terça-feira, 17 de maio de 2016

Lixo e coleta seletiva foram debatidos em Audiência Pública

Material oficial produzido pela Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu
Vereador Paulo Rocha e secretário do Meio Ambiente de Foz

A audiência pública a respeito da coleta seletiva e meio ambiente, proposta e conduzida pelo Vereador Paulo Rocha (PMDB), abordou diversos aspectos, como conscientização ambiental do cidadão; responsabilidade da Vital e preocupação com a preservação do meio ambiente. Ao final da discussão, os Vereadores definiram criar uma comissão para analisar o contrato da Vital Engenharia. 

O proponente do debate, Vereador Paulo Rocha (PMDB), destacou. “Queremos sair dessa audiência para termos algum subsídio para ajudar Foz do Iguaçu. A gente tem que ficar cobrando as coisas. É um absurdo não estar com a gente um representante da Vital. O principal objetivo é pedir a volta da coleta de lixo. Outro ponto é que também não tem mão-de-obra, a Prefeitura não faz concurso público. Um funcionário da Vital também tornou público aqui que a empresa demitiu cerca de 200 funcionários, mas por que demitiu se o valor do contrato aumentou? Se as pessoas reclamam do lixo vamos dar a resposta que a população merece, para melhorar a qualidade de vida do povo de Foz”. 


Também marcaram presença na audiência: Mario Carmo Soares, Secretário do Meio Ambiente; Lourival Webber- Gestor do Projeto Coleta Solidária da Itaipu; William Sawa – Instituto Tecnológico Ambiental Preservare; Anderson Querino – Representante da Cooperativa dos Agentes Ambientais de Foz do Iguaçu – Coaafi. 

Mario Carmo Soares, Secretário de Meio Ambiente, salientou que “Hoje temos os coletores não só no Porto Meira, mas também na Vila Portes. A questão da coleta seletiva é importante principalmente nas casas. Hoje a coleta seletiva está acontecendo porta a porta. Nós já começamos ao fazer o Plano Municipal de Saneamento Básico”. 


Lourival Weber, Gestor do Projeto Coleta Solidária da Itaipu Binacional, ressaltou “estamos nos reunindo para fazermos melhorias e apoio. Somos parceiros da Coaafi, em conjunto estamos discutindo o novo plano de saneamento. Acho que precisamos melhorar as condições dos barracões, facilitar o trabalho, fazer a separação e já colocar em fardo. Acho que está faltando nos organizarmos corretamente, começar pela casa de cada um”. 

O Vereador Paulo Cesar Queiroz – Coquinho (SD), “tenho visitado a Vital, o local próximo à mata é uma área particular. A questão da licitação do lixo é importante de discutirmos, também é importante entrar em debate a questão empresa que futuramente vai assumir”. 

William Sawa, Presidente do Itap, apresentou na tribuna um estudo feito pela instituição sobre a questão da coletiva seletiva no município. “Em nosso estudo, 69% da população de Foz diz que separa o lixo; 76% dos entrevistados não acreditam na destinação correta, praticamente 31% não separam o lixo porque não dizem não confirar na destinação correta do lixo”. Agora, após a audiência, O Vereador deve formar a comissão e formular demais proposições com as sugestões e reivindicações trazidas pela comunidade. 

Problemas e dados sobre a coleta da seletiva em Foz

Anderson Querino, representante da Coaafi, relatou o trabalho da Cooperativa. “A Cooperativa possui três caminhões que andam pela cidade, toda coleta de material reciclável é feita em grandes geradores. A questão do aterro, principalmente o gás, existe um sistema que não deixa com que ele seja armazenado. Um carrinho de coleta de lixo cheio pesa em torno de 300 Kg, transformando isso em dinheiro são R$ 12,00. Se o carrinho não for da pessoa, ele paga R$ 5,00 de aluguel, então ele ganha R$ 7,00”. 

Claudemir das Neves da Arafoz na tribuna 

Claudemir das Neves, Presidente da Associação dos Recicladores Ambientais de Foz do Iguaçu- Arafoz, “Hoje fazemos a coleta no Jardim Iguaçu. Os próprios moradores que implantaram a coleta no bairro, a gente está agora buscando parceria com o Jardim Panorama. Só existe um problema da coleta porta a porta porque a maioria das pessoas não separa o lixo. Acho que fazemos o que é possível, hoje a associação de catadores se uniu à Cooafi. Falta apoio da comunidade, se a Associação de moradores e a comunidade se unissem seria melhor. Muitos catadores não vão para Cooperativa porque não têm apoio do poder público”. 

Anderson Querino lembrou ainda que “A forma de trabalho da cooperativa hoje se baseia nos princípios da economia solidária, todo o dinheiro arrecadado é dividido de forma igualitária entre todos. A Cooperativa foca uns 80% nos grandes geradores. Hoje todo material que coletamos tem um valor, mas não é suficiente para dar garantia de renda ao coletor. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos precisa ser revisto porque ele foi elaborado em 2012. O Codefoz está fazendo um estudo e acredito que existam muitas entidades envolvidas. Estamos fazendo reuniões duas vezes ao mês. A Coaafi coleta em 186 pontos de grandes geradores na cidade. Coletamos dentro do Parque Nacional e em diversos locais. A Prefeitura ajuda com caminhão, água, luz”. 

Tribuna Popular 

Diversos representantes comunitários e sociedade civil organizada falaram na tribuna. João Soldatelli destacou “o lixo é simplesmente a palavra inventada pelo homem que desperdiça. Só jogamos fora aquilo que nós compramos. A ideia é organizar as associações de bairros para converter o lixo em dinheiro”. 

Rudinei “Temos uma dificuldade enorme de cadastrar as pessoas que vão fazer a coleta. Acredito que o problema da coleta se resolveria com orientação, com educação ambiental da sociedade, seria uma solução barata e viável a todos”. 
Ubiratan Soares também abordou a necessidade de educação ambiental. “Vejo que falta orientação por parte de uma escola ou ONG sobre como separar o lixo e como determinar o que é lixo e o que é resíduo. Aqui também faltou a pessoa que é responsável pela Vital para dar uma explicação de qual é o motivo que ela não abrange todo município”. 

Carlinho Morenitas salientou “sou presidente da comunidade do Morenitas I e II. Eu já venho há mais de 30 anos atuando nessa cidade. No meu bairro é uma vergonha, por onde tenho andado. Está precisando de organizações, fazer palestra com os moradores para orientar nosso povo como devemos fazer. Também não tenho visto no meu bairro o caminhão da coleta”. 

José Ruy Alexandre, Representante do Deputado Estadual Chico Brasileiro, “todos mostram a preocupação do que é o lixo. Todos estamos pagando essa conta. Quem paga essa conta são todos os Iguaçuenses. Eles têm renda baixa em função da capacidade que tem de coletar o lixo e fazer dele fonte de renda. Temos de aumentar a vida útil do aterro sanitário. Peço que seja política de governo sem interrupção. Temos de fazer com que a força da cooperativa ganhe mais poder, à medida que você dá melhor condição de trabalho aos catadores”. 

Suelen, professora da Unila, “hoje o Brasil tem um lei que exige que todos os municípios que implementem a política de resíduos sólidos. A sugestão que eu queria dar aqui é que a gente precisa propor uma política municipal de resíduos sólidos”. 

Luciana, também professora da Unila, destacou “fizemos em novembro do ano passado um primeiro encontro em que foram relatos os problemas principais em relação ao lixo na cidade. É responsabilidade da Prefeitura por ser lei municipal, mas nós podemos colaborar”






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