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Parte dos revezadores no Centro de Convivência do Idoso |
“O Fogo olímpico não tem pé. Para chegar no Rio de Janeiro
no dia 4 de agosto ele precisa ser carregado por vocês, passo a passo, 200
metros por vez até chegar à Pira Olímpica. É um esforço coletivo ” explicou
Leonardo Nunes da equipe do Comitê Olímpico sobre o processo que o o dia da
chegada no Rio terá passado pelas mãos de 12 mil condutores só no Brasil. “Quando o fogo for acesso no Rio na cerimônia,
vocês vão poder dizer: “eu tenho participação nisso”. As palavras de Leonardo
Nunes podem não ter sido exatamente
essas. Mas são o que consigo lembrar de cabeça. Estávamos no Centro de Convivência do Idoso, ponto de encontro dos
“condutores da tocha” que participariam do trecho entre a Praça da Bíblia e o
34º BIMEC. Detalhe: o CCI não suspendeu as atividades. Os associados do CCI, estavam juntos, torcendo e vivendo o momento.
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Josiane Silvério passando próximo a Sanepar na Avenida |
Depois da explicação sobre o que aconteceria, por exemplo,
como acender a Tocha, como fazer o “beijo do fogo” – quando duas tochas se
tocam para a passagem do fogo e como ficar calmo ou calma e curtir o momento. “Este
é o segredo”, disse. Logo, embarcamos no micro ônibus do Comitê e ficamos, taxiados, na
Praça aguardando o momento de partir para s nossos postos. A Praça da Bíblia
estava lotada, famílias, crianças, idosos, jovens e no palco montado havia atividade artística, crianças e jovens apresentavam
danças e um musical.
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Com a Issa, filha do maratonista Robson Douglas |
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Só descobri o nome no caminhão na foto. No momento não enxerguei. |
O revezamento entraria nesta altura da Avenida República Argentina
saindo da Rua Por do Sol após atravessar o Jardim São Paulo – o que em si já é
uma mostra do caráter democrático do ritual pré olimpíada. É um evento que não
se restringe a áreas e bairros ricos, chiques ou abastados.
Ao meu lado estava o chileno Cristobal Andrés Barra medalhista em arco e flecha
do Chile e o também chileno dono de canal no You Tube, escritor e compositor Germán
Armendia e um pouco à frente a apresentadora argentina Carla Rivero. Isso é o que eu consegui identificar entre os “estrangeiros”
no ônibus.
Mas a condução da tocha, segundo o caráter democrático não se limita a
grandes atletas. A idéia é que a experiência seja também acessível às pessoas
comuns. Falando em comum, me coloco na frente. Eu levando a tocha? De Foz, ao
meu lado, Josiane Severo, administradora, mãe, esposa indicada oficialmente pela Gazeta do
Iguaçu. Eu, autor desta nota, indicado pela redação e a galera jovem do jornalismo tendo na liderança a colega Thays Petters. Assim, empresas, da Coca Cola, à Gazeta, ao Primeira Linha, à Embratel puderam
indicar pessoas para a experiência. Prefeituras, a comunidade, associações empresariais puderam
também indicar pessoas.
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Clóris Veiga (Reprodução) |
Um destaque foi a iguaçuense Clóris Veiga, 80 anos, 20
deles como presidente da Liga Iguaçuense de Futsal; Cleris Bortolli empresária
e dona de uma das maiores torcida do trecho Praça da Bíblia – 34º Batalhão. “É uma família grande, são quatro filhos,
noras, os netos e os funcionários da empresa. Estão todos ali”, disse Cleris que passou a tocha para mim logo abaixo.
Estava o farmacêutico e professor de Karatê Nilson Rigo, professor da arte de
meus filhos Renfih, Midori e Lincoln – já faz tempo. Fora do grupo do ônibus
muita gente do esporte iguaçuense participou.
Cito dois aqui: Doniseti Melo, locutor, narrador, colunista
e grande “batalhador na vida”. Homenageio a atleta Reem Kamel Hamed mulher cuja história na ficha mostra
que ela árabe, palestina, brasileira naturalizada e iguaçuense há há 29 anos e uma das
pioneiras da corrida de rua na cidade,
fundadora da Associação de Corredores de Rua de Foz do Iguaçu. Reem é
uma das figuras mais conhecidas da cidade tendo participado de todas as edições
da Meia Maratona das Cataratas. Ela conta no resumo da história dela: “Não
foi fácil ... no início encontrei muito preconceito, por ser mulher árabe, onde
a comunidade, a tradição ... cobram e exigem comportamento ultra reservado e
conservador das mulheres".
