quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Levei uma igrejinha feita por artesãos no Paraguai para um encontro do SEBRAE

 

A peça artesanal que mostro é uma lembrança  da Igreja de San Cosme e San Damián, parte da Missão Jesuíta fundada em 1632 e em funcionamento até hoje com missas às 9h todos os domingos. A Igreja foi um presente que me trouxe a colega Izabelle Ferrari. Tenho também lembranças de Trinidad e Jesús todas em Itapúa, no Paraguai mas é perigoso andar carregando, pode quebrar 
   
Fui convidado para conversar com um grupo de mulheres empreendedoras na área de artesanato, lembranças e souvenires que atuam no Mercado Barrageiro. 

Quem convidou foi a Maisa Silvestre, gestora de projetos, turismo e inovação no SEBRAE. Ela explicou que o SEBRAE está realizando uma jornada de desenvolvimento de produtos  que se inspirem no contexto sócio, cultural, turístico e histórico da cidade. 

Foi diante desse convite que na tarde da segunda-feira, 1º de setembro, me encontrei com o grupo de senhoras que pertencem a diferentes entidades como a Associação Artesãos Sem Fronteiras (AASF), a COART e a Associação de Clubes de Mães de Foz do Iguaçu. Vi também senhoras de Hernandárias, Paraguai.    

Quando comecei a conversar, pedi uma caneta para escrever no quadro. A Taissa me deu um marcador. Escrevi: 1626. Foi a única informação que escrevi.

No ano que vem, será o aniversário de 400 anos da fundação da Redução Jesuíta ou Missão Jesuíta Santa Maria do Iguaçu. Expliquei: no ano que vem tem aniversário de 400 anos em Foz (Puerto Iguazú, também).  

Em 1626 os jesuítas fundaram 

1) A Missão ou Redução de San José (San Joseph) no rio Tibagi, dentro dos limites de Cambé, no Guairá (hoje) Paraná. 

2) A Missão de Santa Maria do Iguaçu nas Cataratas e a  

3) Missão de San Nicolás ou São Nicolau no  Tape / Tapê (Hoje Rio Grande do Sul  seguida por mais 18 naquela região). Adianto que nenhuma redução desse período sobreviveu. Mesmo assim a data será celebrada. 

Para celebrar os 400 anos da fundação de São Nicolau, o Governo do Rio Grande do Sul está investindo mais de R$ 50 milhões em obras de projetos estruturantes na região conhecida como Sete Povos das Missões. Eu disse no encontro que eram R$ 25 milhões. Errei! É o dobro!

O Paraná teria o direito, se tivesse desejado, de estar fazendo a mesma comemoração e levantando o mesmo dinheiro para investir na memória dos do estado que tiveram um passado jesuíta na época colonial espanhola.

Os 400 anos de Santa Maria e o de São Nicolau são os mesmos 400 anos. Mas no contexo estadual local, os 400 anos da Missão nas Cataratas passaria batido. Mas não está passando batido. Prova disso é o 1626 no quadro flip chart no evento do SEBRAE no Mercado Barrageiro.

Mas tranquilizemo-nos. Não está passando batido. Não passou batido em Foz do Iguaçu. Em junho deste ano, quase paralelo aos esforços do Rio Gande do Sul, Foz do Iguaçu recebeu o coral e orquestra de música barroco-jesuítica-guarani (@soycap.demusica) do Museu de Arte Jesuítico-Guarani de San Ignacio Guazu, Misiones, Paraguai.  

Lembrando que junho é um mês em que eventos explodem em Foz do Iguaçu para todo lado e mesmo assim, os músicos do Museu de Arte Jesuitico-Guarani da cidade onde foi fundada a primeira missão jesuítica vieram prestar homenagem às Cataratas do Iguaçu, à memória da Missão Santa Maria del Iguazu (Iguaçu) e às Cataratas em si que até recentemente eram chamadas de Santa Maria. 

A viagem de ida e volta de cerca de 1000 km do grupo foi como uma viagem no tempo. Não vai passar batido em 2026, tampouco. Torço que a Jornada do Sebrae seja um sucesso como sempre acontece com as iniciativas do Serviço Brasileiro de apoio às micro e pequenas empresas - SEBRAE. Assim torço também para que os paranaenses dediquem um espaço em seus corações para lembrar, aprender e ter orgulho da historia do Paraná (ex-Guayra ou Guairá e, no caso de Foz, da História local mesmo contada por meios mais alternativos.  

Foto lembrança oficial,autoria Tassia Coppini

 

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Portal Iguaçu: Jovens Músicos da Orquestra Jesuíta emocionam Foz com fé, arte barroca e integração