domingo, 10 de janeiro de 2010

Ney de Souza: um amigo deixa o Planeta


Ney de Souza! Quantas vezes assinei material jornalistico no estilo dupla com o Nei de Souza ou Neizinho. Trabalhamos juntos na Gazeta do Iguaçu e fomos a tantos lugares: Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Argentina, interior do Paraná e sempre assinava Jackson Lima com fotos de Ney de Souza.

A última vez em que fizemos uma viagem juntos durou uma semana entre Foz e Curitiba em um RoadShow - viagem de divulgação turistica para a Agência de Notícias da Prefitura de Foz do Iguaçu. Fiz até um blog na época para colocar o material. Pois é o Ney faleceu no dia 8 deste mês em Cascavel. Me sinto triste e algumas vezes me pego com vontade de chorar. O Ney é tão especial que ele é uma daquelas pessoas pelas quais eu não consigo chorar. Quando eu estou triste parece que eu escuto a voz dele me chamando: Olá Negrón! Ou quando ele me apresentava e dizia: "este é um negro de alma branca! Só para escutar o que eu dizia em resposta.

Como fotógrafo Ney fotografou muita gente famosa e sempre em dupla comigo: corremos juntos para fotografar a Ladi Di, o Helmut Kohl, Secratário geral da ONU, Boutros Boutros Ghalli e outros. Ele olhava de longe e sabia que eu ia fazer besteira do tipo furar a segurança para fazer uma pergunta e no outro dia, a foto estava lá. Como lembrança deixo a foto do Ney fotografando o primeiro ministro alemão, Helmut Kohl. A ocasião é a seguinte: Adelmo Müller aproveitou a entrevista para entregar um documento ao primeiro ministro. Ele era presidente da Adeafi. Eu servi de intérprete do Müller, o Nei fotografou a entrega e Adenésio Zanella fotografou a todos nós. Isso é bem típico da iprensa de Foz - quer dizer armar uma cooperação entre companheiros em horas onde todos deveriam estar concentrado no seu negócio! Desejo ao colega um bom caminho. Que siga a luz!

7 comentários:

Marcelo disse...

oloco fui vizinho do nei, suuuper gente buena!

Edson disse...

Meu caro Jackson, a notícia da morte prematura do Ney pegou a todos de surpresa, lamentavelmente. Perde o jornalismo de Foz, e, sobretudo, aqueles que faziam parte do seu convívio. Igualmente a você, fiz diversas matérias na companhia do Ney. Aliás, meus primeiros passos na profissão foram dados ao lado daquele grande profissional, sempre bem humorado, cheio de piadas,não perdia a oportunidade de me chamar de "Paraíba". Apesar de estar distante, aqui em João Pessoa, sempre acompanho os acontecimentos da fronteira, coisas boas e ruins, estas infelizmente. Se não fosse ateu, desejaria que o Ney estivesse nas mãos de "deus". Um grande abraço, amigo.

Jackson Lima disse...

Falou Edson, obrigado pelo comentário, um abraço colega. É bo matar a saudade. Tudo de bom pra voce aí em João Pessoa.

Montezuma disse...

Jackson, bom "revê-lo". Nessas horas a gente se reencontra. Mesmo na dor e na saudade, é um reencontro. Amém.
Postei no twitter, por isso, a leitura é de baixo para cima. Peço perdão por esse cibernética, coisa nova para um velho datilógrafo.


Cascavel, Foz do Iguaçu e o Paraná reverenciam o pequeno grande homem. Ney de Souza, siga em paz no caminho da luz. Saudades, saudades.
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Ney de Souza poderia viver mais. Mas se foi, meteoricamente. Partiu daqui tão repente e deixou na orfandade sua legião de fãs.
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Emociono-me ao falar de um repórter que já faz falta ao Paraná. Ney de Souza marcou a minha vida na fronteira BR-PY-ARG.
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Num dos "furos", eu e Ney de Souza noticiamos que prostitutas brasileiras seriam repatriadas pelo Paraguai.
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...captou um dia um avião prefixo americano no quintal de um contrabandista famoso em Foz do Iguaçu. "Furamos" a concorrência diversas vezes.
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Ney de Souza, um fotógrafo de trincheira. Baixinho, atrevido, ia sempre na frente. Fez o luar das Cataratas com a mesma sensibilidade que...
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...o fechamento da Ponte da Amizade (quantas vezes!). Corremos léguas dos radicais islâmicos, dos contrabandistas do Lago de Itaipu...
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Brasil, Paraguai e Argentina estavam diariamente na primeira página da Folha de Londrina. Ney de Souza cobriu o Mercosul, as Cataratas...
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As fotos eram em preto e branco. Mais tarde, a Folha de Londrina enviou-nos um scanner de mesa, lá por 1995. A fronteira se tornou pequena.
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UPI é United Press International. Alugava máquinas de telefotos para os jornais, entre os anos 1940 e 1990. Ney de Souza aprendeu rápido.
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Numa tarde de 1992 apresentei a máquina de telefoto da UPI ao Neyzinho. Funcionava na minha casa, em Foz do Iguaçu. Grandes coberturas!
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O repórter fotográfico Ney de Souza morreu dia 8, aos 45, de acidente automobilístico, em Cascavel (PR).Enxergava longe a notícia.
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Silvana Canal disse...

