sábado, 13 de fevereiro de 2010

Desleixo, descaso, folga na Fronteira: Alguém manda aqui?

Os moradores da fronteira aqui entre Argentina, Brasil e Paraguai na região de Foz do Iguaçu andam revoltado. A revolta é forte especialmente entre os cidadãos estrangeiros residentes no Brasil e portadores da Carteira de Identidade de Estrangeiro (Model0 19) e os argentinos em geral mas especialmente os moradores de Puerto Iguazu. Por quê? Porque estão sendo multados como loucos. A primeira foto à esquerda, mostra umas cabines (guaritas) fechadas e vazias. Essas cabines deveriam estar abertas para impôr um controle próximo aos 100% que é o que eu defendo. O problema é que as cabinas não estão habilitadas ainda por falta de recursos, verbas ou dinheiro para mobiliá-las (móveis, ar condicionado etc). O programa (software) já existe. Quando completa, quem entra e sai do Brasil vai fazer uma parada rápida e sem traumas e será atendido por um funcionário terceirizado pela PF e pronto já estará registrado. O problema é em 90% do tempo a área de recepção do Brasil está desabitada, vazia - não tem ninguém à vista ou pelo menos que seja visível. Dai o que está acontecendo é que o "fronteiriço" não vendo niguém prosegue a viagem. Quer seja saindo ou entrando no Brasil - leia-se para vir a Foz do Iguaçu. O que está acontecendo é que de vez em quando aparece alguém e pára o usuário. Se ele entrou no Brasil ontem e fez entrada e voltou para casa sem dar baixa é multado. Conheci uma menina que foi multada em R% 60.00. Ela não pagou porque não podia. Enquanto não pagar, ela não pode voltar ao Brasil. Empresários que tem lojas nos dois lados estão fazendo migração (entrada e saída) todos os dias. No dia em que a área está deserta e eles passam, multa. Desta vez a multa começa em R$ 170.00. Então se o problema é falta de dinheiro do Governo, se é culpa do Governo por que as pessoas estão sendo punidas? Se isso está acontecendo com o povo local, o que não estará acontecendo com os turistas?
No lado argentino, todo mundo sabe, o Governo é rígido e todo mundo sabe como funciona. Sem surpresas. Nesta foto, mostro a as mesmas cabines (recentemente inauguradas pelo governador de Misiones Maurice Closs) que farão o mesmo trabalho no lado argentino. Ontem, seis delas estavam abertas e dentro delas havia um funcionário de carreira da 'Migraciones' ou um terceirizado (O Brasil também está trabalhando com terceirizados). A Argentina é o modelo e o exemplo que o Brasil gostaria ou anuncia que quer seguir. A diferença é que lá o Governo prioriza a compra de móveis e instrumentos de trabalho. O desmando buraocrático dos funcionários públicos de lá não é cobrado do povo. Infelizmente, o iguaçuense é 'manso' e engole todas estas situações. Eu creio que se a comunidade empresarial, turística quiser acabar com esta situação de 'desleixo' e 'falta de respeito' com os brasileiros tão verdes e amarelos da fronteira quanto os que estão em Quixabá ou Taguatinga. Para piorar, o comércio de Foz do Iguaçu começa a pagar o preço. Na rodada de conversa que eu estava ontem, o argentino está com medo de vir ao Brasil e ser multado na volta. A boa notícia é que os preços de alguns produtos no Brasil está melhor que na Argentina. A má noticia é que o o cliente pode ser multado. Atenção: Vi no jornal em Foz estes dias: não há prazo para habilitar as guaritas! Bem, isso não é problema meu. Tem que haver prazo! Ou a coisa não anda!
A última foto mostra um balcão para controle migratório dentro do Duty Free Shop Puerto Iguazu. Oficialmente o Duty Free está fora da Argentina. Quem vai ao Duty Free não precisa passar pelo Complexo Migratório. Mesmo assim um balcão da Dirección Nacional de MIgraciones foi colocado lá na entrada e os visitantes do Free Shop fazem fila para mostrar a identidade. Na maioria dos casos a funcionária só olha e deixa entrar. Pero quer dizer mas se o visitante for procurado pela Justiça Argentina ou Interpol, fica alí mesmo.

Fotos ©'bairronauta' clique nelas para ver detalhes!