Com a exceção de um ano na gestão do prefeito Sâmis da Silva
foi organizado um réveillon popular em Foz do Iguaçu. Antes e depois desse
réveillon, ninguém mais pensou em um evento público, aberto à população. Quis a
tradição que cada hotel organizasse o seu réveillon, usando o seu espaço, oferecendo
sua programação. Tornou-se um negócio e ainda em expansão.
Ninguém pensou no povo. Se dependesse dos hoteleiros, dos
prefeitos e dos “avoados” que ocupam cargo, o povo passaria o réveillon em casa.
Mas o povo não é assim e deu o troco. Criou um réveillon iguaçuense gastando o
mínimo possível. Cada família pega uma ou duas garrafas de champagne ou cidra e
se dirigem a diversos pontos para verem a queima de fogos dos hotéis.
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Avançando a BR-277 em direção ao centro de Foz do Iguaçu,
ocupando as laterais, o trevo que liga a BR com a Avenida Costa e Silva, os
terrenos baldios há outra multidão de famílias. Desta vez para ver a queima de
fogos do Recanto Parque Hotel. Não é uma questão de pobre. Há muitos carros.
Fuscas, Paratis, Jeeps Cherokee e outros carros cujos preços variam entre R$
3.600 e R$ 160 mil. Muita gente de branco, sidras na mão, carrinhos de bebê,
casais de beijando na expectativa de um ano melhor. A queima de fogos do Recanto
atraiu também para o trecho final da Avenida
Mário Filho, ali próximo ao antigo Café Presidente. Todas as ruas dos
bairros que ali convergem estavam cheias de vida na forma de gente.
Quando o governo não liga o povo cria de baixo para cima.
Não ao contrário. O movimento é na base da grama, não na parte superior das hastes
da gramínea. No começo dos anos 2000, umas quantas famílias pioneiras saíam das
ruas do Portal da Foz para ver o show de fogos. Hoje são milhares e pessoas. O
povo deve está orgulhoso de ter criado alguma coisa. No fim fica bom para
todos. Os hotéis vendem o réveillon que inclui comidas, bebidas, a queima de
fogos e mais festas. O povo vê a mesma queima de fogos, confraterniza do mesmo
jeito e recebe o ano novo com o pé direito.
Claro que a polícia investiga o
trajeto da bala perdida que matou uma pessoa. Parece que alguém atirou para os
céus e a bala, ao voltar, tirou a vida de uma pessoa. Porém fica a mensagem, o
povo cria e isso é importante em ano de eleição.
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