quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Guias, piranhas, falsos guias ou agentes autônomos de hotelaria

Ainda existe a AHTA?

Os guias de turismo do Brasil, em geral, ficam muito chateados quando são chamados de "guia turístico". 

"Nós somos guias de turismo. Guía Turístico é um 📕 livro ou guia de viagens", esclarecem protestando. 

A Polícia Rodoviária Federal em Foz do Iguaçu fez uma operação para interceptar "falsos guias" que interceptam turistas em seus veículos. A operação ocorreu nas proximidades da Ponte Internacional Tacredo Neves ou Ponte da Fraternidade. "Falsos guias" é mais um termo para a coleção da fronteira. Para ser guia é necessário ter feito um "curso técnico em guia de turismo", ter um crachá expedido pela instância federal e ter registro no Cadastur - Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos.

E o "falso guia turístico" ou "falso guia de turismo", quem é? O termo falso guia começou nas cabeceiras da Ponte Internacional da Amizade. O verdadeiro falso guia era uma pessoa que abordava "turistas compristas" na entrada da área comercial de CDE e os levava a lojas onde tudo estava preparado para assaltar o turista. 

O falso guia ligado ao crime irrita os guias de turismo e pega mal para dezenas de jovens, homens e mulheres que entregam folhetos e propaganda para quem entra no país. Tenho notado que o controle deles está bem mais rígido. Os bons estão bem tímidos.

E o falsos guias que a PRF está caçando? São pessoas com certo nível de empreendedorismo que possuem uma moto e abordam veículos que entram no Brasil por uma das pontes e oferecem os seus serviços. Que serviços? Isso faltou divulgar. 

São ainda os "agentes de hotéis e turismo autônomos" de antigamente? Os agenciadores autônomos de hoteis tinha várias categorias. 1) Ficavam em pé nos cruzamentos e semáforos como o do atual JL shopping ou na esquina da JK com República Argentina. Eles tinham em mãos um calhamaço de panfletos de hotéis. 2) Os que se deram bem investiram em veículos de duas rodas movidos a pedal e costumavam pedalar na frente do veículo e os deixar em hotel que lhes repassavam uma comissão. 3) Os inspiradores do "falso guia" da caça atual, investiram em motos. Os ageciadorres tinham até uma associação (confira o link acima). 

Com o tempo as coisas mudam e permanecem iguais a como sempre foram. Foz já teve os "piranhas" substantivo de uso exclusivo masculino. Eram "falsos guias" por não terem crachá (e quem tinha?) nem terem agências por trás deles. No tempo dos voos VTDs, em pleno gestão militar das coisas, os guias de turismo, eu fui um deles, levava os turistas ao Paraguai ou Argentina e, na volta da viagem, recolhia todas as notas fiscais dos passageiros e ajudavam fazer declarações de bagagem. As notas eram cuidadosamente guardadas. Dias depois, essas notas eram levadas às lojas que calculavam a comissão do guia. Este era o papel do guia gente fina. O guia e a loja tinham pacto a ser respeitado. 

E o papel dos guias piranhas? Era basicamente roubar as notas dos guias gente do bem. Para isso, bastava o guia deixar de vigilar, e um piranha convencia ao passageiro a deixá-lo fazer a declaração.       

Havia piranha feminina no turismo de então? Havia! Eram em menor quantidade. Mas ninguém ousava chamar uma guia piranha de piranha. O ofensor poderia se dar mal. Motivo as nuances do idioma e da cultura. 

E a piranhagem ou piranhice era coisa de países atrasados ou subdesenvolvidos como dizem os cidadãos nacionais com exceso de complexo de vira-lata? Na América do Norte e na Eurpoa abundavam. Eles estavam na categoria, que no linguajar do turismo se chama "TC", traduzido como Tour Conductor. 

O TC é o guia internacional que sai com o grupo desde Nova York, Los Angeles, Berlim e outras capitais mundiais. Ao chegar no Brasil, por exemplo, os turistas recebem um guia local. Quando vem para Foz, um guia local assume. 

O TC honesto colaboraria com o guia local, daria apoio se necessário mas o deixava fazer seu trabalho. Mas o TC Piranhista Intercontinental se intrometeria no trabalho e ia ele proprio reivindicar comissão em restaurantes, em passeios, voos, tudo que entrasse na categoria "opcional" quer dizer não incluído no voucher e melhor de tudo em joalherias. O Brasil também manda TCs para fora acompanhando grupos. Será que eles se comportam? 

Portanto, para encerrar minha pergunta a PRF, a PF, às autoridades é: o que os falsos guias estão oferecendo? Excursões, não é. Passeios, só se forem passeio comissionáveis. Aí volta a questão de antigamente: quem se beneficia com o trabalho deles? Peço que as autoridades estudem com carinho a situação dos trabalhadores informais do turismo. Há propostas dos candidatos para todas aquelas pessoas que estão vendendo água mineral, capa de chuva, capa de celular, lembranças na frente de atrações e atrativos como o Centro de Visitantes do PNI? Parque das Aves? E futuramente na frente do Aquário? Incluo na pergunta os guias de turismo com crachá que trabalham naquela região da cidade aclmada como mina de ouro.  Mas aí já é outro assunto               


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