quinta-feira, 30 de abril de 2009

Audiência Pública: "Trade" e ambientalistas discutem PNI



Reproduzo aqui, matéria e foto da Audiência Pública convocada para discutir problemas entre comunidade e Parque Nacional produzidas pela Câmara Municipal de Foz do Iguaçu.


Centenas de autoridades do trade turístico e ambientalistas de Foz do Iguaçu estiveram reunidas na noite da última segunda-feira, dia 27, na Câmara Municipal de Foz do Iguaçu. O motivo que levou tantos cidadãos à Câmara foi à audiência pública para debater o Parque Nacional do Iguaçu, requerida pelo presidente da Casa de Leis, Carlos Juliano Budel (PSDB).

No requerimento do presidente, aprovado por unanimidade pelos vereadores, ele justificou que a morte da onça pintada, atropelada na madrugada de sábado, dia 28 de marca, na BR 469, rodovia de acesso às Cataratas do Iguaçu, suscitou inquietações e debates na comunidade e que a audiência pública foi necessária justamente para diminuir a tensão. “Esta audiência pública tem como objetivo aproximar a população iguaçuense do Parque Nacional do Iguaçu. A população iguaçuense exige uma rediscussão do Plano de Manejo e uma participação efetiva em sua elaboração e controle de sua efetiva execução”, afirmou o presidente.

Iniciada às 19h, compuseram a mesa da audiência pública, o presidente Carlos Juliano Budel; o chefe do PNI, Jorge Pergoraro; o secretário de turismo, Felipe Gonzalez; o comandante da Força Verde, capitão Valdecir Gonçalves Capelli; o presidente do Conselho Municipal de Turismo, Paulo Angeli; e os vereadores Hermógenes de Oliveira (PMDB), Edson ‘Narizão’ (DEM), Luiz Queiroga (DEM), Nilton Bobato (PCdoB), Paulo Rubio (PDT) e Sergio Beltrame (PMDB).

Alto nível

A proibição de veículos ‘particulares’ entrarem no Parque Nacional do Iguaçu foi o grande tema em torno do amplo debate entre o trade e o Instituto Chico Mendes, responsável pela manutenção da unidade de conservação.
Na noite de segunda-feira, durante a audiência, o nível da discussão foi alto, com muitas propostas e concordâncias entre os presentes. Os representantes do trade, como Julio Cesar Rodrigues (ATRIFI); Jacobo Schneider (AGETURFI); Plínio Scappini (SINDETUR); Moreno dos Santos Machado (COOTRAFOZ); Renato Kleine Ribeiro (Gulliver Brasil); Pedro dos Santos (Instituto Katana); Alexandre Cabral (Guia de turismo); Alceu Moreira (cidadão comum); Jurandir de Moura (Conselho Posto de Saúde São João); Kátia Schmidt (UMAMFI); Alisson Calóri (Gulliver Turismo); e Maria Tereza (cidadã comum), Raby Kalil (Adere Foz); Jussimar Aguire (Adere Foz) defenderam que a proibição não deve acontecer de forma alguma, e que o transporte dentro do Parque Nacional não pode ser explorado apenas por uma empresa, principalmente sendo ela estrangeira.

O trade enfatizou que existem outras formas de preservar o meio ambiente, além da proibição. Segundo os representantes do setor, o mais interessante seria a colocação de lombadas normais e eletrônicas, câmeras e redutores de velocidade no perímetro da BR 469, localizada no interior do Parque. Os trabalhadores do turismo disseram que a medida de proibir vai gerar um caos econômico e social e por isso, é necessário que o Instituto Chico Mendes encontro outra solução. “Gostaríamos de dizer que também ficamos chocados com a morte da onça, mas toda uma categoria não pode ser punida pelo erro de uma pessoa. A solução não é proibir e sim achar um mecanismo que evite acidente e atenda os milhões de turistas que visitam a cidade”, disse Paulo Angeli, presidente do COMTUR.

Já o ambientalista Francisco Amarilla; o professor e biólogo Joaquim Buchain e jornalista Jackson Lima defenderam que a solução é o desenvolvimento sustentável, ou seja, é necessário achar uma solução que não prejudique a natureza e nem o desenvolvimento econômico. Segundo eles, o debate deve ser ampliado e a participação dos segmentos envolvidos na questão deve ser maior.

PNI

O chefe do Parque Nacional, Jorge Pergoraro, elogiou a iniciativa da presidência da Câmara em convocar a audiência pública e explicou todos os questionamentos propostos pelos participantes. Pergoraro ressaltou que sempre esteve em sintonia com as categorias envolvidas com o patrimônio natural da humanidade. “Nós sempre estivemos abertos ao diálogo e continuaremos assim. Todas as questões aqui colocadas serão analisadas e na medida do possível, vamos procurar aplicar as soluções para os problemas. Queremos conversar tanto a natureza, quanto o turismo”, disse.

Onça

A onça-pintada, também conhecida como jaguar, é uma espécie ameaçada de extinção. O macho adulto, em plena idade de reprodução, teria morrido na madrugada do dia 28 de março em decorrência de hemorragia causada pelo rompimento do baço e do fígado. Encontrado às margens da estrada, onde a velocidade máxima permitida é de 40 km/h, o animal pode ter sido arrastado do asfalto até a grama ou, machucado, se afastando sozinho na tentativa de fugir. Ambientalistas e biólogos acreditam que em toda a área de 185 mil hectares do Parque Nacional vivam apenas 10 onças pintadas. Segundo dados divulgados pela imprensa morrem atropelados cerca de 30 animais por ano na BR 469.

Um comentário:

Cristina Maria disse...

Infelizmente a classe das onças não pode ser devidamente representado...