sábado, 16 de fevereiro de 2013

O "Centro Velho" de Foz do Iguaçu: uma área que necessita revitalização e respeito

Importante Núcleo de Foz do Iguaçu - O Centro Velho. Note o Vale do Rio Monjolo

Hoje em dia os iguaçuenses vivem em uma Foz do Iguaçu extensa. Uma Foz do Iguaçu que se afastou ao máximo da foz do rio na região do atual Porto Meira afastando-se, também, dos rios e de seu modo de vida fluvial.  A vida em Foz do Iguaçu transcorre no seco, no ermo. Mas nem sempre foi assim. Até o final da década de 70, Foz do Iguaçu era  fluvial. Já havia sido desativado o Porto Oficial no rio Paraná devido à Ponte da Amizade em 1965. Mas continuava, pelo menos 50% fluvial em relação à travessia para a Argentina.

Na época netamente fluvial, a cidade vivia entre o Quartel do Exército  e o rio Parana. É como escrevi no meu livro "Na Terra das Muitas Águas": "A rua principal, a Avenida Brasil parece começar na sala do comandante do Batalhão de Infantaria Motorizado e terminar no Cemitério São João Batista ...". 

Desfile na Rua D.Pedro II

Hotel Salvatti, quase esquina com Av. Brasil. Ainda não havia 3ª Pista JK 


O Batalhão é aquele que já foi 1ª Cia de Fronteira; 1º Batalhão de Fronteira, o atual 34º BIMTz - Batalhão de Infantaria Motorizado e que logo será promovido a Batalhão de Infantaria Mecanizado.  

Ainda nos anos 30, chega a Capitania do Portos para se instalar em Foz. A base foi montada a pouca distância do rio Paraná, perto do Porto oficial. Tínhamos o centro com forte presença militar. A marinha, a Prefeitura a curta distância; a Praça Almirante Tamandaré; o Hotel Cassino que veio logo depois e hoje é o Senac. Mais tarde em frente à PMFI foi construida a Praça Getúlio Vargas onde se construiu a Câmara Municipal que tinha à frente a Catedral São João Batista; à direita a PMFI, à esquerda o Colégio Bartolomeu Mitre atual prédio do Provopar. Logo veio o Fórum de Foz do Iguaçu onde hoje é a Fundação Cultural. O Banco do Brasil ocupou a esquina com a Avenida Brasil. 

Os prédios públicos em Foz são passados e repassados para outros órgãos assim o Banco do Brasil abrigou a Polícia Federal. As comemorações de datas municipais e nacionais podiam partir da região da Marinha em direção ao Batalhão descendo a então importante ou super importante Rua Dom Pedro II para logo entrar na atual Jorge Schimmelpfeng e descer a Avenida Brasil - que já foi carreiro único, trilha única, mão única, mão dupla e agora é mão única com calçadas ampliadas.

Podemos apontar o trecho entre a  Rua Tiradentes e a Antônio Raposo como sendo o centro nervoso de Foz do Iguaçu. Paraguaios remavam entre Puerto Franco e o Porto oficial de Foz do Iguaçu. Desciam do barco, amarravam a "montaria" e subiam o barranco para pegar ou a Tiradentes ou a Rio Branco para, daí, entrar em Foz do Iguaçu. Em 1926, Moisés Bertoni e família fizeram esse trecho. O cientista já estava doente veio para ver os amigos de Foz da família Schinke - Carinzio e morreu. A casa onde Bertoni morreu, ao lado da residência dos Schinke-Carinzio ainda está de pé. Aos poucos a cidade foi se expandindo para outras direções por terra. Digo por terra, porque antes disso a extensão se dava por rio. O Aeroporto do Parque Nacional de Iguassu - o atual GRESFI marcou uma espécie de confins norte da cidade.

Hoje se você descer a Rua Tiradentes ate o fim você verá que ela acaba um pouco antes do rio. Se você fizer o mesmo com a Rua Barão do Rio Branco a mesma coisa acontecerá. Entre o fim das ruas e o rio você terá que atravessar a Favela da Marinha e isso nem sempre será possível. Ao escrever essas ideias, lamento como a extensão de Foz para longe da beira do rio trouxe consequências sociais terríveis. Unindo a Tiradentes com a João Rouver há o Beco Mathias Peters. Uma rua antes do Beco Mathias Peters, há, justiça seja feita, uma travessa cujo nome homenageia o patriarca Carinzio: Travessa Luiz Carinzio. É a rua que margeia a Praça da Marinha ou Almirante Tamandaré.
 

A Avenida JK e especialmente a Terceira Pista da JK é nova. Para abrir a nova rota foi necessário desfigurar a Praça Getúlio Vargas que tinha como vizinho a charmosa embora não muito confortável Cadeia Pública de Foz do Iguaçu. O prédio poderia ter sido preservado. Hoje vejo como quase um crime que o jovem de Foz do Iguaçu não possa ter ideia de um prédio como o da Cadeia de Foz. Nos anos 80, a expansão - extensão  de Foz o que significou mudar o "centro velho" ganhou forças com a concretização do Plano Diretor de Foz do Iguaçu. Este Plano está bem adiantado mas ainda não completamente. Por isso você escuta falar de mudança da PMFI para aquela região. Sobre esse plano um leitor desse blog escreveu em comentário sobre uma postagem anterior feita  em 7 de janeiro de 2009.  

"Em meados da década de 1970 foi elaborado o Plano Diretor de Foz do Iguaçu, com participação de equipes técnicas do Governo do Estado do Paraná e da Universidade Federal do Paraná, com participação financeira, também, da Itaipu Binacional. Uma das coordenadoras foi Rajindra Kaur Singh, natural daqui e cuja família teve áreas de terras desapropriadas para a construção das vilas residenciais da usina. Além disso, a partir de 1975, foi criado o PRODOPAR Programa Especial do Oeste do Paraná, visando resolver problemas originados da implantação da obra e suprir eventuais necessidades de infraestrutura, na cidade e na região. Nesse momento, tanto o Plano Diretor definiu áreas com tendência para usos, como o PRODOPAR* destinou recursos federais para essa implementação. Assim, a avenida Paraná foi pensada para esse fim, e a prova foi a instalação de núcleos de serviços públicos, como, por exemplo, o atual INSS, a Polícia Civil, a Receita Federal, etc. Por duas, quase três décadas, outras unidades não ocuparam a destinação, apenas orientada pelo Plano Diretor. Parece que agora aquele destino pensado há mais de 30 anos, se configura em realidade".  
Comentário no Blog de Foz em 7 de janeiro de 2009. Quando a Prefeitura de Foz do Iguaçu se mudar para o novo centro cívico, esta região do "centro velho" será o nosso "centro histórico". 

*Programa de Desenvolvimento do Oeste do Paraná

Um comentário:

Anônimo disse...

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