Para a maioria dos moradores do Jardim Tarobá, o tempo
passou voando. Até pouco tempo, o bairro
era conhecido somente como Cohapar I. Quase ninguém sabe dizer quando ocorreu a
mudança de nome. Para a professora
Maria de Lourdes Brasil, (ver matéria sobre a escola do bairro) a mudança foi
uma proposta de um senhor conhecido como Jorge Tur, um guia de turismo que
tinha uma agência no bairro. "Ele fez uma campanha e pediu apoio mas não
acompanhei para ver exatamente como ocorreu", explica.
Foi a mesma sorte dos
outros dois conjuntos habitacionais conhecidos como Cohapar II e Cohapar
III. A família da professora foi a
terceira a receber a chave da casa no Cohapar lá no começo da década de 80.
"A terceira chave a ser entregue no conjunto foi para meu pai",
lembra. O Cohapar I é uma bairro pequeno mas mesmo assim tem muitas perguntas
difíceis de responder. O bairro parece
um catálogo das tribos indígenas do Brasil. Ruas como Tamoios,
Potiguaras e Xavantes dão ao bairro uma
identidade toda sua. (A rua Caiagangue que homanageia, os caigangues compete com a proposta da "tribo palmeirense" gravada em tinta branca em sua versão castelhana).
Quando lançado pela Cohapar não havia nada região. A Avenida
República Argentina não tinha asfalto.
Árvores de grande porte ainda davam ares de floresta à área. Logo após
serem entregues, as casas não tinham
muros. Não demorou para que pequenas mudanças
fossem realizadas nas casas. Exemplo delas são o acréscimo de garagem, pátios e
muros. Oficialmente o bairro é parte da nona região cidade que inclui o centro
e a Vila Yolanda.
Um dos bairros vizinhos, o Jardim Esmeralda dá uma ideia de
como o crescimento da região aconteceu. O loteamento Jardim esmeralda foi
assinado pela empresa EIS - Empreendimentos Imobiliários Santos do ex-prefeito
e empreendedor Ozires Santos. O ex-bancário Nelson da Silva Dantas foi um dos
primeiros a adquirir um lote. "Quando cheguei aqui só havia uma
casa", contou com orgulho. "Pela Avenida República Argentina não
havia nada daqui até o posto", acrescentou.
Dantas, como é conhecido, logo construiu uma moradia. Depois
veio uma mini mercearia que está aberta há mais de 20 anos. "Somos um lugar de conveniência onde as
pessoas vem pegar coisas mais urgentes", diz. Outro aspecto interessante
da vila é o fato de que todo mundo se conhece. "A minha mulher morava no
Cohapar, na rua Tamoio, Eu saia daqui, atravessava a rua para namorar",
confidenciou. A namorada é a atual
esposa, Dona Célia.
O envolvimento do cupido no saudoso Cohapar I sempre foi
grande. "Meu marido conheci
aqui", lembra a professora Lourdes citada anteriormente adiantando que ela
conhece uns cinco casais que se encontraram no bairro, na quadra de esportes, no
salão da associação, na escolinha. Os
alunos ao terminarem a quarta série, como a professora Lourdes Brasil, iam
estudar no Colégio Castelo Branco. Para chegar lá os alunos tinha que atravessar o rio Mboicy por
meio de uma pinguela. No outro lado já é Vila Maracanã.
Na Alameda Codegrande José da Rocha, sem saída por causa do
Mboicy, uma das atrações é um mamoeiro plantado pelo morador Rui César. "Comprei um mamão no mercado. Joguei a
semente ali para evitar que as pessoas joguem lixo. Eu esperava um pé de mamão.
Não esperava um mamoeiro assim. As pessoas pegam, levam e cada dia nascem
mais", explicou o morador maravilhado com o milagre da multiplicação.
A Alameda Codegrande é quase uma continuação
da rua Carajás. No outro lado do Mboicy
já é rua Rio Grande do Sul no Maracanã onde cada rua, ao contrário do Jardim
Tarobá / Cohapar I, tem nome de estados brasileiros.
Nota: postagem resgata material publicado em 2014 no jornal do bairro junto com a nota sobre a Escola Municipal Benedicto Cordeiro.
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