domingo, 18 de agosto de 2013

Candomblé celebrou Dia de Obaluayê com banquete

Banquete servido sobre esteiras de periperi; folhas de mamona em vez de pratos. Espaços culturais e religiosos escondidos em Foz    


 Neste sábado, 17, centros de candomblé e umbanda de todo o Brasil celebraram o Dia do Orixá Obaluayê. Foz do Iguaçu, ainda bem, ao ficou de fora. Pelo menos menos dois templos organizaram a festa ou banquete conhecido como Olùbájé em yorubá, uma das grandes línguas oficiais da Nigéria e também a língua do candomblé. O Blog de Foz esteve na Festa organizada pela casa Ile de Baru da Mãe Edna de Baru no Jardim Canadá. A outra festa da qual tomai conhecimento foi no Ilè Ase Yá Omin Deró da Mãe Jô Da Osun no Jardim Panorama. 

Bandeiras e cordas de pipoca
Foi Uma festa muito bonita. O templo foi enfeitado com bandeirinhas de papel colorido presos em fios feitos de de pipoca. A pipoca não falta no dia de Omolu ou Obaluayê. Segundo explicações que recebi no terreiro, a Omolu tem u grande poder para curar doenças, chagas e pestes e a pipoca é a ferramenta que ele utiliza.  Depois da abertura da cerimônia, e depois da chegada de Obulayê, um enorme pote de pipoca foi trazido e porções entregues a cada participante. A pipoca podia ser comida, jogada em cima da cabeça para que caísse em cascata sobre o corpo levando, os males e as doenças e as inhacas. 

Tudo servido cerimonialmente
As crianças, que corriam livres, aproveitaram, brincaram e comeram pipoca à vontade. Porém ontem não foi um dia de festa comum. Foi a festa do Rei, do Obá. Daí, o banquete. A Edna Costa, ou Edna de Baru disse que foram preparados 21 pratos. O cuidador da casa, Pai Marcelo Titao acrescentou que todos os patos são típicos da Comida de Santo que, ao final, se tornaram os pratos da gastronomia brasileira. Destaque para os mais conhecidos como mugunzá, acarajé, vatapá e para a bebida servida chamada “Aruá” – bebida a base de milho, rapadura e gengibre.  A festa começou a ser preparada uma semana atrás. "Primeiro a gente prepara a quem vai trabalhar na cozinha. Não é qualquer um que pode", explicou a mãe-de-santo Edna de Baru. O último que se preparou foi a bebida. Ela disse que tudo começa a ser preparado 12 horas antes.  



Conversando com Katlyn
Em terra que se orgulha de receber pelo menos sete dezenas de etnias e nacionalidades além de bater no peito na hora de celebrar o multiculturalismo e a multiplicidade de culturas,  Foz do Iguaçu anda devendo ao universo cultural afro e afro brasileiro representados pelo candomblé (africano) e afrobrasileiro (umbanda). Foz do Iguaçu tem negro também co sua cultura. Mas o candomblé no Brasil e em Foz também, não é mais coisa de negro. Prova disso é Katlyn Segovia na religião há pouco tempo mas já iniciada e em processo de aprendizado. 

“No começo eu tinha medo e desconhecimento”, disse Katlyn e explicou que começou a vir com uma amiga e logo, o antigo medo e sua companheira ignorância viraram amor pelo santo. Ela assume a religião, os parentes ficaram preocupados no começo mas aceitaram. “Minha está aqui, ele veio junto”.  Também ainda novo, Luiz Augusto está aprendendo e participando mas destaca já fez o “bori”, uma oferenda que a pessoa faz à sua “cabeça”, ao seu princípio, ao seu verdadeiro eu. A esposa, também de descendência não africana assistia.



Jacson Querubin, da Itaipu, sempre vem acompanhando a esposa. Ele disse que ele um irmão se consideram ateus. É a primeira vez que ele vinha ao banquete até porque foi a primeira vez que Edna de Baru pôde oferecê-lo no 30º aniversário de sua iniciação. “nunca tinha celebrado porque a casa não tinha esse Orixá, quer dizer – explica – não tinha quem o incorporasse. Agora tem. O trio de tambores, peça chave dos eventos afros, tocaram por horas. No “Rum”, o tambor maior, o Pai Marcelo Titao. No Rumpi, tambor médio, Pedro Costa, médio da casa e filho de Edna de Baru e no Lê, o tambor menor, Christian Garcia. Dos três percussionistas, “ogans”, que abriram a festa só Pedro Costa tem descendência africana.         

Parte da equipe - missão cumprida

Perguntei a Jacson o que ele sentia ao estar ali, naquela ocasião, assistindo uma manifestação cultural e religiosa discriminada no Brasil. "Sinto que é um desperdício que uma cultura que tanto contribuiu para formação do Brasil seja marginalizada", opinou citando exemplos da influência da religião afro na música brasileira, na comida, na produção de artistas e até na construção física do país e de grandes fortunas.Em próximas postagens traremos o calendário de festas do Ilê Baru



Nota:



O Blog de Foz se propõe a dar informações sobre todas as comunidades de Foz numa tarefa de esclarecimento que ajude a diminuir o preconceito, a discriminação, intolerância de qualquer tipo e a ignorância- no sentido de “não saber”.



Outras postagens:

Endereços de centros afrobrasileiros em Foz. Estamos organizando uma lista de festas e dias especiais afro-brasileiros. Divulgue a sua! limajac@gmail.com
Como essa listagem começou  

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2 comentários:

Luz13 disse...

Partilho com vocês as previsões de Aline, da Cidade das Pirâmides, para o ano de 2013. Impressionante como ela acertou!São três programas imperdíveis. Confiram http://youtu.be/hJV1qZWTtF0 . Caso desejarem visitem também o nosso Blog:
http://deolhonomundoblog.wordpress.com/ Abraços.

robcs disse...

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Mojubá!!!

Peço licença para divulgar a página da nossa comunidade de axé no facebook:

https://www.facebook.com/ileaseonanlayo

Nele contém mitos, itans, orikis, fotos dos orixás muitos fundamentos e conhecimentos selecionados para o povo de santo exigente ... acesse e confira!!!

Obrigado e awurê-ó!!!

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