sábado, 26 de janeiro de 2019

Quem foi Marie Robinson Wright? Veja por que ela está no Blog de Foz

Marie Robinson Wright
Se ela tivesse sido beatificada ou canonizada, caso tivesse seguido a carreira religiosa, Marie Robinson Wright seria hoje a padroeira das blogueiras de turismo, das jornalistas de viagens ou das mulheres que viajam sós pelo mundo (solo female travel). A mulher da foto, é a autora da primeira reportagem, da National Geographic sobre as Cataratas do Iguaçu publicadas em 1906. Mais tarde em seu livro  "New Brazil" aparece a imagem que publicamos nesta postagem. Por isso, Marie Wright aparece na timeline (linha do tempo) dos eventos importantes e marcantes para a National Geographic em relação as interconexões e relações entre Brasil e Estados Unidos. Para entender a importância do evento basta lembrar o que aconteceu nos primeiros anos dos 1900s.
Em 1905, o Brasil (então os Estados Unidos do Brazil) inaugura sua primeira embaixada no exterior, em Washington (EUA).
Os Estados Unidos da América inauguram sua primeira embaixada na América Latina, no Rio de Janeiro. Em 1906 acontece no Rio de Janeiro, a 3ª Conferência Pan-Americana. Em agosto de 1906, sai na National Geographic (revista) o artigo com a foto feita por Marie R. Wright*. A economia do Brasil dependia do café no sudeste e no Sul e da borracha no Norte. A riqueza da borracha criou os barões da borracha que moravam em Manaus (AM), mandavam lavar roupas da família em Paris e importavam tudo da Europa. Por causa disso, Manaus inaugurou o Teatro Amazonas em 1896 ou seja 14 anos antes da inauguração e abertura do Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 1909. Entre a borracha no Norte, Café no Sudeste e parte do Sul e a nascente erva-mate no Sul, os olhos do mundo se viraram na direção do Brasil. Em 1907, é publicado o livro de Marie Wright.

The Falls of Iguassu - vistas do lado brasileiro do rio Paraná (Não se dizia Iguassu Falls. O nome do rio saiu errado. Até hoje sai. Até hoje há quem misture)

Embora a foto das Cataratas apareçam no livro "New Brazil" não há uma descrição sobre elas no capítulo 19 do livro dedicado ao Paraná. O capítulo inteiro trata da erva mate do Paraná. Foi um livro para mostrar o progresso do Brasil chegando a afirmar que o Brasil conseguiu se inserir no mundo graças à borracha e o café e que, seria de esperar que no século 20 voltasse a repetir a façanha com a erva mate. Ela escreve que em 1905, o Paraná havia exportado  50 mil toneladas de erva mate arrecadando um milhão de libras esterlinas da época. Ela destaca empreendimentos como a Fábrica de Tibagi fundada em 1869 pelo Barão do Serro Azul, a Fábrica Santa Graça de Manoel de Macedo de Curitiba e a Vila Guimarães de Paranaguá. Parece que ela deixou para tratar das Cataratas em artigo escrito para a National Geographic. 

Capa da National Geographic, agosto de 1906 com o artigo de Marie R. Wright  

Porém, sobre as Cataratas na National Geographic ela escreve: “No coração da América do Sul, no lugar em que três repúblicas se encontram, Brasil, Argentina e Paraguai, a Natureza escolheu o lugar para uma obra prima de grandeza cênica, que só pode ser comparada à poderosa Niagara em majestade, sendo considerada por alguns  dos viajantes que a conheceram, como ainda maior do que a contraparte norte-americana”.  

Marie Wright Robsinson, morreu no dia 1 de fevereiro de 1914. Em um dos obituários da época se lê: Marie R. Wright, que viajou duas mil milhas em lombo de mula no México e Bolívia e atravessou três vezes o continente americano, fazendo a viagem recorde atravessando os Andes, morreu, no domingo, 1 de fevereiro em Liberty, Nova York. 

Nota: 
1) O Blog de Foz honra a memória de Marie Robinson Wright destacando que: a primeira reportagem sobre as Cataratas do Iguaçu na recém fundada revista da National Geographic Society foi escrita pela primeira mulher a escrever para a  revista 

2) Há quem afirme que as fotos de suas viagens eram cedidas por ilustres fotógrafos da época. Então quem fez as fotos das Cataratas? 


Para saber mais:
MARIE  ROBINSON WRIGHT, 1866 – 1914
Vida e Obra

Genealogía e Intermedialidad de dos Íconos de la Globalización en América Latina: Machu Picchu y las Cataratas de Iguaçu/Iguazu
Yazmín López Lenci - UNILA

(Com fotos do artigo original)   

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