Grupo que fez o circuito Sabiá Emater / Atrifi |
Júlio Cesar Rodrigues conversa com Lourdes Petsch da Pousada do Nono do Circuito Sabiá |
O empresário, agente de turismo, operador e presidente
da Associação de Turismo Receptivo Internacional de Foz do
Iguaçu, Julio Cesar Rodrigues faleceu no dia 21 de março em Foz do Iguaçu. Ele
tinha 64 anos. Presto um tributo aqui a ele e, de passagem, também a outros
homens e mulheres que lutaram pelo turismo de Foz do Iguaçu e já não estão nessa dimensão
da vida.
Júlio César era ativo e barulhento especialmente em reuniões do COMTUR, no gabinete de prefeitos quando estava em pauta algum assunto que ameaça ou ameaçava a atividade turística. Ele metia a boca. É dele a frase: “Foz do Iguaçu não é uma cidade turística. É uma cidade com atrativos”. Daí vinham os exemplos: “o que é que você faz em Foz à noite? Tem teatro? Tem vida noturna?”, entre outros exemplos.
Em 2009, o engenheiro Roberto Lolis da Emater convidou o Júlio para conhecer o Circuito Sabiá de Turismo Rural em Matelândia e os dois me convidaram para ir junto. Júlio articulou os membros da Atrifi e lá fomos nós. Ele queria realmente ajudar os pioneiros do turismo rural de Matelândia.
Julio César foi o primeiro chefe de agência de turismo que conheci logo após minha chegada em Foz 1977. Ele era funcionário da STTC Turismo e era meio chefe ou chefe. Uma vez, quem levou um berro dele foi eu. Foi assim: eu trabalhava na Agência Tropical de Turismo do Hotel Tropical das Cataratas. Eu tomava conta da mesa da agência de turismo e meu papel era conversar com os turistas, vender excursões (opcionais), dar informações, ajudar, além de resolver pequenos problemas deles. Algumas pessoas graças àquela mesa lembro delas até hoje. Um dia eu estava sentado lá e um casal (norte) americano sentou-se comigo e começamos a conversar. Expliquei o que fazia, dei sugestões e falamos sobre diferentes coisas. Não me lembro exatamente como mas em menos de meia hora eu já tinha vendido uma excursão opcional para o casal que logo trouxe outro casal. No final creio que vendi uns 15 opcionais para os hóspedes do hotel. Marcamos o horário de saída e acompanhei o grupo ao restaurante indicando-lhes onde sentar.
No outro dia pela manhã, às 9h, meu ônibus estacionou e aguardava os meus turistas quando chegou o ônibus da STTC e o Julio César Rodrigues, quem eu iria conhecer em poucos minutos. Na hora do embarque tínhamos dois ônibus e um único grupo. O Júlio me pediu explicações e eu disse: o grupo é do hotel eu vendi excursão para eles. Daí ele foi vociferante. Me deu uma cachoeira de palavras, brigou, ficou nervoso e chamou o meu gerente. Daí aconteceu o que tinha de acontecer. Cancelamento de minhas vendas, não chegou a haver devolução de dinheiro pois eles iriam pagar junto com as diárias e surpreendentemente o gerente achou que eu tinha potencial. Vendi uma excursão inteira para quem já tinha tudo pago. Creio que fiquei bem com o homem.
Júlio César era ativo e barulhento especialmente em reuniões do COMTUR, no gabinete de prefeitos quando estava em pauta algum assunto que ameaça ou ameaçava a atividade turística. Ele metia a boca. É dele a frase: “Foz do Iguaçu não é uma cidade turística. É uma cidade com atrativos”. Daí vinham os exemplos: “o que é que você faz em Foz à noite? Tem teatro? Tem vida noturna?”, entre outros exemplos.
Em 2009, o engenheiro Roberto Lolis da Emater convidou o Júlio para conhecer o Circuito Sabiá de Turismo Rural em Matelândia e os dois me convidaram para ir junto. Júlio articulou os membros da Atrifi e lá fomos nós. Ele queria realmente ajudar os pioneiros do turismo rural de Matelândia.
