domingo, 10 de setembro de 2017

As favelas e as injustiças do Rio de Janeiro:

http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0304-28472016000200006
http://www.favelarte.org.br/  

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/rio-450-anos/noticia/2015/01/conheca-historia-da-1-favela-do-rio-criada-ha-quase-120-anos.html

https://oglobo.globo.com/rio/morro-da-providencia-ganha-exposicao-que-conta-120-anos-de-historia-em-fotos-21368652
A planta que cobria o Morro da Providência, conhecida como favela, deu nome a esse tipo de moradia - Agência O Globo - 21/05/1966

RIO - O Morro da Providência, de onde são os bandidos que ordenaram o arrastão às lojas da Rua Senador Pompeu, no Centro do Rio, nesta segunda-feira, foi a primeira favela do Brasil, criada há 120 anos. Hoje dominada pelo tráfico, a comunidade fica localizada atrás da Central do Brasil, entre o Santo Cristo e a Gamboa, e sua história se confunde com a Guerra de Canudos.
Após a campanha em Canudos, no sertão baiano, os integrantes do Exército voltaram ao Rio de Janeiro em busca da recompensa prometida pelo governo: uma casa. Apesar de terem saído vitoriosos sobre o grupo liderado por Antônio Conselheiro - considerado por fazendeiros da região uma ameaça - eles nada receberam. Sem local para ficar, acabaram se estabelecendo na Providência. Segundo o historiador Milton Teixeira, o início da ocupação ocorreu em 1897.
Foi também essa a primeira vez que o termo favela, uma planta rasteira comum na região de Canudos, foi usado. Era esse o nome que os moradores deram à Providência: Morro da Favela. Foi só na década de 1920 que o termo passou a ser usado para se referir a outras comunidades carentes.

A Providência também abrigou ex-escravos e ganhou visibilidade cultural com o lançamento, em 1916, da música “Morro da Favela”, e o filme “Favela dos meus amores”, rodado em 1935 por Humberto Mauro quase integralmente ali.
Ao longo do século XX, porém, a comunidade se transformou em uma das mais perigosas da cidade. Em 30 de agosto de 1948, O GLOBO noticiava um crime com um morto no Morro da Favela. Alguns anos depois, em 21 de março de 1963, uma notícia mostrava a importância que a Providência havia conquistado no mundo do crime: numa única operação, que mobilizou 500 policiais, cães adestrados, um helicóptero e rádios transmissores a polícia prendeu 223 pessoas, localizou uma rádio clandestina e apreendeu grande quantidade de armas e produtos contrabandeados.
Uma tragédia de grandes proporções foi registrada em 29 de dezembro de 1968, quando uma explosão de dinamite derrubou mais de 20 barracos no Morro da Favela, deixando pelo menos sete mortos e 600 desabrigados.
O atual Morro da Providência foi ocupado pela Polícia Militar (PM) em 22 março de 2010, sem o disparo de um tiro sequer. Um mês depois, ali foi implantada uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), em 26 de abril. Já a inauguração de um teleférico pela prefeitura ocorreu em julho de 2014. As iniciativas, entre outras obras, faziam supor que a vida na comunidade de mais de 4 mil habitantes iria ficar mais tranquila, mas os conflitos entre policiais e bandidos continuaram acontecendo.
Atualmente, no entanto, o tráfico voltou a dominar a região, que deveria ser totalmente à prova de crimes, por abrigar a Secretaria estadual de Segurança, o Comando Militar do Leste, duas delegacias e um batalhão da PM.
Na madrugada desta segunda-feira, uma cena inimaginável para a população carioca chocou a todos. Pelo menos 50 bandidos armados com fuzis e pistolas fecharam a Rua Senador Pompeu, na Central do Brasil, e saquearam 14 lojas, das quais roubaram de equipamentos eletrônicos a produtos alimentícios, além de dinheiro.
A ousadia da quadrilha foi uma represália do chefe do tráfico do Morro da Providência, Evanilson Marques da Silva, o Dão, à recusa dos comerciantes em pagar uma “caixinha” a ele. A informação é de uma pessoa que trabalha no local. Segundo o relato, o bandido exigiu uma quantia de cada lojista, que não foi paga.

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