Monjolo Comum, pintura Primórdios da Lavoura Paulista de Alfredo Norfini (Acervo do Museu Paulista da USP / Domínio Público / Wikipedia) |
Segundo a Wikipedia: "Monjolo é uma máquina hidráulica rústica, destinada ao beneficiamento e moagem de grãos". A ferramenta foi importante, pois dispensava o uso de mão-de-obra escrava, que antes utilizava um pilão para triturar os grãos de milho ou de arroz.
Nascentes hoje
A água brotou bem ao lado da trilha de caminhada |
Era para ter sido uma filmagem da água borbulhando feliz, assim como a vida |
Daí veio a sábia intervenção humana ... a tecnologia resolve tudo para você |
Procurando o olho d'água ... |
Pronto está resolvido |
Sobre os pássaros
Graças à floresta do 34º BI Mec e ao lago do Parque Monjolo e aos terrenos baldios que guardam dentro de si algumas nascentes o Monjolo é um paraíso e cidade de refúgio para pássaros. Seria interessante uma contagem oficial. Fica aqui uma sugestão para os estudantes de biologia e ciências da natureza. Eu creio que já vi mais de 40 espécies diferentes mas eu não sou profissional. Só me maravilho com essa possibilidade.
Uma jaçanã |
Frango-d'água-comum ou galinha-d'água |
Frango d'água comum com filhotes iguaçuenses nascidos no capinzal do Lago Monjolo |
Garça branca - um dos moradores mais populares do Lago do Parque Monjolo. Sempre fica a pouca distância das pessoas que vão ao lago pescar |
O que comem os carões no Lago Monjolo? |
Socozinho
Socozinho |
Sempre vi
um socozinho atravessando o lago em um voo calmo, pousado às margens ou meio
escondido na vegetação da ilhota de capim localizada nesse corpo de água. Mas parece
que há mais. Recentemente vi dois. É um
morador do lago. O socozinho continua na lista de observação.
Pica-pau branco observa o mundo do alto de uma árvore |
Quem também está presente no Monjolo é o pica-pau-branco
(Leuconerpes candidus). Ele não é difícil
de ser visto em outras áreas de Foz do Iguaçu como na Vila “A” próximo ao espaço Gramadão. Tenho visto
vários deles no Monjolo especialmente ao redor do lago mas também em diferentes ruas do bairro. Interessante é que entre os lugares de pouso que o
Leuconerpes anda escolhendo estão
aparecendo os postes de eletricidade.
Pica-paus em um poste no Parque Monjolo |
João de Barro (Ovenbird / Hornero) aproveita luminária para abrigar seu ninho / casa |
Consegui fotografar um curutiê |
A surpresa do Monjolo: Curutiê
O curutié é
um pássaro difícil de ver. Passei um mês, entre 20 de dezembro de 2018 e 20 de
janeiro de 2019 para conseguir fotografá-lo com certo sucesso. Se não fosse o guia de turismo Marcelo da Rocha,
eu nunca teria desconfiado da existência dele. Uma tarde após sair da redação
(trabalho) me dirijo ao Parque Monjolo. Ao chegar descobri que o guia
especializado em pássaros, Marcelo da Rocha já estava lá. Conversamos rapidamente
e ele disse que acabava de voltar de uma viagem de observação de pássaros ao
Uruguai. (Ele já foi foi tragado pelo vírus ornitológico amador). Ele
estava equipado com um binóculo de qualidade (US$ 800 pra cima). Foi um presente
de uns observadores internacionais (turistas). Todo pássaro que voava, Marcelo dizia
nome e o endereço quer dizer para que árvores deveríamos olhar para vê-lo.
Nisso passa um vulto voador rápido que parte do lago para o muro de um terreno
no outro lado da rua e de lá para o alto de uma árvore.
Viu? Perguntou.
Não vi nada.
O que era?
É um “Yellow-chinned spinetail", disse.
Spinetail? Reagi. Spinetail urbano?
O nome significa rabo espinhoso de queixo amarelo (isso é uma tradução muito provisória e sem-vergonha). Com isso na cabeça, me despedi do Marcelo e fiquei pensando no "spinetail" do Monjolo. Primeiro identificar o nome português e ver fotos. Depois procurar o canto no site xeno-canto (um milagre de site). Começou a longa história. Vi-o atravessar a rua, mas ou menos no mesmo ponto. Mas ele é tão rápido que não dá para apontar o binóculo. Um dia pego-o em flagrante em uma arvorezinha. Aponto a máquina e ele decola em voo rápido e reto na direção da câmara e some acima da minha cabeça.
Continuei indo para o mesmo lugar ao lado de uma arvorezinha que me dava sombra. Olhei para a árvore e distingo o formato de um ninho. Um é pouco, havia mais um a meio metro de distância.
caiu a ficha é ninho de “spinetails”.