Julio César foi o primeiro chefe de agência de turismo que conheci logo após minha chegada em Foz 1977. Ele era funcionário da STTC Turismo e era meio chefe ou chefe. Uma vez, quem levou um berro dele foi eu. Foi assim: eu trabalhava na Agência Tropical de Turismo do Hotel Tropical das Cataratas. Eu tomava conta da mesa da agência de turismo e meu papel era conversar com os turistas, vender excursões (opcionais), dar informações, ajudar, além de resolver pequenos problemas deles. Algumas pessoas graças àquela mesa lembro delas até hoje. Um dia eu estava sentado lá e um casal (norte) americano sentou-se comigo e começamos a conversar. Expliquei o que fazia, dei sugestões e falamos sobre diferentes coisas. Não me lembro exatamente como mas em menos de meia hora eu já tinha vendido uma excursão opcional para o casal que logo trouxe outro casal. No final creio que vendi uns 15 opcionais para os hóspedes do hotel. Marcamos o horário de saída e acompanhei o grupo ao restaurante indicando-lhes onde sentar.
No outro dia pela manhã, às 9h, meu ônibus estacionou e aguardava os meus turistas quando chegou o ônibus da STTC e o Julio César Rodrigues, quem eu iria conhecer em poucos minutos. Na hora do embarque tínhamos dois ônibus e um único grupo. O Júlio me pediu explicações e eu disse: o grupo é do hotel eu vendi excursão para eles. Daí ele foi vociferante. Me deu uma cachoeira de palavras, brigou, ficou nervoso e chamou o meu gerente. Daí aconteceu o que tinha de acontecer. Cancelamento de minhas vendas, não chegou a haver devolução de dinheiro pois eles iriam pagar junto com as diárias e surpreendentemente o gerente achou que eu tinha potencial. Vendi uma excursão inteira para quem já tinha tudo pago. Creio que fiquei bem com o homem.
O Júlio nunca falou disso comigo e
creio que esqueceu. Anos mais tarde fui trabalhar na STTC como guia. Minha
passagem durou um dia. Juro que não me lembro por quê. Daí fui trabalhar para
outro cacique do turismo, o dono da Grande Agência Tur-Turistico Internacional
(Gatti) Ltda. Julio Cesar Rodrigues foi um dos homenageados no Prêmio Destaque
do Turismo 2014 – 100 Anos de Foz. Na declaração que prestou aos organizadores
Júlio se identificou como “Eu sou mais um que vim
para somar” e disse que “existem muitas pessoas que já não estão mais aqui,
inclusive o meu ídolo, o Fernando Rodrigues Valente”, e fechou dizendo que
Valente “foi um dos maiores empresários do turismo, com o qual comecei em 1965”.
Falo do empresário Fernando Valente e presto-lhe homenagens. Quando eu conheci a STTC ela já tinha 12 anos de fundada. Isso mostra como o turismo organizado de Foz é novo. Quando escrevi
uma nota sobre o falecimento de Fernando Valente, liguei para o Júlio para pegar um depoimento. Ele me disse o que disse no depoimento dele ao Prêmio dos 100 anos e acrescentou que sentiu a
ruptura com o mestre Valente não o perdoara. “Ele nunca me perdoou por
isso”, disse por telefone a mim, jornalista em horário de trabalho sabendo que
tudo o que ouço um dia será publicado. Com este tributo ao Júlio César
Rodrigues presto homenagens também a Fernando Valente, com quem nunca me
encontrei, infelizmente, e penso em outros nomes, outras pessoas, outras vidas
que se dedicaram ao turismo desta cidade como John Samprakos e Miriam Coimbra que partiram recentemente.
E aproveito para dizer que me incomoda que haja um silêncio tão grande após a morte de nossos grandes lutadores e guerreiros do turismo. Claro que deve haver problemas de lealdade, brigas e outras diferenças que se apagam com a mudança de dimensão – desta para a outra dimensão. Um dos homenageados no Prêmio 100 Anos - im memoriam - foi o Capitão Edmundo de Barros – um dos pioneiros de tudo o que acontece em Foz. Ele sofreu, lutou, se decepcionou, adoeceu em defesa de coisas locais indefensáveis. Ele foi autor do primeiro desenho das Cataratas na época em que a linha de fronteira sobre as Cataratas não havia sido definida. Ele até achou que o Brasil tinha traído a causa das Cataratas 100% brasileiras que existiu e foi defendida aqui na Colônia Militar do Iguaçu.