...baixinho, metido e super alegre - será essa a imagem que sempre vou guardar do meu amigo e cunhado - NEY DE SOUZA - suas mãos não eram voraz só para apertar o click da máquina, mas sabia tiar muitas dores dos nossos corpos com suas massagens, quase que terapeutica. Sei que ele está bem e vai fazer muita gente feliz lá em cima - então, Luz e paz amigo

Jackson Lima disse...

Coloco abaixo na íntegra e-mail que enviou Claudio Salvador de Misiones, que trabalhou com o Ney na Folha de Londrina, Foz:

deCLAUDIO SALVADOR - MISIONES - ARGENTINA
para
data 17 de janeiro de 2010 06:43
assunto Re: Homenagem ao Ney
enviado por arnet.com.ar

ocultar detalhes 06:43 (16 horas atrás)


Al promediar la última década del siglo pasado, cada vez que entregaba mis materias para el cuaderno Folha da Amizade, esperaba verlo. Aquellos años fueron para mí una verdadera bendición, porque aprendí mucho de mis colegas de Brasil, en especial de quienes integraban la redaccíón de Folha de Londrina en Foz. Todas y todos fueron importantes y enriquecieron mi tambaleante trayectoria profesional.
Sin embargo yo siempre esperaba encontrarme con "el petiso". Su presencia iluminaba el espacio donde ingresaba, precedido por su lente siempre listo, para detenerse unos minutos a apreciar con gestos y palabras gentiles las páginas que durante cinco años me ofreció ese jornal.
Alguien lo describió como un fotógrafo "sensible". No hay mejor adjetivo para definir su particular manera de ver. Su sensibilidad lo distinguía y las palabras sólo debían de seguir el camino de sus imágenes para garantizar la mejor materia.
Ahora comprendo lo mucho que me perdí de él. Seguí encontrándolo de vez en cuando, entre esos tumultos de jornalistas que procuran la noticia. Lo encontré cada vez que lo busqué, pero no fue suficiente.
Bajito como es, Ney sobresale entre los grandes. Su cámara y su sonrisa continuarán disparándose en cada momento lindo que nos toque compartir a los hermanos y colegas de nuestra región, aún en el desorden y los apuros, yo buscaré la señal, el rumbo que Ney de Souza marcaba con sus gestos afectivos y solidarios.
Con respeto, deseo acercar mi sentida condolencia a familiares y seres queridos.
Fraternalmente, claudio salvador

Jackson Lima disse...

Alô coloco abaixo comentário de ônica Cristina Pinto sobre o Ney. Ela não conseguiu postar diretamente. Assim, copiei, colei e confira:


Gestos afetivos e solidários; presença que iluminava...
Estas são perfeitas definições do meu amigo Ney de Souza. Amigo, irmão, colega de trabalho...
Está sendo muito difícil falar dele - de sua ausência - tanto quanto foi despedir-me do irmão entre flores na sua última morada.
Por isso, procuro pensar sempre em tantos e tantos momentos felizes que compartilhamos juntos.
Uma das primeiras matérias que fizemos juntos marcou o Neyzinho. Eu já nem me lembrava, mas foi numa das muitas confusões na Ponte da Amizade, onde um policial tentou impedir que ele fotografasse a muvuca. Ele dizia: se não fosse a Mônica, eu teria apanhado naquele dia...
Atrevido ele era mesmo, mas era meu colega e, no outro dia, estampei no jornal o entrevero.
Teve outra ocasião que tive de ser firme com ele. Cobríamos uma enchente no Rio Paraná, passamos por cima do Iate Cataratas, e o Ney, sempre ávido de fotos marcantes, quis que o barco encostasse o mais próximo possível da janela de uma casa cheia d´água, na margem do Boicy. Porém, as baratas - meu verdadeiro terror - ameaçavam pular na embarcação e eu comecei a gritar: Ou vc pára de fotografar ou eu viro o barco. Mas ele não se intimidava: Só mais uma, Mônica...
Esse era um lado do Ney, o profissional.
O lado amigo, irmão, vou guardar comigo. como se guarda uma preciosa pedra; como se revive mentalmente a emoção do brilho de uma estrela cadente; e como se acumula a tristeza numa lágrima solitária.
Que os guias protetores te socorram, amigo...

Saudades
Mônica Cristina Pinto