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Reem Kamel com Gilmar Piolla |
Aos poucos, consegui conquistá-los e convencê-los a
me aceitar e mostrar o lado positivo das corridas e do atletismo. Hoje eles se
orgulham de mim e me apoiam. Estou muito feliz que outras mulheres seguiram
meus passos e participam cada vez mais nas corridas e atletismo”.
Acrescento à ficha de Reem Kamel a notícia que Doniseti Melo
deu. Ela foi escolhida para participar na Maratona do Saara na edição de 2017, é
na 10ª edição da corrida internacional solidária ao povo Saharauí em Tinduf na
Argélia. O convite veio do embaixador da República Saharauí no Brasil, Mohamed
Bahia.
Outras participações de estrangeiros
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Pianista Lang Lang |
A Diplomacia Mundial dos Comitês Olímpicos
A Coca Cola – uma das patrocinadoras oficiais do revezamento trouxe a Foz
do Iguaçu alguns convidados aceitos pelo Comitê Olímpico do Brasil. Dois deles pessoas
de influência nas artes do grande país do Oriente: o pianista Lang Lang e a atriz
e cantora Jiang Yiyan. Outro convidado chinês para revezar a tocha em Foz foi
Kuan Chi Ho fundador da rede de restaurantes Xiabu Xiabu fundada em 1998. Em
2012 a rede tinha 300 lojas em Beijing, Xangai e Tianjin quando vende ações no
valor de US$ 58 milhões. Desde então ele criou projeto de ajuda humanitária contribuindo com fundos as vítimas da explosão
de Tiajin em parceria com a a Cruz Vermelha da China. Com 300 restaurantes, Kuan Chi Ho é um dos maiores parceiros da Coca Cola na China.
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Svetlana com a Tocha em Sochi, Rússia (Sputinik Foto) |
Outra revezadora da Tocha em Foz do Iguaçu foia russa Svetlana Derevshchikova. A foto mostra Sevtlana particiando do revezamento da Tocha Olímpica durante a Olimpíada de Inverno de Sochi na Rússia. Teve mais um participante russo no revezamento em Foz, Não tenho mais informações dele a não ser aquela divulgada pelo empresário Kamal Osman de Foz do Iguaçu que tirou uma foto com ele em frente a loja Kamalito.
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"Mais faceiro do que cachorro com dois rabos" ... |
Compartilhando
Ao longo do texto, a palavra "História" foi mencionada várias vezes. O revezamento da tocha no Brasil envolverá, até o final, 12 mil pessoas de mais de 300 cidades, de todos os estados, de grandes cidades nos grandes eixos e centros urbanos e dos sertões e pequenas comunidades. Segundo a filosofia do evento, as 12 mil pessoas representam ou encarnam 12 mil histórias. O revezamento tem três patrocinadores: A Coca-Cola, o Bradesco e a Nissan. Minha participação foi pela Nissan que lançou a campanha "quem se atreve".
Depois que a Thays Petters me indicou, a equipe de marketing e publicidade contratada pela empresa ligou e eu atendi desconfiado. Quem me conhece sabe que eu tenho problema com telefone de manivela, celular (bom para tirar foto). Falei mas de uma hora. Recorde! Contei minha história. A equipe gostou quando contei que vim de Maceió para São Paulo para subir na vida e que enquanto morei lá participei de uma congregação coreana (para aprender) e de uma japonesa onde atuei. Depois trabalhei de cavador de buraco para levantar dinheiro para seguir para Assunção, Paraguai onde trabalhei na mesma igreja pregando em espanhol, ajudando na congregação coreana e aprendendo guarani. Um dia após sair de Assunção, vim fazer um levantamento sobre as possibilidades missionária no "leste Paraguaio" que começava a receber um novo elemento, o brasiguaio com base em Presidente Franco. Nesta caminhada terminei sendo roubado. Coisa rara no Paraguai na época. Assim vim para Foz do Iguaçu, cidade que não conhecia, para arranjar um emprego se fosse possível sem problemas com a "imigração". Vim a pé de Porto Stroessner para Foz. Na época a atual JK duplicada era mão dupla sem duplicação e havia duas faixas de acostamento sem asfalto e sem empedrado. Os caminhões que transportavam a riqueza do Brasil, levantavam uma poeira que caia em cima de mim, de minha única camisa e única calça. Assim embarrado, compareci à loja de meu "contato" em Foz apresentado pelo pessoal de Franco, Paraguai. O que significa que conheci Franco e Hernandarias antes de Foz. Era a Sapataria Brítez na República Argentina, uma quadra, mais ou menos, de onde fiz o revezamento da tocha 39 anos depois. Que o meu revezamento tenha ocorrido nesta avenida é simbólico. A frase: "mais faceiro do que cachorro com dois rabos" é do colega Valmor Sparrenberger em um comentário no Facebook.
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