No dia 17 de janeiro de 1905, Edmundo Xavier de Barros morreu e foi sepultado no Rio de Janeiro. A vida continuou. Como tinha morrido, a maioria de nós, não tinha porque pensar nele. Pelo menos não até o dia em que alguém pediu a Chico Xavier que entrasse em contato com ele e pedisse uma mensagem. Edmundo de Barros ditou uma mensagem que Chico Xavier psicografou. Era um poema chamado Vida, dizia assim:
E aproveito para dizer que me incomoda que haja um silêncio tão grande após a morte de nossos grandes lutadores e guerreiros do turismo. Claro que deve haver problemas de lealdade, brigas e outras diferenças que se apagam com a mudança de dimensão – desta para a outra dimensão. Um dos homenageados no Prêmio 100 Anos - im memoriam - foi o Capitão Edmundo de Barros – um dos pioneiros de tudo o que acontece em Foz. Ele sofreu, lutou, se decepcionou, adoeceu em defesa de coisas locais indefensáveis. Ele foi autor do primeiro desenho das Cataratas na época em que a linha de fronteira sobre as Cataratas não havia sido definida. Ele até achou que o Brasil tinha traído a causa das Cataratas 100% brasileiras que existiu e foi defendida aqui na Colônia Militar do Iguaçu.
No dia 17 de janeiro de 1905, Edmundo Xavier de Barros morreu e foi sepultado no Rio de Janeiro. A vida continuou. Como tinha morrido, a maioria de nós, não tinha porque pensar nele. Pelo menos não até o dia em que alguém pediu a Chico Xavier que entrasse em contato com ele e pedisse uma mensagem. Edmundo de Barros ditou uma mensagem que Chico Xavier psicografou. Era um poema chamado Vida, dizia assim:
Nem a paz, nem o fim! A vida, a vida apenas,
É tudo que encontrei e é tudo que me espera!
O ouro, a fama, o prazer e as ilusões terrenas
São lodo, fumo e cinza ao fundo da cratera.
Esvaiu-se a vaidade! ... Os júbilos e as penas,
A alegria que exalta e a dor que regenera,
Em cenário diverso aprimorando as cenas,
Continuam, porém, vibrando noutra esfera.
Morte, desvenda à Terra os planos que descobres,
Fala de tua luz aos mais vis e aos mais nobres,
Renova o coração do mundo impenitente!
Dize aos homens sem Deus, nos círculos escuros,
Que além do gelo atroz que te reveste os muros,
Há vida... sempre a vida... a vida eternamente...
5 comentários:
O gerente do Hotel das Cataratas, a época, era meu pai "Seu Cardoso"...
O gerente do Hotel das Cataratas, a época, era meu pai "Seu Cardoso"...
PARABÉNS PELO TEXTO, FIQUEI FELIZ EM VER QUE Edmundo foi lembrado, gostaria de dizer que além do desenho das cataratas que se não me engano ele presenteou Muricy ele fez uma poesia quando estava na colonia, uma a caminho e outras no Rio. A estrada que vai até as cataratas foi aberta por ele e nos mapas antigos era denominada Estrada Edmundo Xavier de Barros..gostaria de saber se mudou de nome.
PARABÉNS PELO TEXTO, FIQUEI FELIZ EM VER QUE Edmundo foi lembrado, gostaria de dizer que além do desenho das cataratas que se não me engano ele presenteou Muricy ele fez uma poesia quando estava na colonia, uma a caminho e outras no Rio. A estrada que vai até as cataratas foi aberta por ele e nos mapas antigos era denominada Estrada Edmundo Xavier de Barros..gostaria de saber se mudou de nome.
Obrigado pelo comentário. Gostaria muito de ter acessa à poesia ou poesias que ele fez em vida. O nome da estrada mudou. Nos anos 50 foi construída uma estrada poliédrica que mais tarde foi substituída pela BR-469. Por im tempo ela ficou conhecida como Estrada Velha. Meu e-mail é: limajac@gmail.com
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