O tempo está nublado sobre Foz do Iguaçu e pode chover um pouco a qualquer momento. A cidade está se preparando para entrar naquele espírito estranho de feriadão. Domingo, 31 é dia de eleição. Vamos todos para as urnas para escolher o (a) presidente (a) do Brasil. Ainda bem que já é domingo - porque a discussão me parece insuportável. Está em andamento uma redução fantástica de problemas. Tudo se resume a um dicotomia do bem e do mau. Quem é do bem? Quem é do mau? Redução entre evangélicos e católicos. Ridículo. Eu pensava que todos éramos cristãos.
Encontrei uma frase atribuída a Charles Augustin Sainte-Beuve (1804 - 1869) mais ou menos assim: "me admiro que eles continuem sendo católicos mesmo depois de terem deixado de ser cristãos". Penso a mesma coisa. Somos evangélicos. Somos católicos mas faz tempo deixamos de ser cristãos. E assim vemos líderes de rebanhos vendendo ovelhas para quem der mais. Daí a redução dicotômica de Católicos com Dilma, evangélicos com Serra ou o contrário ou ainda espírita com esse ou aquele candidato. E assim não discutimos o que realmente importa.
Duas notícias me deixaram pensativo. Primeiro, o tiroteio entre forças federais brasileiras (Foto Kiko Sierich / A Gazeta do Iguaçu) e o poder delinquente transnacional ou transfronteiriço às margens do Rio Paraná com parte das balas vindo de Ciudad del Este e com o possivel ferimento de pessoas lá no outro lado. Isso é uma coisa a se pensar! É estranho que tenham deixado a coisa chegar a esse ponto. Tenham? Quem?
Outra noticia que eu ainda aguardo para digerir completamente é a queda da população iguaçuense. Demograficamente a cidade não cresceu o que se estimava. Para a Prefeitura de Foz do Iguaçu isso é muito ruim. Orçamento, dinheiro, investimento entre outras coisas. Mas, para mim que já havia previsto isso é positivo. Não previ e falei isso graças a minha bola de cristal. Mas pela leitura de estudos, relatórios, reportagens e conversas com técnicos. Isso era esperado desde 1990 embora a cidade rezasse por uma explosão que levasse a 1 milhão de pessoas em Foz lá pela chegada de 2000 ou antes. Ainda bem que isso não aconteceu.
Foz agora tem que fazer de tudo para melhorar o "emprego" - acima de tudo, a qualidade de vida (seja lá o que isso signifique) e evitar que a população diminua. Isso inclui, para mim, evitar que a população de jovens (mortalidade juvenil), homens (eliminação de chefes de família) e mulheres de todas idades seja diminuída pela bala como tão bem nos mostra o programa Tribuna da Massa. O assassinato em Foz tem níveis de epidemia e para uma cidade que não quer perder gente isso tem que ser "contabilizado".
Finalmente, a estranheza do feriadão se deve ao Dia de Todos os Santos, que terá uma festa de arromba na cidade - algo como Glamjam e logo depois, o Dia dos Finados - um dia triste especialmente para as famílias que perderam filhos, pai, mãe nos últimos dias. Como estamos na Fronteira e nos achamos integrados, chamo sua atenção para a San La Muerte (Santa Morte - Foto), entidade venerada na Argentina, Paraguai, em muitos lugares no Sul do Brasil para que nos conceda vida e tire de Foz do Iguaçu essa murucubaca de matança e assassinato.
Um comentário:
Concordo em gênro, númro e grau com o senhor!:D
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