Os curutiés pertencem à família dos formicarídeos traduzidos para o inglês como “ovenbirds” (pássaros forno) e para o espanhol como “hornero” ou, mais ou menos, “forneiros”. Representante principal, João de Barro, cujo ninho parece um forno. Mas nem todos os “forneiros” fazem ninhos de bairro. Eles constroem uma estrutura muito complexa com galhos e gravetos. Encontrei. Agora é ficar de longe e esperar. Tirei muitas fotos borradas. Até que um dia, dois curutiês (casal?) passam por mim em velocidade mais lenta e pousam bem na minha frente, afastado do ninho.Fiz a foto, sem acreditar.
Não vi nada.
O que era?
É um “Yellow-chinned spinetail", disse.
Spinetail? Reagi. Spinetail urbano?
O nome significa rabo espinhoso de queixo amarelo (isso é uma tradução muito provisória e sem-vergonha). Com isso na cabeça, me despedi do Marcelo e fiquei pensando no "spinetail" do Monjolo. Primeiro identificar o nome português e ver fotos. Depois procurar o canto no site xeno-canto (um milagre de site). Começou a longa história. Vi-o atravessar a rua, mas ou menos no mesmo ponto. Mas ele é tão rápido que não dá para apontar o binóculo. Um dia pego-o em flagrante em uma arvorezinha. Aponto a máquina e ele decola em voo rápido e reto na direção da câmara e some acima da minha cabeça.
Continuei indo para o mesmo lugar ao lado de uma arvorezinha que me dava sombra. Olhei para a árvore e distingo o formato de um ninho. Um é pouco, havia mais um a meio metro de distância.
caiu a ficha é ninho de “spinetails”.
Os curutiés pertencem à família dos formicarídeos traduzidos para o inglês como “ovenbirds” (pássaros forno) e para o espanhol como “hornero” ou, mais ou menos, “forneiros”. Representante principal, João de Barro, cujo ninho parece um forno. Mas nem todos os “forneiros” fazem ninhos de bairro. Eles constroem uma estrutura muito complexa com galhos e gravetos. Encontrei. Agora é ficar de longe e esperar. Tirei muitas fotos borradas. Até que um dia, dois curutiês (casal?) passam por mim em velocidade mais lenta e pousam bem na minha frente, afastado do ninho.Fiz a foto, sem acreditar.
Ainda não contei
ao Marcelo. Mas preciso marcar um final de tarde para que ele me ajude a ver
outros pássaros. Em observação de pássaros, como um hobby e como nicho de turismo
é necessário um guia especialista em pássaros e ambientes locais para garantir
o que se vê. Agorinha preciso de ajudar para abrir meus olhos quanto aos
"emberezídeos do Monjolo". São os passarinhos "passaríneos" que comem sementes e gostam de terrenos
com capinzal, ou quiçaça. São muitos.A palavra "passaríneo" quer dizer que são bons de bico: cantam bem. Um exemplo de emberezídeo: o curió
Mamíferos e répteis
Mamíferos e répteis
Um preá do bairro Monjolo - a proteção inteligente dele está nas suas mãos |
Além dos
pássaros, na região ao redor do Lago e em terrenos em diversas ruas, tenho tido encontros
frequentes com preás (Cavia aperea) e lagartos tejú como mostram
as duas fotos nesta postagem. Se ampliar a foto você verá que o tejú possui uma
lista amarela – ou uma série de pontos amarelos formando uma fila. Não ouso
identificar a espécie. Os lagartos vistos nas Cataratas e no Bosque Guarani não
têm essa lista amarela. Esse lagarto da foto me pegou de surpresa. Simplesmente
apareceu saindo de um terreno. Eu já tinha viso outros com essa lista amarela
em um local com boa luz. Mas desde então sofro boicote. Eles não se mostram.
Sobre o preá, vi na internet, gente chamando preá de porquinho da índia do
mato. Ora, é do mato ou é da Índia? Eles, os preás, não têm nada de Índia, São
do mato brasileiro e sul-americano. Até os porquinhos da índia não são da Índia.
São dos Andes. Interessante que em inglês o nome do porquinho da índia andino é
“porco da Guiné”. Tudo errado. É isso, se não tiver o que fazer ou não souber
para onde ir, vá ao Parque Monjolo, faça um piquenique.
Tejú (clique para ampliar a foto e ver a lista amarela) |
* Do livro "Primer y segundo viajes a Misiones, por Juan Bautista Ambrosetti. Ambrosetti descobriu cidades pre-históricas na Argentina como La Paya, em Salta e identificou a cidadela e fortaleza de Tilcara, em Jujuy.
Um comentário:
Excelente trabalho de observação do local.
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