade. Em uma das fotos, ele mostra como se abate o carneiro pelos rituais islâmicos como se segura, como é agarrado. "Durante 15 segudos o animal fica quieto", explicou.
Depois de fazer toda essa parte, descobri sem querer e sem nunca ter pensado um costume antigo de comer o fígado cru do animal. "Não é todo o figado, é só um pedacinho dele, é um pedaço que parece um dedinho", explicou. Ele disse que o fígado tem um gosto meio amargo mas esse pedacinho é adocicado e muito bom. "Vou pegar para você ver. Daí ele trouxe um fígado e mostrou o pedaço em questão. O próximo passo foi cortar dois pedaços e entregar-nos, quer dizer a mim e ao Roger. O passo seguinte foi colocar o pedaço do fígado na boca e mastigar de leve e engolir. Bom gosto. Não parece estar cru. Daí vem a descoberta dois, que foi entender porque havia pão árabe no local. O próximo bocado veio enrolado em pão árabe. Gostou? Tem mais. A conversa - mantida em bom nível de confiança - era extensa e entre conversar e provar o pedacinho do fígado com pão, participavam dela, o presidente do Centro Beneficente Islâmico, Mohamad Beha Rahal, Jihad Ahmad Abu Ali, diretor de Relações públicas do Centro e mais um rapaz que mantinha o controle contábil da operação pois foram abatidas 100 ovelhas. Já volto com os nomes do senhor responsável pelo abate e desse outro gentil senhor que aparece na foto 2. Uma coisa que me pareceu interessante e para mim valeu como aprendizado foi que eu para mostrar que sabia alguma coisa, perguntei se esse método de abater animais é o que se chama de "halal". Ele disse que sim mas olhou bem e agregou, embora que "halal" é mais uma dessas palavras que inventaram. "Essa é a amneira islâmica, a maneira como Deus mandou fazer".
Um comentário:
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