Rio Mboicy, em área onde ainda se vê margens para transbordamento |
Um bom exemplo disso no Brasil é o Aterro do Flamengo que criou uma nova área de convivência, lazer, praias e avenida entre outras estruturas. Outro caso famoso é o da Holanda que conquistou terras ao mar ao ponto de no Nordeste brasileiro ser conhecido, com boa porção de orgulho, o ditado: “Deus fez o mundo e a Holanda fez a Holanda”.
Rio Mboicy, esprimido, vindo da Avenida Costa e Silva |
O que quero mostrar aqui é o processo de perda de terra do rio Boicí (Mboicy) para obras em Foz do Iguaçu. No caso parece estarmos testemunhando uma conquista das margens do maior rio inteiramente iguaçuense, que nasce e desemboca dentro dos limites de Foz do Iguaçu. Todo rio precisa ter uma área em ambos os lados para que ele ocupe em casos de transbordamento. O nome já diz: “transbordamento” que dizer quando ele passa ou ultrapassa suas bordas. Quem já navegou em rios quer pilotando uma balsa, um caiaque, caíco, caíque ou canoa sabe que em toda curva o rio tem uma barranco íngreme de um lado com águas mais profundas e uma área rasa, pouco profunda que forma praias de areia ou de pedras, no lado contrário.
Da nova ponte da Rua Edmundo de Barros rumo a F.Wandscheer |
Rio Mboicy rumo à Avenida das Cataratas |
Os membros de milhares de povos originais ou indígenas do Planeta, ficam de bocas abertas ao ver a maneira que a civilização lida com os rios por meio de técnicas como canalização de rios, retificação de rios, estreitamento de calhas e outras técnicas de engenharia consideradas estúpidas pela mente simples nativa mais sintonizada com a natureza. O pior é que essas técnicas civilizadas de castração de paisagens, engessamento de correntes e fluxos são feitas sem um domínio da própria ciência da hidrologia. No fundo tudo começa a ser parte do que, em outros blogs e escritos, batizei de potamocídio ou potamicídio. Um assassinato de rios
Uma banheira serve como barragem provisória à espera de uma cheia |
Na primeira foto, ainda podemos ver o rio Mboicy em um estágio que lembra a “programação” da Natureza. Vemos a vegetação fechando em arco por cima parecendo um refúgio. O rio Mboicy ainda parece serpentear no meio da vegetação, devagar, a caminho do rio Paraná. Na fotos seguintes, já vemos a degradação do “berço” original do rio, do aterramento de suas margens, da destruição de sua paisagem marginal – e não confundamos marginal com bandido. É o rio que viaja em direção à sua morte, à canalização, à dragagem e sepultura pois assim que ele, o rio, desapareça de nossa vista, terá desaparecido de nosso corações – é o que dizem, longe dos olhos, longe do coração.
Galeria-ponte sob a Avenida Felipe Wandscheer |
Galeria-ponte sob a Avenida República Argentina |
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