Na quinta-feira (jueves), 30 de outubro 2025, foi o último encontro da oficina (taller) "Narrativa, historia y cultura Mbya Guaraní" com o professor Anselmo Fenandez, docente (professor) intercultural bilingue mbya'a guarani de Misiones, Argentina.
Os encontros, cerca de 20, que aconteceram ao longo de cinco meses, foram organizados por uma equipe dedicada que há anos trabalha pelo entendimento e compreensão entre as mais de 100 comunidades originárias de Misiones, Argentina, fronteira com o Brasil e Paraguai, neste caso os mbya guarani, com o mundo exterior.
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| Professor Anselmo: Educação Intercultural Bilíngue Misiones, Argentina |
O encontro com sabor de curso privilegiado com direito a certificado de conclusão ou participação, (Não sei, qual vou merecer) foi ministrado e chancelado pelo Instituto Superior Indígena Raul Karaí Correa, com o Proyecto Mate - Modelo Argentino para el Turismo y Empleo / Modelo Argentino para o Turismo e Emprego de Puerto Iguazu, que acompanho de longa data, e outros parceiros e apoiadores.
E "visão" foi o que os participantes do Taller / Oficina teve a oportunidade de ter. Está crescendo na fronteira trinacional o interesse, sincero ou não, bem fundamentado ou não, pelo que se chama "cultura guarani". Saio do curso de boca aberta pela profundidade (profundeza) da visão mbya guarani não só de mundo, mas de vida.
Os encontros foram uma oportunidade, digo, uma janela para que não-mbyas, a maioria professores do que no Brasil chamamos de Educação escolar Indígena na Argentina, Paraguai e Brasil.
Aspectos quotidianos, cuidados e regras sobre alimentação, saúde, gravidez, preparação para a vida, espiritualidade, cantos, rezas, dança, foram parte do calabouço cultural e social que tivemos, o privilegio de aceder. A meta é a eliminação de preconceitos e visões torcidas e destorcidas da sociedade ou sociedades maiores em relação aos povos originários.
Agradeço de coração ao professor Anselmo que é professor em uma escola na região de Andresito, pelo seu esforço, carinho, disponibilização de seu conhecimento e dedicação aos seus alunos durante o curso mesmo que tenha sido completamente online. A gente sai conhecendo uma lista de novos nomes e amigos ligadas à eduçação escolar intercultural bilíngue, turismo e outras áreas residentes em Misiones (RA), Itapúa e Assunção (PY), Brasil, Buenos Aires e até dos Estados Unidos.
Agradeço ao amigo Claudio Salvador, à professora Viviana Bacigualupo, à equipe do Projeto Mate, às entidades que deram apoio econômico à iniciativa. O evento me anima a prestar atenção nas comunidades indígenas na Região Trinacional respeitando sempre as informações que devem ser protegidas na missão de divulgação evitando a banalização dos conhecimentos. Um abraço em todos e Muito obrigado, Aguyjevete, Ha'ete, Gracias, Kuekatu*.
*Kuekatu - obrigado em nheengatu amazônico (Rio Negro e Tapajós)
