sexta-feira, 5 de junho de 2009

Feliz Dia do Meio Ambiente: eu não diria isso! Nunca!


Foto do Blog Insanamente Lúcida

Primeiro me sinto triste e, por iso, de luto pelo desaparecimento do avião da Air France com seus passageiros sobre o Oceano Atlântico. Sofro com todos os que sofrem por este acidente. E aproveito, em segundo lugar, para anunciar que embora feliz e contente com a vida, me sinto de luto por mim mesmo e pelo que as pessoas chamam de meio ambiente. Me sinto de luto pela prostituição da palavra - da habilidade humana de falar. Hoje falamos uma lingua chamada 'novolingo' onde se fala "duplipensando" onde o que a gente diz normalmente é o contrário. Progresso econômico é destruição / destruição é progresso. O novolingo é uma lingua perfeita descrita por Geroge Orwell. É canal e meio ímpar para transmitir 'discursos' que são a materizalização das ideologias daqueles no poder.

A única espécie entre as bilhões que existem no Planeta que precisa de campanha para proteger o ambiente é a nossa. O PAC é parte do meu luto. Às vezes escrevo, sem querer, que PAC é PAS ou Programa da Aceleração do Suicídio. Vamos investir bilhões para acelerar o desastre e investimos porque precisamos. E aí lá vai o Rio Sâo Francisco para a sua destruição e lá começam a ir os rios da Amazônia no percesso de acelerar o crescimento. Crescimento não se acelera, pelo menos, não na natureza. Crescer tem seu tempo. Mostre-me uma célula com crescimeto acelerado, por exemplo, e eu te mostrarei uma cécula cancerígena. O câncer é aceleração. Por isso no dia do meio ambiente eu fico triste.

Mas enquanto duplipensamos em novolingo, a natureza quer dizer os processos naturais da terra, estão nos desmentindo. Basta ver o Brasil debaixo d'água gerando aquilo que os ecologistas´, no bom sentido, predisseram chamando-os de "refugiados ambientais". Mas em "novolingo" e no duplipensamento" já se fala das oportunidades de negócios geradas pelos desastres naturais. Lembra das vítimas do Tsunami? Bilhões de dólares foram injetados na economia da "ajuda" mas as vítimas não viram esse dinheiro ainda. E como andam as vítimas de Santa Catarina? E as vítimas do Nordeste? E as vítimas que hão de vir nos próximos desastres?

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