sábado, 28 de setembro de 2019

Foz do Iguaçu ganhou as primeiras Promotoras Legais Populares da região


juiz Ariel Nicolai Cesa Dias fala às formandas. Na mesa: Danielle Araújo, secretária Rosa Jeronymo, Moema Viezer (Falta identificar a representante do CRAM)

O Auditório do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Foz do Iguaçu (Sinecofi) lotou na sexta-feira, 20, à noite. Eram familiares, amigos, professores e autoridades convidadas que vieram conferir a formatura das primeiras 25 Promotoras Legais Populares (PLPs) da Região Trinacional, fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai.  O curso que durou cinco meses teve uma carga horária de 80 horas. “Todos os sábados à tarde nos reunimos no auditório do Bosque Guarani”, explicou uma das organizadoras a professora Danielle Araújo, da Unila acrescentando que o curso foi organizado sem recurso público nenhum.


Fabiana Aparecida canta Utopia com as formandas
A formanda Socorro Santiago que fez o discurso oficial de formatura da turma lembrou as longas horas dos sábados e cooperação entre alunas e a equipe voluntária de professores e professoras. Para Socorro, o destaque vai para a união e solidariedade do grupo. “Todo sábado alguém trazia um lanche para todos no curso”, disse. Já a Danielle Araújo lembro da cooperação de profissionais de diversas áreas que dedicaram tempo para ajudar as mulheres atingirem o objetivo do grupo.  

“Ao longo desse cinco meses o curso contou com a presença de mais de 20 profissionais de diferentes áreas que discutiram de forma teórica e pratica sobre as ações e direitos que podem ser acionados nos casos de violência contra as mulheres”, explicou. A  expectativa de todas as formandas é que o curso não pare por aqui.  “Que a segunda turma venha logo para dar continuidade”, concluiu a oradora oficial. Atualmente já são mais de 5 mil mulheres promotoras no Brasil.

O juiz Ariel Nicolai Cesa Dias, titular do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, Vara de Crimes contra Crianças, Adolescentes e Idosos e Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas da Comarca de Foz do Iguaçu, foi um dos profissionais presentes na formatura. Foi também um dos profissionais que doaram parte de seu tempo para ajudar a preparar as promotoras legais para agir contra a violência doméstica e contra a mulher. “Foz comemora a aquisição de mais um equipamento em prol da luta contra a violência dirigida à mulher. Foz e as Três Fronteiras estão de parabéns”, disse o juiz destacando que a Utopia é válida. Ele se referia à música “Utopia” que a formanda Fabiana Aparecida Dias Ferreira contou enquanto as novas promotoras entravam e se posicionavam no salão.
 
Na mesa estavam presentes ainda representantes da OAB Foz do Iguaçu, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e a coordenadora do Ministério da Mulher no Alto Paraná, Paraguai, Carolina Ramirez. A secretária Extraordinária de Direitos Humanos e Relações com a Comunidade, Rosa Maria Jeronymo, parabenizou o esforço e afirmou estar feliz  de ver tantas mulheres se engajando na luta. “Eu ando irritada com  tudo o que vejo acontecer em relação a essa violência”, disse concluindo que a paz verdadeira não será encontrada enquanto essa situação de violência continuar.    

Segundo Danielle Araújo, a turma que se formou na sexta-feira, tem a desafio de implantar nas cidades da fronteira o Serviço de Informação ( SIM) para que ajudem outras mulheres a saírem de situações de violência e incentivar outras companheiras a se juntarem a essa causa. Uma das vantagens da primeira turma de Promotoras Legais nas Três Fronteiras é que mesmo antes da formatura já nasceu a Associação de Promotoras Legais Populares, com a formanda Ednamar Costa de Almeida como a primeira presidente da sociedade.       
         
(Promotoras) Para organizadores a primeira turma deve ter um efeito multiplicador. Grupo canta “Utopia”

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