segunda-feira, 25 de março de 2024

Cuidando do Parque Monjolo um mutirão feito a mão com pá e rastrelo sem uso de "dragas"


Para a infantaria isso é um piquenique


Este material de dezembro de 2020 nunca foi publicado. Talvez a segunda placa tenha saído no GDIA. O encontrei agora e faço justica. Note que nele, o biólogo chama a vegetação de macrófitas e dá a entender que o importante é o equilíbrio. 

PRIMEIRA PARTE - Ficção
 
O que não falta no Lago do Parque Monjolo é placa alertando para o perigo do jacaré. Não entre. Não ponha o pé. Não caia nele. A população esta bem avisada. Se você estiver sentado à beira do lago sem estar pescando, namorando, fumando maconha – (muita gente faz isso), você vai atrair gente para avisar. Alguém com uma máquina fotográfica, vai ser avisado. “Ele só aparece quando quer”. E daí chegam as informações. Ele sai de madrugada. Ele sai à noite. E os mais trágicos: ele quase matou um cachorro. Parece, dizem, que o cachorro foi beber água e o jacaré pegou, amputando uma perna. 


Por causa desses avisos, ninguém entra no lago. De repente, de novo, seja melhor, evitar problema. Por isso, quando na sexta-feira, dia 20 de dezembro (2020), um caminhão do Exército Brasileiro,  à serviço do 34° Batalhão de Infantaria Mecanizado estacionou ao lado do lago todo mundo respirou preocupado. Da carroceria do caminhão saltaram entre dez e 12 soldados comandados por um tenente. Logo chegaram também uma viatura da Defesa Civil, um ou mais veículos da Secretaria de Meio Ambiente incluindo um caminhão caçamba.      
A notícia se espalhou na comunidade. 

– Deve ser algum problema com o jacaré. Acho que vão levar ele para o zoológico.
– Um bicho desse oferece risco para a população.

Daí aconteceu. O primeiro soldado entrou no lago com água até o joelho. Outro ficou com água até as coxas. E pouco a pouco entraram os dez ou 12. E começaram a trabalhar.

– Nada a ver com o jacaré. Eles estão limpando o camalote que pode sufocar o lago inclusive o jacaré.
– Eu disse você rapaz – disse outro dos curiosos. 

Um lago desse é piquenique para a infantaria. Essa galera está acostumada em água suja até o pescoço sem se mexer, só com o nariz fora d’água e sem nem se mexer para arrancar sanguessuga do corpo, do pescoço.  
Sanguessuga é aquele bichinho que o capeta fez, porque deus não ia fazer uma coisa dessas. Ela agarra na pela se você puxar ela se quebra mas não larga. A única maneira de soltar é queimar ela com a ponta de um cigarro.

– Mas você não disse que ele morde debaixo d’água como vai queimar com ela o cigarro?  
E assim a discussão continuou enquanto os camalotes era jogados para a margem.       


Não é a primeira vez que Batalhão é parceiro do município
Filhotes de pica-paus observam de queixo caído a movimentação lá embaixo

SEGUNDA PARTE  - Realidade

Militares do Exército e equipe de Limpeza da Divisão de Limpeza Pública Urbana da (DVLPA) Secretaria de Meio Ambiente de Foz do Iguaçu, promoveram ontem (20) uma ação de limpeza e controle de macrófitas no lago do Parque Monjolo. Dez soldados sob o comando do sargento Sidnei do 34º BIMec  e mais a equipe retiraram material suficiente para encher um  caminhão caçamba. Isso só na primeira etapa da atividade.
Para o estagiário e quase formando em biologia Luccas Melo Moreira que trabalha para a DVLPA, as macrófitas são muito importantes para o meio ambiente porque elas são ferramentas que ajudam no combate à poluição já que ela retira da água poluentes.  Mesmo assim ela necessita controle porque se  crescer demais ela pode sufocar o ambiente em que habita. 

No caso de um lago como Monjolo, as águas são ricas  em nutrientes trazidos pelas enxurradas. Até certo ponto, elas mantêm a água limpa e com qualidade para todos os outros animais que vivem nesse ambiente. Segundo ele,  como a água é rica em nutrientes, as macrófitas crescem e tapam o lago, causando queda do nível de oxigênio.  “Se não retiramos o excesso de macrófitas, elas morrem, apodrecem e dá origem a um “evento” conhecido por eutrofização – que por sua vez baixa a qualidade da água, acaba com o oxigênio levando a uma mortandade peixes e outras espécies de vida.


“Não é a primeira vez que ações de controle de macrófitas são feitas no Monjolo”, explica a chefe da DVLPU, Adriana Guilherme Fuzetti Lopes. A ação é necessária para manter a saúde do espaço público que já atrai centenas de iguaçuenses para suas margens nos finais de semana e feriados.  De acordo com Adriana, macrófita cresce rápida e em poucas semanas ela já começa a ocupar o espaço. “O importante é controle”, destacou.



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